Ao ouvir isso, Heitor arqueou as sobrancelhas em descrença.— Você a conhece?Aurora assentiu: — Você ainda se lembra daquela Giulia que conspirou com a Sarah contra mim? Nunca a encontramos, mas aquela mulher é a Giulia. Parece que ela se submeteu a uma cirurgia plástica, está diferente. — Aurora fez uma pausa antes de continuar. — Quando você a derrubou no chão, vi a marca de nascença preta na cintura dela. Convivi com ela durante quatro anos na universidade, moramos no mesmo dormitório, não posso estar enganada. Ela deve ter sido escondida pela Solange, talvez através dela possamos descobrir alguns segredos de Solange.Ao ouvir isso, Heitor imediatamente pegou o telefone e ligou para Kauan. O telefone tocou uma vez e do outro lado atenderam: — Heti, Au acordou?Heitor respondeu: — Acordou, está tudo bem. Au disse que aquela mulher é a Giulia, do meu antigo departamento de secretariado. Sua família sempre foi controlada por mim, talvez usando isso como moeda de troca, ela possa
Solange agia dessa forma e Valentino agia ainda mais intensamente. Kauan cerrava os punhos, prosseguindo com suas indagações:— Onde está Valentino agora?— Ele se encontra no porão do salão de beleza que Solange frequenta assiduamente, local que serve de base para a produção do tipo de afrodisíaco que Aurora utilizava. Eu trabalho lá e Valentino é o encarregado. Eu os vi se encontrando nesse lugar. — Giulia fez uma pausa e continuou. — Foi Valentino quem me incumbiu desta missão. Ele afirmou que, após concluí-la, me enviaria para o exterior para me reunir com meu filho.Ao escutar isso, os olhos de Kauan se enegreceram.Quando ele começou a investigar o afrodisíaco, pensou que fosse um produto de organizações ilegais internacionais, o que facilitaria rastrear o comprador, no entanto, após um tempo, ele percebeu que a droga já estava se popularizando discretamente no país e a sua origem era local.Os dedos longos e bem cuidados de Kauan empurraram seus óculos, enquanto sua voz ressoav
Uma voz sombria e fria surgiu da garganta de Heitor: — Valentino, há quanto tempo não nos vemos.Ao ouvir essa voz, Valentino instintivamente recuou, seus olhos ligeiramente turvos procuravam a direção de onde vinha o som.Heitor, trajado completamente de preto e com um semblante sombrio, caminhava em sua direção.Foi então que Valentino percebeu que tinha caído numa armadilha de Heitor.Com um tom de voz grave, ele disse: — Você está enganado, eu não sou Valentino.Heitor, com um sorriso frio no canto dos lábios, se aproximou de Valentino e arrancou a máscara de disfarce de seu rosto, revelando uma face conhecida.Seus olhos negros e profundos se fixaram naquele rosto, enquanto uma voz gelada e grave ecoava de sua garganta: — Valentino, você achou que colocando essa máscara de disfarce eu não o reconheceria?Ele então chutou Valentino no estômago, o fazendo recuar vários metros e bater contra um pilar, cuspindo sangue.Heitor parecia envolto em gelo, emanando um frio que sufocava.
Valentino, sentado no chão, desabafou desamparado:— No fim, o mendigo me abraçou e deixou a mulher escapar. Enfurecido, o nocauteei e o atirei nas chamas. Desde então, assumi a identidade desse mendigo, vivendo até hoje sob sua máscara de disfarce.Geraldo, ao ouvir essas palavras na sala de controle, apertou os punhos com força.Apenas agora ele descobriu que o rosto de sua mãe já estava irreconhecível devido a um incêndio anterior a esse evento, imaginando o quanto ela sofreu naquela época, por isso sua mente estava tão perturbada.Geraldo, sempre com um semblante amável, exibiu uma expressão feroz, se levantou da cadeira e correu para a sala de interrogatório. Com um chute, atingiu o estômago de Valentino, falando com uma voz fria e impiedosa:— Então, desde então, vocês têm buscado essa mulher, perseguindo ela junto com o filho dela repetidamente, certo?Valentino, surpreso, olhou para ele:— Como você sabia?Geraldo, passando a língua pelos dentes, respondeu:— Porque eu sou aqu
Ao pensar nisso, Heitor ficou completamente paralisado.Embora ele suspeitasse que Solange fosse a responsável, suspeitar era uma coisa, mas confirmar era outra. De repente, ele sentiu uma dor aguda no peito, tão intensa que quase esqueceu de respirar.Ele murmurava incessantemente:— Impossível, Solange não pode ser a assassina que matou Larissa, ela não pode ser a mãe biológica de Sarah. Se fosse verdade, por que ela ainda insistiria em me unir a Sarah? Ela não teme o incesto?Kauan observava sua dor e suspirou:— Eu também suspeitei disso, até mesmo duvidei que você fosse filho de Solange.Ao ouvir isso, Heitor agarrou a gola de Kauan:— Não é impossível. Eu vou fazer um teste de maternidade. Se ela é a mãe de Sarah, então ela definitivamente não é minha mãe.Dito isso, ele se virou para sair, mas Kauan segurou seu pulso firmemente.Ele tirou um relatório do bolso e entregou a ele, dizendo:— Eu fiz um teste de maternidade para você e Solange, até consultei três instituições diferen
Heitor apertava os punhos com força, fitando Valentino:— Solange foi presa, Sarah sequestrou Au, alguém tentou assassinar Au, quem te mandou fazer isso?Valentino balançava a cabeça:— Eu também não sei quem é, ele sempre usa uma capa preta e está em uma cadeira de rodas durante nossos encontros, não consigo ver seu rosto, ele é quem planeja tudo isso. Se eu não fizer, ele ameaça matar toda a minha família. — Valentino fez uma pausa e prosseguiu. — Sr. Heitor, eu já disse tudo, por favor, não faça nada contra a minha família.Ele se ajoelhava no chão, suplicando desesperadamente.Heitor o chutou para longe, dizendo friamente:— Entregue ele à polícia, reinterrogue Solange e descubra por meio dela a identidade da Sra. Patrícia e os segredos da pessoa por trás disso. — Heitor fez uma pausa e acrescentou. — Mas fiquem tranquilos, eu não vou salvá-la, isso é o que ela merece.Após dizer isso, ele se virou e partiu.Observando sua triste silhueta, Kauan sentia um aperto no coração e não co
Ela se deitou nos braços de Heitor, chorando baixinho, sentia uma dor tão intensa que ela não conseguia suportar.Várias vezes pensou em chamar um médico para solicitar algum analgésico, mas cada vez que a palavra chegava à sua boca, ela a engolia de volta.A preocupação de que a medicação pudesse causar defeitos no bebê a fazia suportar até a mais intensa das dores.Heitor beijava as lágrimas em seu rosto com carinho, murmurando de forma consoladora:— Quando eu estava machucado, um beijo seu aliviava minha dor, que tal tentarmos isso?Aurora levantou seus olhos molhados, meio cética, e olhou para ele:— Sério?— Vamos tentar, se não funcionar, pensamos em outra coisa. — Ele disse, enquanto seus lábios úmidos e quentes desciam pela sua bochecha, até alcançarem os lábios macios, e sua voz se tornava rouca. — Au, você ainda se lembra do nosso primeiro beijo?Suas palavras imediatamente levaram Aurora de volta ao passado, ao entardecer de três anos atrás.Ela se recordava de estar sentad
Quando ela começou a gostar dele?Não foi no primeiro encontro deles naquele beco escuro?Vendo que ela finalmente havia adormecido, Heitor não ousava perturbá-la, apenas mantinha essa dúvida em seu coração.Na manhã seguinte, quando Aurora abriu os olhos, o que viu foi o rosto barbudo de Heitor, também marcado por olheiras profundas.Ela tocou seu rosto com ternura, com uma voz um pouco rouca de quem acabou de acordar, ela disse:— Amor, está na hora de fazer a barba.Heitor beijou sua testa gentilmente e perguntou baixinho:— Você não me amaria mais se eu tivesse barba?Aurora sorriu:— Não é isso, só não estou acostumada.Heitor respondeu:— Vou fazer daqui a pouco. A ferida ainda dói?Aurora disse:— Está muito melhor. Você não dormiu a noite toda, não é?Heitor, acariciando seu cabelo suavemente, disse:— Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. Contanto que você e o bebê estejam seguros, eu estarei tranquilo.Ele estava prestes a se levantar, mas percebeu que seu braço havia sid