George nunca havia sido tão sério. Ele sempre detestou restrições e nunca tinha pensado em assumir os negócios da família, mas por uma palavra de Aurora, ele faria qualquer coisa por ela.

Mal ele terminou de falar, uma voz fria e profunda ecoou de trás:

- Se quer ter o capital para competir comigo, então me vença primeiro.

Heitor, vestido todo de preto, estava atrás deles, segurando um cigarro ainda aceso entre os dedos. Seu rosto nobre e bonito exibia uma melancolia indissolúvel. Os olhos, já profundos, pareciam ainda mais cavados, com rugas ao redor bem definidas. Em suas pupilas profundas havia uma saudade indisfarçável.

Ele se aproximou de Aurora, fixando nela seus olhos escuros e disse, com a voz rouca:

- Au, você está bem?

Antes que Aurora pudesse responder, George imediatamente se interpôs entre eles, com um olhar de desprezo no rosto.

- Ela está muito bem, não precisa de sua preocupação. Vá para onde deveria estar.

Heitor não se irritou, mas levantou seus olhos frios para ele.