Capítulo 106
O telefone tocou por um longo tempo até que, finalmente, foi atendido.

A voz fria e distante de Aurora ecoou pelo receptor:

- Presidente Heitor, deseja algo?

Heitor, se esforçando para parecer animado, respondeu:

- Não, apenas queria ouvir sua voz.

Aurora franziu a testa:

- O senhor acha isso interessante, Presidente Heitor? Foi o senhor quem disse que me abandonaria, e agora não consegue me deixar em paz. O que o impede de me esquecer? Se eu mudar, isso resolveria?

Sua voz era fria e ligeiramente impaciente.

Heitor fechou os olhos, sentindo uma dor aguda, e segurou firmemente os cabelos com uma mão para manter a consciência:

- Aurora, você deve ter sofrido muito naquela noite, não é verdade?

Sua voz era fraca, cada palavra interrompida por uma dor incontida.

Aurora riu de si mesma, sarcástica:

- Presidente Heitor, não há necessidade de me lembrar constantemente que estive com outra pessoa. Estou bem ciente disso e não nutro mais nenhum desejo impróprio por você.

- Aurora - Chamou Heit
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