Parte 8...— É a única que eu tenho - respondeu grosso.— Não seja infantil - bateu em sua mão — Fale direito comigo. Não lhe fiz nada.Ele estava irritado, mas acabou rindo.— Não podia ser uma enfermeira? Não gosto de um homem me dando banho de esponja.— Não seja machista, é o trabalho dele - riu — Haroldo ficou doente uma época e teve que ser internado. Um enfermeiro lhe dava banho todos os dias e ele nunca reclamou.— Nossa, que maridinho tão perfeito - ele ironizou.— Ele não era perfeito, tão pouco era um machista exagerado - fez um gesto apertando os dedos — Só um pouquinho.— Por que sempre tem que falar dele - ele bufou apertando a boca chateado — Eu não gosto.— Problema seu. Ele fez parte de minha vida.— Eu sei disso... Mas pode evitar mostrar o quanto ele era melhor do que eu.— Eu não faço isso - fechou o semblante — Eu faço?— Talvez você nem perceba - pegou sua mão — Mas faz sim e eu me sinto um bosta - sua voz ficou rouca — Um incompetente nos negócios e na vida.— M
Parte 1...Ao acordar Anelise viu que estava com a perna em cima dele e retirou rápido, com medo de machucá-lo.— Bom dia - ele disse.— Bom dia - ela respondeu lhe dando um beijo rápido no peito — Vou levantar.— Agora não. Que tal me ajudar aqui? - ele indicou a ereção matutina.— De jeito nenhum. Só quando o médico liberar você.— Chata - ele resmungou e gemeu quando se mexeu.— Viu só? - ela levantou — Vou chamar Vinícius para te ajudar. Não demoro.Ele até ia reclamar, mas ela saiu depressa e retornou com o enfermeiro.— Vou preparar uma bandeja com algumas coisas para você comer. Volto já!O que ele queria mesmo era ficar mais tempo com ela. Acordou durante a madrugada e ela estava dormindo com o braço por cima dele em uma atitude protetora. Ele adorou isso. Foi uma sensação que nunca sentiu antes, porque nunca dormiram toda a noite juntos.O enfereiro preparou as doses do medicamento e a injeção que teria que tomar pela manhã. Felipe entrou no quarto.— Anelise me mandou trazer
Parte 2...Ela sabia que poderia haver um neto e ao ter essa certeza isso tocou fundo, ela mudou um pouco, dava para sentir, apesar de tudo. Não tinha como negar que o baque foi grande.Não poderia deixar que Anelise se fosse e levasse seu filho. Ele a queria ali e teria que fazer algo para que ela visse isso. Ele se recusou a ser digno de pena, mas aproveitou que estava sozinho no quarto e chorou.** ** ** ** **Anelise estava terminando o café com as crianças quando Luiza chegou.— Posso falar com você... À sós? - sorriu para as crianças.— Claro - ela levantou — Terminem tudo e depois vão ficar com Ludimila.As duas foram para a área de trás onde ficava um pequeno jardim e sentaram embaixo da cobertura do gazebo.— Pode falar.— Eu estou pensando... Se você me permite levar as crianças... Para minha casa - ela apertou as mãos ansiosa.— E para que?— Eu gostaria de ter um tempo de avó com eles - ela gesticulou apreensiva.— Não! - ela balançou a cabeça.— Eu sou avó do menino - re
Parte 3...Bianca desceu da cama em um pulo e foi até Ludimila.— Você parece comigo - Alan comentou.Mathias sorriu reconfortado por essa constatação.— Agora não - ele apontou a cabeça raspada de lado e Alan riu — Sabe, eu tenho uma coleção de soldadinhos de chumbo.— Que legal. Você me mostra depois?— Eles estão no meu escritório. Pode ir pegá-los, se quiser.— Posso brincar com eles? - se animou.— Claro. Pode ficar com eles também se quiser.— Oba!A conversa com o pequeno o animou um pouco mais. Seu filho parecia gostar de ficar ao seu lado. Seu coração se apertou. Só faltava a mãe dele também gostar.O enfermeiro entrou no quarto e falou com eles. Avisou que o fisioterapeuta estava chegando. Mathias teria algumas sessões em casa e outras no hospital. Ele ficou sério.— Você não quer fazer o exercício? - Alan perguntou.— Não - ele resmungou — Mas eu preciso.— Minha mãe ficou preocupada com você - sentou mais perto na cama — Ela até chorou quando soube que você estava doente.
Parte 1...Os dias em que Anelise ficou na casa de Mathias, serviram para muita coisa. Ela continuava a trabalhar muito e conseguiu atrasar a reunião, o que lhe deu tempo para analisar sua vida após a morte do marido, em especial com relação à empresa.O tanto de tempo que dedicava ao trabalho e à família. A presença sempre importante de Felipe e Ludimila. Mais do que empregados, eles eram os irmãos de coração que a vida lhe dera.Hugo era um bom cunhado, mas a ganância, o orgulho e o machismo dele, não o permitiam entrar de vez em seu coração. Sempre teve um pé atrás com ela e agora queria lhe dar um golpe final. Triste.Pensou muito em Mathias e no passado que tiveram, olhando por um novo ponto, com cuidado para não se deixar levar pelas emoções, boas ou ruins.As crianças pareciam felizes e gostavam da casa. Bianca era muito falante e percebeu que ela conquistou o coração de Mathias também.Quem ainda parecia preocupa era Luiza, mais até do que a filha. As duas tentavam agradá-la,
Parte 2...— Eu sinto que meu próprio filho me odeia - ela sentou em uma poltrona perto da janela — Ele nunca vai me perdoar pelo que fiz no passado.— Quanto a isso, eu não posso fazer muito - mexeu o gelo com o dedo — Cada pessoa tem seu ponto de tolerância - bebeu um pouco do suco — Faça o mesmo que ele, dê tempo ao tempo. Ele está passando por um momento muito pesado - balançou o copo olhando o gelo — Alguns deles por minha causa.— É, eu sei - suspirou — Mas a grande causadora de tudo fui eu. E Mathias tem o gênio forte.— E sua filha também, não esqueça.Uma coisa que Anelise tinha aprendido era que cada um deveria assumir sua parte no problema e arcar com as consequências disso. Não era certo assumir a culpa do outro, nem transferir a responsabilidade.— Você também está com problemas, não é? - ela se ajeitou na poltrona — Seu cunhado parece que está armando para tomar seu lugar.— Sim, mas isso não vai acontecer - disse segura — Eu estou de olho nele.— Você me surpreende muit
Parte 3...Quando Alan contou a novidade, Anelise fez Felipe repetir e contar os detalhes. Sentiu o peito se apertar de alegria. Luiza chorou ao ouvir. Sentiram um grande alívio. Esperaram um pouco até ela se acalmar e foram falar com ele.Mathias estava encerrando a chamada e virou a cadeira para elas quando entraram.— A cadeira vai ser doada em breve - ele disse seguro de si — Já não vou precisar dela em pouco tempo - sorriu — Falei com o médico. Ele diz que devo fazer novos exames, mas que minha recuperação está sendo excelente - disse de modo presunçoso.Anelise não fez comentários sobre o quanto isso causou problemas e o tanto que ele estava insuportável. Apenas sorriu.— Isso é uma ótima notícia realmente.—É sim - suspirou cansado — Vou recuperar minha empresa.— Hum... Você pode tentar - ela cruzou os braços — Vai ser bom ter você no páreo de novo.— Eu vou vencer - ele respondeu determinado.— Sabe que você precisa antes da aprovação da diretoria... Em maioria - se inclinou
Parte 4...Ela olhou para a porta com um sorriso divertido.— Aproveite agora - sorriu devorando-a com o olhar — Tire essa roupa cara e sexy e deite ao meu lado.— Claro que não vou fazer isso... Agora - ergueu a sobrancelha, deixando em aberto — E não deveria falar essas coisas assim... Se alguém ouvir, o que vão pensar?— Que você é tão linda e perfeita que vale a pena todo o esforço e dor para voltar a ser o homem completo de antes.— Não é por mim que deve fazer isso, Mathias - disse séria — É por você e por sua vida que precisa voltar ao eixo.Ele fechou o semblante.— Onde está o Alan? Ele não veio me ver - reclamou.— Felipe está com eles - explicou — As crianças não podem ficar sem as aulas e o tempo de folga delas terminou - andou em volta dele — Consegui com a escola que eles pudessem ter aulas virtuais para não ficarem atrasados.— Você parece que pensa em tudo - resmungou e fez careta.— Quase. Ainda perco algumas - pensou no cunhado — Sua mãe não veio hoje?— Não - torceu