Ethan estava decidido: depois de passar a noite inteira revirando na cama, bebendo chá de erva doce e observando a vista nada privilegiada de seu apartamento, ele finalmente iria conversar com Erick sobre tudo. Colocar todas as coisas nos eixos.
E que seja o que Deus quiser!
Pensou, enquanto caminhava pelos corredores da faculdade, sentindo o nervosismo brotar desde o formigamento na pontinha do pé ao estômago que revirava. De acordo com a grade, as aulas administradas pelo loiro seriam as próximas, e o garoto mal podia esperar para que tudo acabasse logo e eles pudessem conversar. Foi aí que, ao ficar cinco minutos sentados e meio excluído do resto de sua turma, uma—Erick? - O garoto o chamara, tendo toda a atenção do loiro, que continuava no bar, apenas esperando seu turno acabar.—Você, por um acaso... leu alguma mensagem nova minha?O professor fez uma expressão de confusão, destravando o celular.—Onde? NoWhat-—Não! Não olha! - Ethan gritou com um nervosismo por ter escrito tudo aquilo em uma
QuandoHenricocolocou seus olhos sob o filho, o sorriso descontraído e postura relaxada que carregava mudou como da água para o vinho.Ambos não sabiam muito bem o que fazer – ou o que um estava pensando do outro, e seus corações batiam muito forte, afinal: ambos tinham sido pegos no flagra ao mesmo tempo, e a surpresa de um, era a surpresa do outro também. Erick nunca imaginara que, em algum dia de sua vida, veria o pai ali, muito menos que seria visto por qualquer conhecido.Um homem de cabelos escuros, sem perceber o momento, abraçaraHenrico
Nada fazia muito sentido para Ethan naquele momento. Porque aquele...garotoestava fazendo aquilo? Onde ele pretendia chegar e o quão longe iria com essas ameaças?Esses pensamentos estavam tão pesados em sua cabeça que o moreno mal podia prestar atenção nas aulas. Na realidade, ele nem queria pisar naquela faculdade cheia de pessoasperturbadas. Nunca mais.Ainda sentia nojo do que fora obrigado a fazer, e com toda certeza não conseguiria encarar Erick por um bom tempo em função disso. Mas, infelizmente - ou não - o universo decidiu consp
—Espero que você tenha gostado da experiência de quase ser preso. -Henricoestava puto, soltando fumaça da cabeça.—Sinceramente... Por quê decidiu jogar uma carreira estável na lama por um garoto?!Não, ele não sabia muito bem o que tinha acontecido, e o filho também não fizera questão de contar em detalhes com exceção do advogado. Então ficaram os três:Henrico, Erick e o super competente sr. Oliveira na delegacia praticamente o dia todo prestando depoimentos
Quando saiu da sala de ar condicionado e poltronas confortáveis, Ethan se sentia um pouco melhor do que antes, mas ainda assim, visitar aquele lugar não era, nem de longe, algo fácil de se fazer. Mas graças à insistência de Alex, ele decidira tentar.—Ei, como foi? - O amigo quis saber, levantando-se da cadeira onde pacientemente o aguardava na sala de espera.—Foi ok, acho que não preciso voltar mais. - Murmurou, arregaçando as mangas do moletom escuro que usava. —Pensei que você nunca nos apresentaria! - Noah disse assim que o irmão chegara ao lado de Ethan na empresa. O garoto sorriu meio sem graça - e intimidado pelo ambiente no geral.—Vocês já se conheceram pessoalmente, na festa de aniversário daEmy. - O loiro respondeu, parecendo meio impaciente com aquela conversa.—...Sério? Lembro de pouca coisa desse dia. - O moreno respondeu, escutando Ethan rir baixinho.—17 - CHURRASCO
Quando se viu diante daquela verdadeira revelação inesperada, a mulher juntou as sobrancelhas, alternando o olhar entre o filho e oamigo.—Que brincadeira é essa? - Seu tom de voz saiu sério, assim como sua expressão.Temeroso sobre até onde aquela conversa iria, Erick respondeu:—Não é brincadeira, nós realmente estamos-—
Absolutamente tudo era observado pela sociedade e suas normativas: a forma de andar, falar, vestir, sua personalidade, seu poder aquisitivo, seus gostospessoais. Tudo deveria seguir um padrão dentro da normalidade para que você consiga ser aceito e bem visto.Foi com esse tipo de pensamento que Yuri cresceu, vendo o pai ser o maior exemplo de masculinidade que havia, o incentivando a “pegar mulher” desde muito cedo. Nada mais natural, então, que ele seguisse todas as normas para ser igual os outros.Só que existia aí um problema: quando criança, seus pais brigavam incessantemente por seu jeito sensível e afeminado, e tais discussões perd