Alejandro GonzálezPlanejei aquela noite por uma semana. Cada detalhe, cada sensação, cada reação que eu queria arrancar dela. E agora, ali estava eu, diante da mulher que há seis meses tinha virado meu mundo de cabeça para baixo. Tudo que eu sabia sobre desejo, prazer e sentimento mudou depois que ela entrou na minha vida. Com Isabelle, tudo era uma descoberta, uma experiência nova, uma intensidade que eu nunca havia sentido antes.Ela estava na minha frente, deitada, quase nua, com os olhos vendados, entregue a mim por completo. Meu peito se encheu de excitação e poder. Peguei uma uva, mergulhei no chantilly e passei lentamente pelos lábios dela. Cada toque meu a fazia estremecer, sua respiração já denunciava o desejo crescente. Fui provocando, mordiscando seu rosto de leve, passando a língua sem realmente beijá-la. Peguei um morango, mergulhei no chocolate e repeti o mesmo gesto, brincando com sua boca.Afastei-me apenas o suficiente para tirar seu sutiã. Seus seios ficaram exposto
Isabelle MattosPassamos a noite inteira fazendo amor. Na verdade, foi muito sexo selvagem de todas as maneiras. Confesso que estou completamente doida. Nossa, meu espanhol me sugou totalmente! Demos apenas um cochilo e acordei com ele com o fogo todo aceso novamente. Ele vai me matar desse jeito, mas o melhor é que eu adoro. Que noite! Começamos na varanda, naquele sofá maravilhoso, depois partimos para a banheira e, em seguida, para a cama. Voltamos para o sofá e terminamos no chuveiro. Agora, pela manhã...— Anjo, vem tomar café! Tem uma mesa deliciosa pra gente. Estou morrendo de fome! — diz Alejandro, com um sorriso no rosto.— Eu também... mas estou morta de sono e cansada. Você realmente falou a verdade... — respondo, tentando abrir os olhos.— O que eu falei? — pergunta ele, intrigado.— Que queria me matar de prazer e cansaço... Estou toda esfolada, espanhol! — digo, fazendo uma cara de manha. Ele ri.— Oh, meu amor... parece que você não gostou.— Não sou doida, mas você qua
Isabelle MatosMesmo sem gostar de ser obrigada a viajar, ir ao Rio de Janeiro não parecia tão ruim assim. Após sair de uma reunião com um cliente — já passava das 18 horas, mas o céu ainda estava claro — decidi pegar um táxi. No entanto, pedi para descer algumas quadras antes do hotel. Queria caminhar um pouco. O fim de tarde estava agradável, e eu precisava organizar meus pensamentos.Enquanto caminhava, perdida em meus devaneios, ouvi um grito abafado vindo de uma ruazinha lateral. Não pensei, apenas agi. Virei na direção do som, movida por um impulso que logo se mostrou um grande erro.Assim que entrei na rua, vi a cena e me arrependi instantaneamente. Um homem alto, visivelmente machucado, estava sendo segurado por dois rapazes. Um terceiro, mais agressivo, segurava uma pistola apontada para ele. Meu coração gelou.Tentei sair dali discretamente, mas meu salto entrou em um buraco no asfalto, quebrando e fazendo um barulho alto. O homem armado virou-se abruptamente, com os olhos f
Dias antesIsabelle Mattos— Marcos, você só pode estar brincando comigo! Viajar agora? Eu não posso assumir mais um projeto no seu lugar. Estou lotada de trabalho! Tenho três projetos em finalização e quatro em andamento que precisam de acompanhamento. E, me desculpe, mas você deveria estar à frente de todos eles, pois essa é a sua função.Marcos me olha contrariado, mas não me intimido. Sustento o olhar, firme, enquanto sinto a frustração crescente de ter que assumir responsabilidades alheias. Trabalhar com dois chefes idiotas, numa empresa tão machista, está me levando ao limite.Pela terceira vez, fui vetada de uma promoção, sempre com desculpas esfarrapadas. No fundo, sei o verdadeiro motivo: sou mulher. O mais revoltante é que eles são promovidos às custas do meu trabalho e do das outras mulheres aqui. Estou saturada.— Não adianta reclamar, Isa. Eu estou muito ocupado, e não tem ninguém melhor do que você para encantar um cliente em potencial e acalmar outro que esteja desconte
Alejandro GonzálezSempre falam para não reagir em assalto, mas como sempre fiz luta e sempre me senti um cara fisicamente preparado, não pensei duas vezes. Mas quando vi aquela arma sendo engatilhada para mim, por segundos eu tive a certeza que seria meu fim. Eles me bateram sem dó e quando achei que iria morrer, mas uma maluca apareceu do nada no local, e quando eu consegui levantar o rosto e olhar para ela vi que ela estava petrificada e por frações de segundos tive dó dela, que foi parar no lugar errado e estava com cara de que não sabia o que fazer e que iria morrer junto comigo.Para minha surpresa, ela olha para mim e seu olhar queimou o meu, parecia de um “anjo” que tinha vindo pra não me deixar morrer sozinho. De repente ela deu uma levantada de perna por cima do cara, num golpe, acho que de capoeira, ou outra luta qualquer e vi que a arma dele foi parar longe. Sem perder tempo ela deu um chute no meio das pernas do cara e eu juntei a pouca força que ainda tinha e lutei com o
Alejandro GonzálezAcordei no hospital com dores por todo o corpo e uma leve confusão mental. Olhei ao meu redor, tentando organizar as memórias do que havia acontecido. Assim que meus olhos se ajustaram à luz do quarto, vi que uma mulher estava sentada ao meu lado, dormindo em uma cadeira. Por um instante, pensei que fosse a "mulher maravilha" que me ajudara, mas ao focar melhor, percebi que era Ingrid. Um suspiro de descontentamento escapou antes mesmo que eu pudesse contê-lo.— Porra, era tudo que eu não queria agora — murmurei para mim mesmo. Quem teve a brilhante ideia de avisar Ingrid que eu estava no hospital certamente seria demitido.Tentei me levantar devagar, mas a camisola de hospital e os movimentos limitados fizeram barulho o suficiente para acordá-la. Assim que abriu os olhos, sua voz melosa me atingiu imediatamente.— Oi, belo adormecido! Passei a noite toda velando seu sono. Como você está? — disse, sorrindo.— Eu vi você roncando — retruquei, sem pensar muito. Ela fi
Gustavo MorettiIsabelle viajou a trabalho para o Rio de Janeiro e ainda não nos falamos. Não sei porque mas estou angustiado. Às vezes eu odeio essa preocupação que tenho com ela. Mandei um milhão de mensagens e depois de muito insistir eu consigo falar com ela e fui convencido de que estava tudo bem, senti-me aliviado. Combinamos que eu a pegaria no aeroporto em São Paulo no outro dia e seguiríamos juntos para Campo Verde.O avião pousou em São Paulo e, como combinado, já a aguardava. Fizemos um lanche rápido e pegamos a estrada rumo a Campo Verde. O silêncio nos acompanhou por alguns minutos. Esperei que ela começasse a falar sobre a viagem, mas nada. Ela estava calada, com um ar desconfiado, e eu precisava pressioná-la.— Não enrola, Isabelle. Fala logo o que houve.— Se eu disser que não aconteceu nada demais, você não vai acreditar, vai? — respondeu, desconfiada.— Claro que não. Fala logo.— Acho que desta vez eu vou para o céu. — Ela sorriu, mas algo no tom dela não me parecia
Alejandro González Depois de cinco dias da viagem louca que fiz ao Rio de Janeiro e que quase me custou a vida, finalmente estou de volta a São Paulo. Mal tenho tempo de respirar antes de organizar minha próxima viagem – uma ida rápida a Nova York. Há compromissos que não posso adiar e preciso retornar ao Brasil em poucos dias. Entre esses compromissos, está a conversa séria que preciso ter com Miguel.Miguel está se perdendo naquele emprego medíocre como diretor de agência bancária. Pelo amor de Deus, ele estudou em Harvard, é extremamente competente e talentoso. Não consigo aceitar que ele se contente com tão pouco numa cidade pequena e com um trabalho que limita seu potencial.Preciso convencê-lo a ser meu diretor, meu braço direito. Oferecerei até uma participação societária, se for necessário. Quero meu “irmão” comigo, e isso é uma questão de honra. Quando fizemos pós-graduação juntos em Londres, tínhamos um plano. De repente, tudo mudou. Ele conheceu a Carla, ele engravidou e e