Quando chegara à faculdade, a primeira coisa que Ethan fizera fora procurar o seu professor naquela manhã tão confusa e agitada - se equivalendo ao metrô de São Paulo mais do que lotado, típico das malditas segundas-feiras.
Todos receberam uma mensagem sobre a verdadeira inquisição que aconteceria naquele dia, então a faculdade inteira parecia um caos, com os alunos conversando freneticamente, achando graça ou até mesmo sendo sensatos ao ponto de estarem preocupados com quem quer que fosse revelado hoje.Ele deve estar pirando.
Pensou enquanto caminhava pelos corredores, cumprimentando quem passava e o reconhecia. Em pouco tempo, su—Covarde! - Alex gritou no auge de sua ira, jogando o controle doPlaystation 2no sofá, esfregando o rosto entre as mãos.—Como ele ousa atirar em mim pelas costas? Isso é ridículo!—Ei, não precisa de tanto... - Ethan se pronunciou entre uma mordida e outra no misto quente, se encolhendo no sofá quando ostriperparou e o encarou incrédulo.
Faziam quatro dias desde o ocorrido na sala de aula, desde então Ethan vivia tentando evitar ao máximo cruzar com Erick nos corredores, e era o primeiro a deixar suas aulas quando estas acabavam.E é por isso, senhoras e senhores, que vocês não devem se envolver com ninguém da mesma faculdade.Distraído sobre a rotina que teria naquele dia corrido e bagunçado na boate - já que Alex o ligara para dizer que o gerente havia sido trocado, assim como alguns gestores do local - Ethan sequer sentiu quando alguém tocou o espaço e
Ethan estava decidido: depois de passar a noite inteira revirando na cama, bebendo chá de erva doce e observando a vista nada privilegiada de seu apartamento, ele finalmente iria conversar com Erick sobre tudo. Colocar todas as coisas nos eixos.E que seja o que Deus quiser!Pensou, enquanto caminhava pelos corredores da faculdade, sentindo o nervosismo brotar desde o formigamento na pontinha do pé ao estômago que revirava.De acordo com a grade, as aulas administradas pelo loiro seriam as próximas, e o garoto mal podia esperar para que tudo acabasse logo e eles pudessem conversar. Foi aí que, ao ficar cinco minutos sentados e meio excluído do resto de sua turma, uma
—Erick? - O garoto o chamara, tendo toda a atenção do loiro, que continuava no bar, apenas esperando seu turno acabar.—Você, por um acaso... leu alguma mensagem nova minha?O professor fez uma expressão de confusão, destravando o celular.—Onde? NoWhat-—Não! Não olha! - Ethan gritou com um nervosismo por ter escrito tudo aquilo em uma
QuandoHenricocolocou seus olhos sob o filho, o sorriso descontraído e postura relaxada que carregava mudou como da água para o vinho.Ambos não sabiam muito bem o que fazer – ou o que um estava pensando do outro, e seus corações batiam muito forte, afinal: ambos tinham sido pegos no flagra ao mesmo tempo, e a surpresa de um, era a surpresa do outro também. Erick nunca imaginara que, em algum dia de sua vida, veria o pai ali, muito menos que seria visto por qualquer conhecido.Um homem de cabelos escuros, sem perceber o momento, abraçaraHenrico
Nada fazia muito sentido para Ethan naquele momento. Porque aquele...garotoestava fazendo aquilo? Onde ele pretendia chegar e o quão longe iria com essas ameaças?Esses pensamentos estavam tão pesados em sua cabeça que o moreno mal podia prestar atenção nas aulas. Na realidade, ele nem queria pisar naquela faculdade cheia de pessoasperturbadas. Nunca mais.Ainda sentia nojo do que fora obrigado a fazer, e com toda certeza não conseguiria encarar Erick por um bom tempo em função disso. Mas, infelizmente - ou não - o universo decidiu consp
—Espero que você tenha gostado da experiência de quase ser preso. -Henricoestava puto, soltando fumaça da cabeça.—Sinceramente... Por quê decidiu jogar uma carreira estável na lama por um garoto?!Não, ele não sabia muito bem o que tinha acontecido, e o filho também não fizera questão de contar em detalhes com exceção do advogado. Então ficaram os três:Henrico, Erick e o super competente sr. Oliveira na delegacia praticamente o dia todo prestando depoimentos
Quando saiu da sala de ar condicionado e poltronas confortáveis, Ethan se sentia um pouco melhor do que antes, mas ainda assim, visitar aquele lugar não era, nem de longe, algo fácil de se fazer. Mas graças à insistência de Alex, ele decidira tentar.—Ei, como foi? - O amigo quis saber, levantando-se da cadeira onde pacientemente o aguardava na sala de espera.—Foi ok, acho que não preciso voltar mais. - Murmurou, arregaçando as mangas do moletom escuro que usava.Último capítulo