Parte 4...Com apenas quatro semanas ela se viu casada com Haroldo e foi uma reviravolta. Passou por uma bateria de exames, uma equipe ligada a moda e beleza que lhe deu toda atenção e ficou com ela por duas semanas, ocupando quase que todo seu tempo lhe dando aulas e dicas sobre tudo que era relacionado a esse mundo.Ela aprendeu como se maquiar até chegar a fazer isso sozinha. Mudaram seu cabelo, roupas e criaram um estilo baseado nas preferências dela. Até mesmo o modo de falar lhe foi ensinado.Para todos em volta ela passou a ser conhecida apenas como Neli Ferroso. Foi enviada para a Toscana, na Itália, onde o marido tinha uma propriedade de mais de quinhentos anos de idade. Era o lugar mais lindo que ela já tinha visto no mundo e para sua situação, era o mais perfeito também.Lá ela tinha aulas de etiquetas, idiomas e negócios. Tudo organizado pelo marido, que lhe dava muito, porém lhe cobrava muito também. E ela tentava fazer valer esse investimento dele.Os empregados do local
Parte 5...Ela só não era mais feliz, porque a avó não conhecia os bisnetos. Não queria magoar o marido e trazer o passado para o presente. Elas mantinham contato, ainda que não fosse o que ela queria mesmo. Lourdes preferia que ela não retornasse, mesmo sendo casada com um homem importante como Haroldo e ao mesmo tempo não queria sair da cidade e ainda mantinha o mesmo medo de que se alguém soubesse da verdade, isso poderia trazer um prejuízo ao seu casamento.Lourdes apenas queria manter a felicidade da neta a todo custo e fez um acordo com Haroldo de não revelar nada para ninguém e tudo continuaria como sempre.Haroldo cuidou de tudo para ela e nunca mais Lourdes teve problemas financeiros. Desse dia em diante ela podia viver bem, mas escolheu continuar na mesma casa. Era uma mulher calma e simples e que não se importava com luxos.Quando Haroldo morreu durante uma viagem de trabalho ela ficou arrasada. Eles já moravam em definitivo em Aracaju e ela já fazia parte da diretoria. Foi
Parte 6...Eles terminaram de comer e Felipe levantou, deixando a louça usada na pia.— Infelizmente, não vou poder ficar, mas eu volto como combinamos - ele lhe deu um beijo leve no rosto.— Volte logo - apertou os lábios — Sinto falta de um rosto amigo ao meu lado - apertou seu braço.— Nós também estamos com saudade de você e as crianças não param de falar.— Não deixe que os dois façam bagunça em casa.— Não se preocupe - ele sorriu e a abraçou.Antes de sair, Felipe parou e se virou para ela, a olhando de modo carinhoso e preocupado.— Por favor, Anelise, cuide-se bem. Cuidado com essa gente. Lembre-se de que Haroldo fez tudo para manter você protegida do que lhe fizeram. E eu ainda estou aqui. Tenho receio de que se subir muito alto, possa cair e se machucar de novo.Ela ficou emocionada pelo carinho de Felipe e sabia que ele tinha razão no que dizia.— Eu entendo - o abraçou de novo — E agradeço por você estar sempre comigo - beijou sua bochecha de leve.Quando Felipe saiu, viu
Parte 1...Márcia notou que a mãe não estava bem durante o jantar, mas não poderia questioná-la até que os convidados fossem embora. Luiza pouco comeu e falou. Estava alheiá à conversa.— Mãe, o que está havendo? - ela perguntou baixinho.— Depois nós falamos - a olhou de lado.Márcia não gostou disso. Ficaria ansiosa até depois. Enquanto ainda tivessem convidados teria que imaginar o que acontecera.Luiza não conseguia parar de pensar na conversa com Anelise pela manhã. Tinha sido uma surpresa ver um homem sair da casa ela e mais surpresa ainda ver o modo seguro como ela se portou.Era quase como se fosse outra pessoa, outra mulher. No entanto era ela ali em sua frente. Mas com certeza o espírito e a força eram outros. A garota medrosa não existia mais.Ainda assim, precisava se livrar dela o quanto antes. Anelise era perigosa para Mathias. Sentia que uma tempestade se aproximava e não queria ficar no meio.Ela quase não deu atenção aos convidados porque sua mente estava ocupada com
Parte 2...Luiza andou até o barzinho e serviu mais um pouco do vinho, bebendo calmamente enquanto pensava, relembrando o passado. Ela não tinha desculpas para as atitudes do passado e pelas crueldades que cometera. Apenas tinha sido o certo na época.Ela também havia sofrido, mas foi sua opção. Já Anelise e Mathias tinham sofrido por seus atos de maldade, sem se importar com os outros, só com ela. Era uma união que ela sabia que não terminaria bem e agora não queria que as pessoas voltassem a comentar sobre seu passado com o retorno dela. E nem sobre o que ela mesma havia sofrido muito antes disso.Agora ela estava em uma encruzilhada. No fundo tinha agido por medo também, não só preconceito. Tentou impedir que o passado se repetisse e só aumentou o problema. Anelise a desafiou e não tinha medo dela agora.Luiza não revelou que dois meses depois, contratou um detetive particular para encontrá-la, coisa que se mostrou impossível e após seis meses de busca ela desistiu.Anelise simple
Parte 3...Ainda não eram nove horas da noite quando ela acabou o turno. Queria ir para casa e descansar. Tinha ouvido algumas coisas depois que Mathias saíra e trabalhou direto. E tinha atendido um telefonema estranho.— Restaurante O Rancho, boa noite.— Hum... Boa noite - a pessoa pausou — Você sabe me dizer... Se há uma funcionária aí... Ela é nova... Se chama Anelise.Ela franziu os olhos sem reconhecer a voz do outro lado. Quem estaria procurando por ela?— Desculpe, não conheço todos os funcionários - ela mentiu — Eu também sou novata aqui.— Ok... Tudo bem então, eu agradeço.Ele desligou. Quando Lenora perguntou quem era, ela disse que fora engano. Ficou pensando em quem poderia ser, mas depois se distraiu com o trabalho e com a observação das pessoas que entravam no local. Estava de ouvidos atentos.Ela ficou pensando na atitude grosseira de Mathias. Ele também havia mudado. Não era mais educado, carinhoso como antes, era frio e grosseiro. Ele não acreditou no que lhe disse
Parte 4...— E fez muito bem. Não são pessoas confiáveis.— Graças a Deus meu curso já está na metade. Eu não quero continuar trabalhando lá.— O que vai fazer?— Assitência social. Quero trabalhar com quem precisa.— Isso é muito bom.— Quero ajudar as pessoas, não é fácil hoje em dia. Tem muita gente que fica desesperada sem ajuda.— Sei bem como é - suspirou — Você tem namorado?— Não - ela encolheu o nariz em uma careta — Já tive, mas depois de um tempo não dava mais certo...— Que pena.— Não quero me envolver com outro tão cedo.— Mas nem todos são iguais - ela era a prova disso. Tinha conhecido dois muito diferentes — É uma questão de sorte também. Tem que ficar atenta para quando o homem certo surgir. Não dá para perder a oportunidade.Ela conversou muito para bisbilhotar sobre a vida de Diana e realmente ela estava gostando dela. Até chegou a comentar isso com Felipe.Só tinha que ter cuidado com Lorena. Ela observava seus passos no trabalho porque ainda era novata. Até comen
Parte 5...— Eu sei - ele suspirou fundo e passou os dedos pelo cabelo — Mas eu não posso evitar de desejar você, Anelise - confessou a contra gosto — Eu não queria - ele fechou os olhos — Mas até hoje nenhuma foi melhor do que você - voltou a cabeça para ela e a mirou calado por um instante, observando sua feição — Nenhuma me fez esquecer você.O modo como ele falou a tocou forte. Respirou fundo e cravou as unhas na perna para não se abalar e demonstrar. Eram só palavras Ele era muito bom com palavras. Para o bem e para o mal.— Isso é só luxúria, Mathias, só desejo carnal - ela disse devagar — Você sempre foi intenso em suas emoções. Sempre foi determinado em ter coisas que o agradavam - mexeu os lábios de um lado para outro — Eu era só mais uma coisa que você queria, por isso não fui o bastante. Era passageiro.— Não me recordo de você ter reclamdo antes - ele criticou.— Porque eu era uma adolescente boba e apaixonada e que só queria agradar você.A confissão o pegou de surpresa.