Capítulo 88. Aquela maldita bruxa. Parte 2. -Precisamos voltar logo. Valerie acrescentou, tentando manter a conversa leve. - Há tanta coisa para organizar e quero que estejamos prontos. Além disso, estar aqui em Paris não está me fazendo bem... Pensei em sair para explorar Paris e curtir a cidade todos os dias, mas que diabos, é chato andar sozinha, ela murmurou, lançando um olhar fugaz para Vincent, esperando que ele entendesse a indireta.Embora, na verdade, ela queria voltar porque não aguentava mais estar na mesma cidade que Abby. Ela queria Vincent longe, o mais longe possível daquela mulher que a fez de ridícula e que se atreveu a falar daquela maneira com ela, era mais forte do que ela imaginava ao ler a carta de Gerard Lefebvre.A frustração borbulhou dentro de Vincent enquanto ouvia Valerie falar. Suas palavras sobre o retorno a Dubai apenas alimentou seu desejo de se afastar dela, daquela pressão constante que sentia em cada momento que compartilhavam juntos. Não lhe faltav
Capítulo 89. Promessa quebrada.Abby entrou em casa com Leana dormindo profundamente em seus braços, sentindo o calor de sua filhinha contra seu peito, cada passo que ela dava ecoava no silêncio do lar, mas a única coisa que sentia era o peso do remorso oprimindo seu coração.Ele foi enfrentar Vincent sem dizer nada a Bastián, quando combinaram que iriam juntos enfrentá-lo, e quebrando seu próprio pedido de ser uma equipe, de enfrentar tudo juntos.Com que cara ela iria explicar isso para ele agora?Quando empurrou a porta da frente com o ombro, a primeira coisa que viu foi um Bastián preocupado falando ao telefone, a angústia parecia ter congelado em seu rosto.-Sim, Sarah. - Bastián disse com um tom de voz baixo e tenso. - Não, elas ainda não chegaram. Liguei para ela mil vezes, mas o telefone dela está desligado... Eu sei, eu sei, mas...Ao vê-la entrar, seus olhos se iluminaram e sua expressão mudou drasticamente, sua alma pareceu retornar ao seu corpo naquele exato momento.-Sara
Capítulo 90. Fui vê-lo.O silêncio que tomou conta da cozinha era tão denso que poderia ser cortado com uma faca. Abby sentiu o peso do olhar de Bastián cair sobre ela como uma placa de pedra, esmagando cada um de seus pensamentos, e o eco de suas próprias palavras, das promessas que ela havia quebrado, atingiu-a impiedosamente, ecoando em seus ouvidos como uma censura constante.Ela sabia que não poderia continuar adiando, que precisava ser honesta, embora cada fibra de seu ser temesse a reação de Bastián.Abby fechou os olhos por um segundo, respirando fundo, sentindo o cheiro de café frio flutuando pela cozinha, um aroma amargo que refletia a amargura que ela sentia dentro dela.As palavras lutavam para sair, mas o nó na garganta parecia prender tudo o que ela queria dizer.“Como posso explicar o que fiz sem quebrar tudo o que construímos?”, ela se perguntou, com a mente em um emaranhado de culpa e medo.-Abby. - A voz de Bastián a trouxe de volta à realidade, mais suave do que ela
Capítulo 90. Fui vê-lo. Parte 2.Abby, por sua vez, sentiu um aperto no peito. As palavras de Bastián refletiam exatamente o que ela temia, ela havia quebrado sua própria promessa, o havia deixado de fora, quando ele sempre esteve disposto a protegê-las, a estar ao seu lado incondicionalmente em cada tempestade.A culpa e o remorso tomaram conta dela e, por um segundo, ela sentiu as lágrimas ameaçando vir, mas se recusou a permitir que a vulnerabilidade assumisse o controle.-Bastián... - Ela começou com a voz trêmula, mas firme, forçando-se a olhar para cima para encontrar os olhos dele. - Eu sei que deveria ter conversado com você antes. E acredite, me arrependo de ter feito assim, mas naquele momento senti que não aguentava mais esperar. Eu estava desesperada e não podia ficar parada esperando que Vincent fizesse algo novamente que colocaria nossa família em perigo. Não queria que você pensasse que sou fraca ou que não consigo lidar com isso sozinha.Bastián olhou para ela com mais
Capítulo 91. Ele guardou tudo.Hugo olhou as horas no relógio de pulso, o ponteiro dos segundos avançando com um ritmo constante que só aumentou sua impaciência. Ele tamborilou os dedos na mesa de madeira polida enquanto colocava outro pedaço de lasanha na boca.O restaurante estava animado, cheio de conversas ecoando ao seu redor, mas ele mal notava a agitação, sua mente focada em uma coisa: Em Vincent.Desde que o irmão mais velho havia retornado a Paris, Hugo não conseguia se livrar da sensação de desconforto que o invadia toda vez que recebia um telefonema dele. Desta vez, o encontro foi apresentado como algo “urgente”, e essa palavra ressoou com um eco de tensão em sua cabeça.Quando finalmente o viu entrar no restaurante, Hugo estreitou os olhos. Vincent caminhava com uma confiança superficial, a mesma que usou durante toda a vida para mascarar seus problemas. Sua postura era ereta, seus movimentos controlados, mas Hugo não pôde deixar de notar o leve tremor na mão de Vincent ao
Capítulo 91. Ele guardou tudo. Parte 2. O barulho da cidade lá fora, os murmúrios distantes do restaurante, tudo parecia desaparecer enquanto seu irmão olhava para ele, ainda franzindo a testa, tentando processar o que acabou de dizer.Vincent olhou para baixo por um segundo, franzindo os lábios, enquanto seus pensamentos giravam em sua cabeça. Ele sabia que não seria fácil, mas tinha que tentar.-Escute, Hugo. Sei que o que fiz foi imperdoável, sei que nem mereço ser ouvido, mas não estou aqui para me desculpar. - Vincent começou com sua voz baixa e controlada, embora por dentro sentisse que cada palavra era uma luta. Ele olhou para o irmão com uma mistura de vulnerabilidade e desespero que raramente demonstrava.O rosto de Hugo não demonstrava nenhuma emoção clara, mas o leve tremor em seus lábios e a mandíbula cerrada deixavam claro que ele estava furioso. Seus olhos verdes, estavam escuros e frios, não deixavam Vincent, como se ele estivesse esperando por algo mais, algo que expl
Capítulo 92. A família não se compra.Hugo olhou para Vincent do outro lado da mesa com uma expressão dura, e seus olhos, fixos no irmão mais velho, mostraram quão pouca ou nenhuma confiança ele depositava nele. Ele deixou o garfo de lado no prato de lasanha e cruzou os braços antes de falar.-Primeiro, quero que saiba que não vou vender minhas ações para você. Isso não vai acontecer, não farei isso com Sarah. - Disse ele sem rodeios, indo direto ao ponto, mas sem tirar os olhos de Vincent, que tentava não demonstrar abertamente sua decepção, mas seus dedos batiam levemente no copo de whisky. Ele sabia que Hugo não facilitaria e que talvez precisasse de um plano B. Felizmente, Hugo ainda não havia terminado de falar. - Conheço um sócio minoritário que tem interesse em vender sua parte. - Hugo disse, inclinando-se um pouco para frente. - Se você realmente quer entrar na L&J, essa é sua chance.Vincent soltou a respiração que não percebeu que estava prendendo, sentindo um breve alívio a
Capítulo 92. A família não se compra. Parte 2. -Então é isso. - Hugo finalmente disse, seus olhos nunca deixando Vincent. - Mas quero que você entenda uma coisa, não estou te ajudando porque confio em você, e muito menos porque acho que o que você está fazendo é altruísta. Se trata da sua tentativa de “consertar” as coisas com Leana, espero que você seja sincero, ela é uma menina e é a coisa mais preciosa da família Lefebvre, mas se você está pensando em usá-la como desculpa ou como uma moeda de troca em algum jogo de poder, estou lhe dizendo agora, você vai pagar caro. Leana já tem pai, se você realmente quer estar aqui para ela é melhor não procurar outra coisa.-Não é um jogo, Hugo. - Ele finalmente respondeu, sentindo o coração batendo forte no peito, mas não podia se permitir hesitar. Não agora. Ele olhou para cima, encontrando novamente os olhos de seu irmão que eram quase idênticos aos seus. - Não estou procurando nada para mim. Quero ficar aqui porque, embora nunca diga isso