Ele disse:- Eu também sinto muito a falta dela, mas ela não quer me ver. O que eu faço, Branquinho? A Aurora não nos quer mais, o que vamos fazer?Sua voz estava baixa, carregada de cansaço e um tom rouco.Nos seus olhos, uma dor indizível se escondia.Parecia que Branquinho entendia suas palavras, mordendo a barra da sua calça e puxando ela para fora.- Branquinho, o que você está fazendo?Branquinho latiu algumas vezes para ele.E continuou o puxando para fora.Foi nesse momento que Heitor entendeu o que Branquinho queria.Ele queria ver Aurora.Heitor hesitou por um momento, se curvou para apertar o pescoço de Branquinho e disse em voz baixa:- Vá ficar com a Aurora, ela está meio deprimida ultimamente. Cuide bem dela por mim, pode ser?Ao ouvir isso, Branquinho começou a girar animadamente ao seu redor.Heitor, levando Branquinho, chegou ao prédio onde Aurora morava.A luz amarela da varanda estava acesa.Ele adivinhou que ela devia estar sentada no sofá da varanda, sozinha, absor
No momento em que Heitor viu Aurora, sentiu como se algo tivesse golpeado seu peito com força. A dor era tão intensa que ele não conseguia respirar. Seus olhos negros profundos refletiam a luz do poste acima, ampliando gradualmente a dor em seus olhos. Ele nem sentia a queimadura do cigarro ainda aceso em seus dedos. Ele continuava a olhar fixamente para Aurora, temendo que ela desaparecesse com um piscar de olhos. Ele queria perguntar se ela tinha tido outro pesadelo. Ele queria abraçá-la e confortá-la. Quanto mais Heitor desejava fazer isso, mais seu coração doía. Inconscientemente, ele apertava a ponta do cigarro ainda aceso em sua mão. A dor aguda o fazia voltar a si lentamente. Ele imediatamente pegou o celular, querendo enviar uma mensagem para Aurora, perguntando sobre sua situação. Mas só então ele percebeu que Aurora havia bloqueado todos os seus contatos. Quando ele olhou para cima novamente, Aurora já havia desaparecido. Suas costas bateram fortemente contra o carro, p
Sarah fez uma pausa antes de continuar: - Mas fique tranquila, se você me perdoar, se você pedir a Heitor por mim, meu pai dará todos os casos do Grupo Cruz para você. O que acha?Ela afirmava estar pedindo desculpas, porém seu semblante transpirava superioridade.Aurora riu de leve. Com impiedade, respondeu:- Não preciso de suas desculpas, nem dos casos do Grupo Cruz. O que Heitor faz com você é problema dele, não me envolva, não venha aqui, você não é bem-vinda. Por favor, vá embora.Após dizer isso, se virou para partir.De repente, atrás dela, ecoou a voz zombeteira de Sarah:- Advogada Aurora, sei que seu pai se separou da família Alves e grande parte de seus bens foi apropriada pela sua avó. Agora ele precisa urgentemente de um parceiro comercial. Se você interceder junto a Heitor em meu nome, para que eu não vá ao cemitério dos antepassados rezar, meu pai pode ajudar a reconstruir o negócio dele. - Sarah fez uma pausa antes de prosseguir. - Acredito que a advogada Aurora é uma
Sarah tentou incriminar Aurora, mas não teve sucesso e seria levada ao cemitério da família para rezar amanhã.Ela estava de mau humor e foi beber com amigos, acabou bebendo demais e chamou um motorista para levá-la para casa. Ela entrou no carro, deu o endereço e se encostou no assento, sonolenta.Não sabia quanto tempo o carro tinha dirigido antes de parar. Sarah pensou que estava em casa e abriu imediatamente os olhos, mas o que viu foi um terreno desolado e vazio.Ela percebeu instantaneamente que tinha sido enganada. Quando tentou abrir a porta para fugir, uma capa preta foi jogada sobre sua cabeça. Se seguiu uma sessão de socos e chutes.Sarah só sentia como se seus órgãos estivessem sendo esmagados de dor. Ela queria gritar, mas algo havia sido colocado em sua boca, um cheiro fétido a fazia sentir náuseas.Não sabia quanto tempo havia passado, Sarah estava toda dolorida de apanhar. Rastejando no chão como um cachorro, ela implorava por misericórdia.Ela pensou que seu pesadelo f
Heitor falou com voz rouca:- Você cuidou bem da Aurora como eu pedi?Branquinho, o cachorro, latiu duas vezes. Ele colocou uma sacola no pescoço de Branquinho, sorrindo.- Isso é um presente para você e para Aurora, você pode entregá-lo a ela por mim?Branquinho grunhiu compreensivamente duas vezes, então correu em direção a Aurora. Aurora tinha corrido cinco quilômetros, já estava cansada e suada, e ao ver Branquinho correndo em sua direção, se sentou no gramado.Ela acariciou a cabeça de Branquinho suavemente.- Eu não te disse para não aceitar coisas de estranhos? Por que você não obedece?Ela riu enquanto tirava a sacola do pescoço de Branquinho e estava prestes a abri-la quando ouviu aquela voz profunda e familiar.- Fui eu quem deu, não foram outros.O sorriso no rosto de Aurora congelou instantaneamente. Ela lentamente levantou os olhos e viu uma figura alta e ereta à sua frente. O homem estava vestido com uma camisa preta e calças cinza. Suas feições, sob a luz amarela quen
Heitor correu de volta para casa em seu carro. Ele tinha um pressentimento muito ruim. O aborto de Aurora definitivamente não foi algo que ela quis. Ele se sentia extremamente tenso. O carro foi direto para a mansão. Ao vê-lo chegar, Valentina imediatamente foi ao seu encontro: - Senhor, enquanto eu estava arrumando o armário, encontrei por acaso as ervas medicinais que a Srta. Aurora costumava beber e entre elas há uma erva que pode causar aborto em gestantes. Ao ouvir isso, os já frios olhos de Heitor instantaneamente adquiriram uma camada de gelo. Aurora frequentemente sofria de cólicas menstruais e foi ele quem encontrou um médico de medicina tradicional para tratá-la, ela estava bebendo essas ervas medicinais há três meses. Ele olhou fixamente para as ervas medicinais nas mãos de Valentina e perguntou com voz grave: - Por que você está tão certa disso? - Meu avô estudava medicina tradicional e eu aprendi bastante sobre farmacologia com ele desde pequena, especi
Isso significava que Aurora havia tomado aquele remédio e, no dia do seu aniversário, quando ele foi resgatar Sarah, ela sofreu um aborto.Em outras palavras, se ele não a tivesse levado para buscar o medicamento, talvez o filho deles não tivesse sido perdido.Não era à toa que Aurora disse que o assassino do seu filho foi ele.Todas as memórias foram reativadas e um olhar, de desespero e de dor, aflorava nos olhos de Heitor.Ele se lembrou daquele dia, quando Aurora lhe perguntou o que fariam se ela estivesse grávida.Ele a advertiu naquele momento, dizendo para não trazer o assunto do filho à tona, pois suas medidas contraceptivas eram eficazes e que não haveria criança alguma.Ele ainda se lembrava do olhar de decepção e dor nos olhos de Aurora. Naquela época, ela já sofria a dor de perder um filho.Ele não apenas falhou em oferecer qualquer consolo, mas também proferiu palavras tão desprezíveis.Ele finalmente entendeu por que Aurora terminou com ele e por que foi um corte tão defi
Solange, a mãe de Heitor, sentiu o coração pular de susto, quando viu Heitor apontando em sua direção. No entanto, sua expressão era de total surpresa. Ela riu nervosamente:- Heitor, esse também era meu neto. Como eu poderia não querê-lo? Foi Aurora quem te disse isso, não foi? Ela está fazendo isso porque me odeia. Você não deve acreditar nela.Heitor olhava para ela friamente. Ele não sabia para onde tinha ido aquela mãe que amava tanto ele e sua irmã quando eram crianças. Por que, desde aquele incidente, ela parecia ter mudado completamente? Seus lábios estavam firmemente fechados e ele murmurou:- Consultório Amanhecer.Ao ouvir isso, Solange estremeceu involuntariamente, mas logo se acalmou.- É lá que eu sempre pego meus remédios. Qual é o problema?- Você conhece bem esse Sr. Dimitri?- Sim, tenho tido sintomas intensos da menopausa recentemente. Ele preparou algumas fórmulas para mim e os medicamentos têm sido muito eficazes. Minha qualidade de sono melhorou. Ele fez algo d