“Seus olhos têm um jeito de me despir, antes mesmo de me tocar.”

Chloe Hughes

Sentei-me no sofá bem confortável por sinal e de repente  o homem  alto e imponente, desviou o olhar para mim. Seus olhos pareciam me penetrar, como se fossem lanças buscando minha alma. Tinha que admitir, não pensei que conheceria um cara tão lindo logo  na minha primeira noite trabalhando aqui, não tinha ideia de como seria uma conversa com ele. Ele me olhava com olhos curiosos, aqueles malditos olhos azuis penetrantes, um sorrisinho sacana nos lábios e suas pernas bem abertas, usava um terno de aparência cara que destacava suas melhores características. Nunca pensei que ia me apaixonar pelo meu primeiro cliente, não estava fazendo isso direito, estava? Aqui estava eu, sentada no sofá com ele esperando que dissesse que me achou linda ou algo assim... Pare, Chloe, enlouqueceu? Sabemos muito bem o que homens como ele vêm buscar em clubes como este, você precisa se recompor e  concentrar no seu trabalho. Suspirei fundo, dei o meu melhor sorriso e disse:

—   Então… posso te oferecer alguma coisa para comer ou beber? — ele permaneceu me encarando, senti todo o meu corpo arrepiar com aquele olhar intenso. Pensa Chloe… pensa! — Temos uma variedade de opções e tenho certeza de que pelo menos uma delas é do seu agrado. —  nem sei como consegui dizer alguma coisa. 

— Vladimir, togda my luchshe pogovorili o vstreche. uvidimsya, starshiy drug. [ Vladimir, depois conversamos melhor sobre o encontro. Até mais, velho amigo. ]

Por Deus, senti todo o meu corpo arrepiar ao ouvir aquela  voz rouca falando em Russo. Ele desligou o celular, depositou sobre a mesa, se acomodou melhor no sofá e disse olhando nos meus olhos: 

— Claro, por que não? É exatamente isso que buscamos em clubes como este, desfrutar da presença de uma linda mulher. Um pouco de comida e uma boa bebida também ajudariam muito. 

Sua voz era rouca e dominante quando começou a falar, levantei minha mão acima da cabeça e acenei, um dos garçons percebeu e veio até nós. 

— O que vocês gostariam de  pedir?

Encaro novamente o homem misterioso que me observa como um predador, mordo os lábios em dúvida do que devo pedir, mesmo assim me antecipo:

— Um bourbon? 

Ele sorriu e meneou a cabeça em concordância. 

Pedi uma garrafa de bourbon e uns quitutes. Comecei a observá-lo melhor,  alto, corpo bem trabalhado que dava para notar por debaixo de seu terno caro, cabelos loiros bem cuidados e ligeiramente assanhados, rosto sério e misterioso. Enquanto o observava, senti seu olhar em cima de mim queimando, causando sensações novas e intimidadoras.

Não demorou muito para o garçom voltar, em uma mão segurava o prato maior com a garrafa de bourbon e copos e na outra um prato de petiscos que colocou em cima da pequena mesa de centro, localizada à nossa frente. Abri a garrafa e despejei um pouco do líquido no copo que entreguei em suas mãos. Estava tremendo e morrendo de medo que ele percebesse. 

— Obrigado.  — Disse pegando o copo e fazendo meu coração palpitar. Fiquei apenas observando ele levar o copo à boca e ingerir a dose de uma única vez.  Por um momento fiquei petrificada reparando na curvatura de seus lábios no copo e a bebida descendo por sua garganta. Embora não devesse ser nada além do que sua anfitriã esta noite, seu corpo, sua pele, seu cheiro e tudo mais sobre ele estava me fazendo esperar que pudéssemos ser algo mais. Servi outra dose, dessa vez ele tomou apenas um gole e colocou seu copo de volta à mesa. Seus olhos me estudaram, antes de pegar seu maço de cigarros. Lembrei que Dominica me deu uma caixa de palitos, na hora não entendi porque, levo a mão até o decote do meu vestido e a retiro de lá, me inclino e acendo seu cigarro. Seus olhos azuis observam meus movimentos atentamente, por Deus, fico excitada apenas com a maneira que ele morde os lábios quando encara o meu decote. Ele dá uma tragada no cigarro e então pergunta: 

— O que uma garota como você está fazendo num lugar como este?