Anselmo virou o rosto para o lado e disse:

— Pai, beije a mamãe, eu não estou vendo nada.

Ele cobriu os olhos com as mãos, mas espiava secretamente pelas frestas dos dedos.

Heitor, ao ver o quão adorável ele era, não pôde resistir a cutucar entre seus dedos.

— Você não está vendo? Seus olhos estão todos à mostra.

Anselmo riu:

— É que eu acho que a mamãe trabalha tanto, você deveria dar um beijo nela, mas eu também quero te beijar.

Ouvindo seu filho dizer isso, Heitor sentiu um nó na garganta, baixou a cabeça e beijou sua testa, dizendo suavemente:

— Você ainda está em um período de risco, suscetível a infecções, não posso ficar muito perto de você agora, mas quando você melhorar, eu te beijo, pode ser?

Anselmo assentiu repetidamente:

— Quando eu melhorar, você vai comigo na aula de pais e filhos. As outras crianças disseram que você morreu e que eu sou um menino sem pai. Quero que você venha comigo para assustá-los.

Heitor disse:

— Claro, eu vou assustá-los.

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