Vendo Aurora dormir, ele finalmente entrou no escritório.Naquele exato momento, Heitor recebeu um e-mail de Simão:[Presidente Heitor, segue a retratação baseada na foto de Flávio, a polícia já iniciou as buscas pela pessoa retratada.]Observando a imagem no computador, Heitor franziu a testa.Flávio possuía traços delicados, o retrato digital o apresentava como um homem de aparência educada.Contudo, era justamente essa pessoa, de aparência tão erudita, que utilizava métodos tão sombrios e malévolos.Heitor respondeu imediatamente a Simão:[Investigue os antecedentes dos gerentes da Organização Vento Negro, o suspeito pode estar oculto entre eles.]...Um mês depois ocorreu o primeiro julgamento do caso em que Solange assassinou Larissa.As provas eram incontestáveis e o julgamento transcorreu de maneira fluida, com Solange admitindo sua culpa durante todo o processo.No entanto, quando o juiz questionou sobre o caso de Patrícia, Solange negou veementemente até o fim.Vendo ela no tr
“Por que Solange? Ela era a melhor amiga da minha mãe. Minha mãe confiava tanto nela que, antes mesmo de eu nascer, já tinha planejado meu casamento com o filho dela. Por que ela faria isso com minha mãe? Não apenas teve um relacionamento com o homem da minha mãe, mas também teve uma filha com ele. Por causa da felicidade de sua própria filha, ela sacrificou anos de amizade, destruindo minha mãe. E também me fez vagar pelo mundo durante tantos anos.”Pensando nisso, Aurora já não conseguia conter as lágrimas. Ela pensou que, não importasse quem fosse, encontraria essa pessoa e vingaria sua mãe. Mas nunca imaginou que seria Solange, a mãe do homem que ela mais amava. O que ela e Heitor fariam agora? A mãe dele matou a mãe dela, eles estavam ligados por um ódio materno. O corpo de Aurora começou a tremer incontrolavelmente. Ela deslizou lentamente para o chão ao lado da cama, murmurando baixinho:— Por que isso aconteceu, por que isso aconteceu?Ela e Heitor passaram por tant
Ele apertou os punhos com força, batendo violentamente contra a parede. Instantaneamente, sangue fresco começou a escorrer pela parede branca como neve, agora manchada. Sua mente estava inundada com imagens de Aurora, trancada em seu quarto, chorando inconsolavelmente. Desde que ficou grávida, ela enfrentou tantas adversidades, e justamente quando parecia ter superado, o destino lhe deu outro golpe devastador.Heitor sentia como se inúmeras facas estivessem perfurando seu peito, com sangue jorrando incessantemente. Com a voz rouca, ele disse:— Au, estou aqui fora. Por favor, fale comigo, está bem?Ao ouvir seu tom suplicante, Aurora chorou ainda mais. Com o rosto marcado por lágrimas, ela olhou para a porta e disse, com a voz embargada:— Heitor, por favor, vá embora. Eu só quero ficar sozinha, não vou machucar o bebê.Essas palavras atingiram Heitor como uma faca, penetrando profundamente em seu coração. A última pessoa que ela queria ver agora era ele. Ela o colocou na lista d
Ao ouvir essa frase, Patrícia imediatamente retirou o grampo de cabelo de sua cabeça. Olhando para a minúscula câmera escondida sob a pérola, ela exclamou, incrédula: — Como isso é possível? Comprei isso no shopping ontem, como alguém poderia ter mexido nele? A ideia das consequências de Aurora descobrir isso provocou lágrimas de culpa que começaram a correr pelo seu rosto.Isaac, ao vê-la assim, se apressou em confortá-la: — Não estou te culpando, Patrícia. Pense bem, alguém mais tocou neste grampo?Patrícia balançou a cabeça: — Não, depois da compra, coloquei diretamente na bolsa. Estava sozinha em casa ontem à noite, Geraldo nem voltou para casa, e eu não sei quando essa câmera foi colocada aí.Quanto mais falava, mais injustiçada se sentia. Se não estivesse usando esse grampo durante a sessão, Aurora jamais teria descoberto. Ela balançou a cabeça, culpada: — Isaac, você tem que acreditar em mim, eu não coloquei a câmera, realmente não sei o que aconteceu.Isaac, percebendo s
Caminhando até o carro, ele levantou a cabeça e olhou em direção ao prédio. Quando viu Aurora parada diante da janela de vidro, observando ele silenciosamente, sentiu um impulso momentâneo. Ele queria correr para o andar de cima e abraçá-la para consolá-la, mas não podia. Em vez disso, ele apenas ficou parado, encarando ela profundamente. Os dois permaneceram assim, um na varanda e o outro no quintal, se olhando mutuamente por vários minutos. Cada minuto parecia uma eternidade.Aurora, que havia acabado de acalmar suas emoções, começou a chorar novamente ao ver Heitor. Ela sabia que não deveria descontar nele, pois isso não tinha nada a ver com Heitor. Ela já havia prometido anteriormente que não deixaria os danos causados por Solange afetarem Heitor. No entanto, agora ela era apenas uma pessoa comum e não conseguia se libertar do ressentimento de sua mãe para ficar com Heitor. A cada vez que visse Heitor, ela se lembraria de como sua mãe foi morta por pessoas próximas e imagi
Naquela época, ele ficou cego e a Número 11 perdeu a fala. Eles se comunicavam por meio de uma conta do WhatsApp. Esse celular era especial para cegos, cada mensagem era lida em voz alta. Além disso, esse número era exclusivo da Número 11, ele nunca havia contatado outra pessoa. Heitor olhava fixamente para a mensagem na tela do celular.[Número 99, você está me vendo? Estou acenando para você.]Portanto, essa garota diante dele era a Número 11 que ele sempre quis encontrar.Heitor olhou novamente na direção dela, e a garota fez um sinal de mão para ele.[Número 99, quanto tempo.]Ao ver isso, os olhos de Heitor se fixaram. Essa era a única língua de sinais que a Número 11 havia ensinado a ele. Ela havia dito na época: “Se nos encontrássemos novamente depois de sairmos, eu usarei isso para me comunicar com você. Ao ver isso, você saberá que esta pessoa sou eu.”Heitor ficou parado, seus olhos negros e profundos fixos na garota diante da janela. Toda a informação era realmente alg
Ela tirou o celular do bolso e enviou uma mensagem. [Encontramos, mas ele está desconfiado de mim, não consegui me aproximar.]O homem do outro lado leu a mensagem e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.— Se fosse tão fácil enganá-lo, ele não seria o Heitor.O assistente assentiu, sorrindo:— Acho que o Heitor vai investigar o passado da Viviane agora. Ele não vai confiar nela tão facilmente.O homem riu friamente:— Eu farei ele acreditar.Heitor saiu do café e, assim que entrou no carro, ordenou a Simão:— Vá verificar essa garota chamada Viviane.Simão perguntou:— Você notou algo estranho quando falou com ela?Heitor franziu o cenho ligeiramente:— É estranho porque não notei nada. Ela parecia saber as respostas para todas as perguntas com antecedência. Ela me pareceu muito desconhecida, não como a Número 11.Simão deu partida no carro e, olhando para Heitor pelo retrovisor, comentou:— Se ela está se passando por outra pessoa, onde está a verdadeira Número 11 e como eles s
Por que ele não tinha nenhuma lembrança disso?Ele estava prestes a entrar no quarto para esclarecer as coisas quando ouviu a voz de Álvaro:— Heitor preparou para você o caldo de galinha com macarrão que tanto adora. Vou pedir para ele trazer, para que possam conversar.Aurora imediatamente balançou a cabeça:— Pai, preciso de mais tempo, ainda não sei como enfrentá-lo. Se não resolvermos isso adequadamente, mesmo que fiquemos juntos, sempre existirá uma barreira entre nós.Ouvindo essas palavras, Heitor parou de repente.As mãos que pendiam ao lado do corpo começaram lentamente a se fechar em punhos.Ele desceu as escadas silenciosamente e pegou o celular para ligar para Caio.Assim que a chamada foi atendida, se ouviu uma voz preguiçosa do outro lado.— O que foi? Estava descansando e você me acorda, se não for nada importante, vou começar a reclamar, viu?Com um tom sério, Heitor respondeu:— Peça para Marina atender.Percebendo a seriedade, Caio rapidamente se levantou da cama.Fa