Seus olhos dourados percorrem a sala, fixando-se em cada um dos vampiros presentes. Ele pode sentir a tensão no ar, o medo e o desespero que emanam deles. O vampiro que havia falado antes engole seus olhos evitando os de Mat.
—Senhor, com licença, você acha que poderia compartilhar seu sangue conosco para nos curar?
—Curar? O que você quer dizer com isso?
—Meu rei— Elmira deu um passo à frente, olhando para ele, —todos nós estamos morrendo por beber o sangue de lobos. Somente você está saudável.
—Senhor, estamos desesperados— ela começa, com a voz trêmula. —Perdemos muitos de nosso povo. Os Andro Esfinges nos caçaram sem piedade, e nossas tentativas de obter poder por meio do sangue de lobisomens semideuses só resultaram em mais mortes.
A vida na matilha é aparentemente tranquila. Os filhotes, agora jovens em seu auge, frequentam a escola e se misturam com os de outras matilhas. Mas, entre eles, Hórus se destaca. Apesar de ser a reencarnação de um deus, seu potencial continua em grande parte irrealizado. Seu pai lobo, o elo crucial para desbloquear sua verdadeira força, continua sendo uma presença distante em sua vida.Isso não passou despercebido pelos outros. Como filho do Alfa Supremo, Horus é um alvo constante. Ele é desafiado, provocado e atacado pelos lobos das outras matilhas que o veem como uma ameaça e uma oportunidade. A cada desafio, a cada ataque, espera-se que Hórus prove seu valor, que mostre a força de um deus que dizem que ele carrega dentro de si.Mas, apesar das dificuldades, Hórus perm
A deusa Amonet acariciou gentilmente o pelo de Horus. Ela podia sentir a angústia dele e estava triste por não poder fazer nada para aliviá-la. Todos tinham o mesmo medo, apesar de tentarem entender por que Mat não havia retornado, eles não haviam descoberto nada. Nenhum dos deuses falou, com medo de que Rá os punisse.—Tenha paciência, filho. Comporte-se e mostre ao seu pai que você é forte e saudável. Não aumente as preocupações dele.Hórus assentiu com a cabeça, embora a preocupação ainda obscurecesse seus olhos. Determinado a ver seu pai, a passar o máximo de tempo possível com ele e a lhe dar um pouco de sua energia, ele se levantou.
Hórus correu até seu pai e o encontrou sentado na colina da lua, com o olhar perdido na distância e uma expressão de tristeza e nostalgia.—Pai, já comi. Estou pronto— disse Horus, tentando injetar um pouco de energia em sua voz.Jacking sorriu fracamente para ele. Ele tinha ouvido a conversa entre Lua e o filho e estava satisfeito com o fato de Hórus estar disposto a fazer isso, mas precisava fazer com que ele confiasse nele pelo que ele era, seu pai. Então, rolando de onde estava, ela lhe pediu com um sorriso.—Filho, sente-se aqui ao meu lado por um tempo. Horus o fez imediatamente, pois adorava sentar-se no topo da Colina da Lua com seu pai. —Você confia em seu pai, Hórus?&mda
Jacking e Hórus chegaram lentamente a essa caverna, sentindo a atmosfera mudar. Sentindo a presença deles, os Andro Esfinges e Guino Esfinges saíram para cumprimentá-los, com os olhos brilhando de respeito e lealdade ao seu Alfa.—Bem-vindo à nossa morada, meu Alfa— cumprimentou Hu, dando um passo à frente.—Bom dia, Hu. Quero que você chame todo o seu pessoal, quero apresentá-los a alguém muito importante— disse Jacking.—Sim, meu Alfa— respondeu Hu, desaparecendo na caverna.Horus olhou para seu pai com curiosidade. Ele até virou a cabeça para ver se mais alguém os estava seguindo, mas só havia o
Jacking acenou com a cabeça em sinal de aprovação. Ele olhou para seu filho, transformado em todo o seu esplendor no deus Hórus com todos os seus atributos, e seu coração bateu forte de emoção.—Aceite sua lealdade, filho. —Ele continuou a se dirigir ao filho, que parecia não saber o que fazer. Hórus parecia incerto.—Como, meu Alfa?—Basta dizer que você os aceita e que sempre os protegerá.Hórus respirou fundo e, em seguida, anunciou com uma voz que ecoava o eco da antiga divindade:Eu, Hórus, aceito a lealdade de vocês e juro protegê-los sempre.
Depois de uma jornada aterrorizante pela escuridão e pelo caos, Mat foi parar em um lugar que jamais poderia ter imaginado: o covil dos demônios vampiros. Aterrorizado, mas determinado, ele permaneceu imóvel no sarcófago, observando e ouvindo as criaturas ao seu redor.Os demônios vampiros, a princípio assustados com a súbita aparição do sarcófago, se esconderam. Mas quando viram que nada estava acontecendo, começaram a se aproximar com cautela. Mat podia sentir seus movimentos, seus sussurros, sua curiosidade palpável.—Reconheço esse sarcófago— disse um dos demônios vampiros, com a voz cheia de admiração e medo. Ele pertence ao rei dos vampiros.—Você
Enquanto procurava, Mat percebeu que precisava agir com cuidado. Ele não queria causar mais danos do que o necessário, mas também sabia que sua sobrevivência dependia de encontrar um novo corpo logo. A cada segundo que passava, sua forma etérea ficava cada vez mais fraca, e ele sabia que, se não encontrasse um corpo logo, poderia desaparecer completamente.Com essa preocupação em mente, Mat continuou sua busca, esperando encontrar um corpo adequado antes que fosse tarde demais. De repente, seu olhar recaiu sobre um jovem de beleza estonteante, e uma lembrança se agitou em sua mente. Sem deixar margem para dúvidas, ela desliza para dentro dele, enchendo-o de energia vital pura e vibrante. Guiando-o, ela o direciona para a residência do Alfa.Ele cruza a soleira da porta
A deusa da lua Yat, que vasculhou o universo em busca da alma de lobo de Mat, curva-se respeitosamente antes de falar. Convencida de que somente o poderoso Rá poderia escondê-lo dessa forma, de modo que ela não pudesse encontrá-lo, ela diz—Saudações, poderoso Rá. Meu pedido de hoje é o mesmo que tenho feito durante todos esses anos: onde você escondeu a alma do meu filho Mat?Rá suspira, um som que parece ecoar por toda a sala. Ele está realmente cansado de ela perguntar a ele todos os dias onde ele o tem.—Yat, eu digo a você novamente, eu não o tenho, eu não sei onde Mat está.—Mas pai...