Parte 3...Ela pegou um ônibus e desceu algumas quadras depois, pegou um táxi e foi até o local do salão. Já tinha marcado tudo. Horário, cabelo, maquiagem e toda a produção.Primeiro ela fez o cabelo e a maquiagem, depois ela comprou lá mesmo um conjunto de terno e calça muito bonito, na cor cinza claro que a deixava elegante como gostava e estava acostumada a se vestir todos esses anos com Haroldo.Completou o look com o perfume que havia levado na bolsa e alguns acessórios caros que gostava, como suas pulseiras de ouro e pedras preciosas. As duas mulheres que a atenderam ficaram surpresas com a diferença do antes e depois. Pegou um táxi na frente do salão mesmo e seguiu para o encontro com os diretores.— Creio que podemos fechar, então? - um dos diretores lhe perguntou.— Em dois dias lhe daremos a resposta - ela sorriu — Três, no máximo - foi firme — Para mim foi muito bom. Vamos analisar os documentos - fez um gesto com a cabeça.Eles foram em direção ao heliponto. Se despediram
Parte 4...Se a família de Mathias não tivesse se metido, eles estariam casados agora? Não tinha certeza hoje. Mathias aceitou muito rápido toda a armação. Isso queria dizer algo, ela só não sabia ver antes.Mas ele tinha perdido mais do que ela. Um filho não se abandona e não se perde. Alan era um menino incrível. Amoroso, esperto, inteligente, bonito e feliz. Quando se tornasse um adulto com certeza faria muitas mulheres disputarem sua atenção.E ela nunca faria nada para magoá-lo, muito menos o afastar da pessoa que ele escolhesse para amar. Não teria a capacidade de criar uma mentira para afastar seu filho de quem quer que fosse. Tentava criar os filhos para serem críticos em seu julgamento e nunca passarem por situações em que pudessem ser enganados.Depois de cobrir suas pernas ela desceu e encontrou com Felipe na cozinha.— Fazendo um lanche noturno? - ela puxou uma cadeira e sentou perto dele.— Não. Na verdade só agora vou jantar.— Não sabia que os dois estavam dando tanto t
Parte 5...— Nossa, isso vai dar um tapa nos Mazzaro.— Vai ser é um murro - ela riu — Eu consegui descobrir alguns pontos fracos enquanto os servia dentro da empresa.— Você está se tornando uma verdadeira espiã - ele riu alto — Cuidado. Isso é complicado.— Comecei um contato com dois deles. Espero que Hugo faça o restante como indiquei. Se conseguir que passem para nosso lado será ainda melhor.— Não dê vacilo com essa gente, Anelise. Eles podem estar jogando com você também - ela virou para ele — Porque não desiste? Pegue só a conta da Free Carnes e abandone o resto. Já vai ser um baque enorme.— Até parece que você não esteve comigo todo esse tempo - tirou os óculos — Estou muito perto, é minha chance.— Exato. Você pode se queimar.— Eu não vou desistir, Felipe - ele cruzou os braços — Você salvou minha vida e cuidou de mim.— Haroldo fez isso - respondeu sério.— E você também - esticou a mão e tocou seu braço — Você é um irmão que eu nunca tive. É importante para mim, sabe dis
Parte 6...Anelise conversava animada com um grupo de políticos que já eram amigos de Haroldo antes mesmo dela se casar com ele. No meio da conversa animada ela fingia não entender as indiretas de um deles sobre sua solidão de viúva.O homem era inadequado para estar no meio deles, que falavam de negócios, mas ela evitou ser rude e apenas se fingia de desentendida como marido a ensinara bem.O meio da política era um dos piores. Uma pessoa de valor e moral de verdade, não essas falsas, acabaria se perdendo no meio desses abutres. Ela se fingiu de cega, surda e até muda, o que era uma boa saída para evitar dores de cabeça. Felipe se aproximou dela e a retirou do grupo.— Ainda bem que você inventou uma desculpa, já estava sem paciência com aquele ali - indicou com a cabeça — Ele está mais interessado em saber de minha vida íntima do que nos negócios - fez uma careta reprovando.— Eu imagino - ele disse a olhando por completo — Mas se for levar em consideração como você está bonita hoj
Parte 7...— Farei isso na hora certa.— Porque não divide mais as obrigações?— Seu irmão fazia assim.— E está morto - ele respondeu de modo seco.Ela não gostou do tom de voz dele.— Eu sei bem disso, mas eu devo muito a ele e não vou fazer nada que não seja de acordo com o que ele me ensinou - respondeu fria.— Eu sei, mas você também fez muito por meu irmão, Anelise. Ele era muito feliz ao seu lado e antes só vivia para o trabalho. Ele bateu o olho em você e se transformou em outro - falou baixo — Os tempos são outros agora, você tem que viver mais, passar mais tempo com os filhos.Anelise não gostava quando ele falava como se ela não desse atenção aos filhos e isso era mentira. Ela sempre compensava suas faltas e sabia que as crianças estavam bem cuidadas.O que ele queria era fazer com que se sentisse culpada por seguir os passos do marido. — Eu divido meu tempo muito bem - ele ficou corado — E realmente Hugo, às vezes penso que tem raiva de mim.— Eu? - ele deu um sorriso for
Parte 8...No dia seguinte estranho que ela aparecesse em sua casa oferecendo-se para levá-la ao médico. Achou em sua inocência e burrice, que estava apenas sendo uma boa cunhada.— Eu vou fazer uns exames de rotina - ela disse — Porque você não vem comigo?— Bem... Eu não sei se posso pagar agora por uma consulta. Só recebo meu salário no final do mês.— Que nada sua boba, eu pago - Márcia disse a incentivando — Faz assim... Vamos e depois a gente acerta.— Não sei...— Mathias vai se chatear comigo se souber que fui ao médico e não a levei.— Será? - mordeu o lábio — Ele nem mesmo sabe que eu me sinto mal, não lhe contei ainda.— Ah, não? - ela abriu mais os olhos — É melhor ainda - segurou seu braço — Vai me fazer ganhar pontos com meu irmão.Tonta como ela era na época, acreditou em Márcia, mas tudo o que ela queria mesmo era confirmar suas suspeitas. Quando recebeu o resultado do exame ficou sem ação, queria correr e contar para Mathias, mas ele estava fora da cidade em um compr
Parte 1...Anelise se espreguiçou e abriu a boca com um bocejo grande. Gostaria de ficar dormindo um pouco mais, no entanto tinha duas coisas importantes a fazer.Ir ao restaurante manter seu disfarce e entregar as pastas com as anotações que fizera para os diretores da Free Carnes e se tudo corresse como queria, ainda naquela semana já teria a conta deles para si.Estava na cozinha quando a campainha tocou e ela quase se arrastou, com preguiça. Olhou pelo olho mágico da porta. era Mathias. Não o esperava em sua casa. Ajeitou o cabelo e esfregou o rosto para espantar o sono.Ainda estava usando o pijama de algodão embaixo do roupão, mas não dava para trocar de roupa agora.Abriu um pouco a porta e viu que ele estava bem vestido para aquela hora da manha. De certo iria para a empresa. Ela manteve a feição limpa e tranquila, sem demonstrar emoção.— O que faz aqui, Mathias? - perguntou calma — O restaurante ainda não abriu, portanto não estou atrasada.— Sei disso. O que não sei é onde
Parte 2...— Levei coisa muito melhor - ela pensou no filho.— Levou meu amor e os presentes caros que lhe comprei.Ela tinha deixado tudo em uma caixa que a avó devolveu para a mãe ele dias depois.— Que amor? - ela fez uma cara de dúvida — E as coisas foram todas devolvidas - disse de cara fechada — Foram entregues em mãos.— Mentira. Eu não recebi nada.— Minha avó entregou em mãos à sua mãe - ela disse entre dentes — E se a chamar de mentirosa de novo, quebrarei todos os pratos dessa cozinha em sua cabeça - apertou a mão fechada.Ele não sabia que Lourdes havia devolvido seus presentes.— Porque fugiu sem levar a sua parte?— Que parte? Nunca toquei nesse maldito dinheiro - ela disse rude — Qual é o seu problema? Por que insiste em não ver a verdade? Do que tem medo, Mathias?— Eu não temo nada - ele se empertigou — Jonas devolveu o dinheiro, ele confessou que você não fazia parte do roubo, mas acho isso estranho... Ele demorou a devolver - mordeu o lábio — Só que ele não negou qu