Corro até o velho celeiro desativado e me sento atrás de alguns barris.Várias memórias passam pela minha mente, vários momentos, várias ocasiões.Abraço meus joelhos enquanto sinto meu corpo balançar com os soluços.Não podia aceitar que eu iria perdê-la, que essa doença m*****a iria tirá-la de mim.Continuo ali, no silêncio do celeiro, deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo meu rosto. Cada lembrança com ela se torna ainda mais preciosa, e a sensação de impotência diante da doença é avassaladora.Lembro-me dos dias felizes que passamos juntas, das histórias que ela contava à noite para me fazer dormir, dos seus conselhos sábios e do seu amor incondicional. E agora essas coisas seriam apenas memórias em minha mente, tudo graças a esse maldito câncer.A brisa suave entra pelas frestas do celeiro, acariciando meu rosto molhado pelas lágrimas. Respiro fundo e tento encontrar forças para lidar com a situação.Não queria passar esses momentos com ela em um clima melancólico, mas is
Vovó se levanta assim que passo pela porta. Seus olhos observam brevemente meu corpo antes de ela se aproximar.— Onde você estava? Fiquei preocupada! – Sua voz está alta e nervosa.— Peço desculpas... só precisava de um tempo. – Sorri envergonhada.Ícaro passa por nós e o vejo subir a escada enquanto os braços de vovó me envolvem em um abraço forte.— Você não pode sair assim, ainda mais alterada! – Suas mãos seguram meu rosto. – Não faça isso novamente, Anna.Seus olhos estavam marejados e suas mãos tremiam.Me sentia uma idiota por ter preocupado minha avó desse jeito, ainda mais no estado em que ela estava.Vovó, com os olhos ainda marejados, segura minhas mãos.— Anna, você não pode sair assim, ainda mais alterada! – Ela suspira e me encara com preocupação. – Não faça isso novamente, minha querida.A culpa e o remorso se misturam em mim, e me sinto profundamente arrependida por tê-la preocupado.— Vovó, eu sinto muito. Não queria deixá-la nervosa. – Minha voz soa sincera. – Eu só
Suas mãos passeavam pelo meu corpo, me deixando ansiar por seus toques e por seu beijo. Meu corpo cai no sofá, com Ícaro sobre mim, entregando beijos ardentes no meu pescoço, arrancando gemidos e suspiros de prazer. Sua boca quente explorava cada centímetro da minha pele, deixando um rastro de desejo que queimava por onde passava.As mãos frias de Ícaro deslizam por minha cintura, encontrando a pele exposta sob a camisa. Um choque térmico corre pela minha espinha, causando arrepios deliciosos. Nossos corpos estão próximos, mas ainda não cruzamos a linha do desejo proibido. Um raio ilumina a sala e sua explosão me faz tremer assustada voltando à realidade.Céus, o que estávamos fazendo? Isso era muito errado, nós sequer éramos amigos. Mesmo com essa trégua, ainda éramos inimigos declarados, ele ainda era a mesma pessoa que me causou uma adolescência traumática.Sua mão aperta meu seio e solto um gemido. Fecho os olhos apreciando seus toques.Minha mente luta entre me entregar e voltar
— Anna, você está bem? – Artur pergunta.— Droga, Ícaro! – Grito com raiva. – Você me assustou!Seus olhos me observam como se fossem me queimar viva. O grego estava em completo silêncio, sem expressão facial, algo que, por experiência própria, não significava algo bom.— Estou… só tomei um susto. – Digo envergonhada.Escuto Arthur resmungar algo e suspirar.— Entendi, Ícaro está aí. – Ele diz sem ânimo. – Presumo que ele ainda continue sendo inconveniente.... Bem, acho melhor conversarmos depois. Foi ótimo falar com você novamente.— Foi bom falar com você, Arthur. – Suspiro. – Estarei te esperando.Arthur ri baixo antes de desligar.Olho para cima e vejo Ícaro respirar fundo. Seu maxilar estava trincado, e suas narinas se abriram quando ele inspirou profundamente. Ele pisca lentamente e passa sua língua em seus dentes.— Você me assustou. – Digo envergonhada. – Não é educado ouvir a conversa dos outros.Seus olhos se estreitaram, e ele bufa irritado.— Oliver estava te chamando para
Estávamos há mais de uma hora na sala de espera, a ansiedade me consumia. Precisava de alguma notícia sobre Oliver.— Você está bem? – Ícaro pergunta, tocando meu ombro.Sequei os olhos com a manga do casaco e dei um suspiro triste.— Só preciso saber se ele está bem. – Disse, ainda triste.— Vai ficar tudo bem, estamos no melhor hospital do estado. – Ícaro me abraça. – Logo o Oliver estará bem e fazendo bagunça pela casa.As lágrimas escorrem, mas Ícaro as seca com o polegar.— Ele está recebendo o melhor tratamento. – Ícaro acaricia meu rosto.— Não deveríamos tê-lo deixado sozinho. – Falei entre soluços.Ícaro suspira, beija minha testa, e seus olhos negros mostram cansaço, revelando que sua calma é para nos manter firmes.Desde o início, ele se manteve calmo, liderando racionalmente. Ícaro era uma rocha emocional, um porto seguro.— Você não deve se culpar tanto, Anna. – Ele suspira. – Tente se acalmar, por favor.O abraço com força, afundando meu rosto em sua camisa. Seu carinho m
— Vocês dois, parem com isso! – Rose fala irritada.Rose entra no meio de Ícaro e Ross acabando com a confusão, mas o clima de tensão ainda pairava no ambiente.— Vocês acham que aqui é que tipo de lugar? Não ligo pra suas diferenças idiotas, só respeitem o hospital, os pacientes, meu ambiente de trabalho! – Ela fala furiosa enquanto encara o rosto de Ross.— Rose… eu.. – Ross tenta falar mas é interrompido.— Estou decepcionada com essa infantilidade, Ross. – O tom de Rose é frio. – Guarde suas desculpas para quem as compre.O silêncio predominou na sala de espera e os ânimos começaram a se acalmar. Ross vai para o lado oposto da sala de espera e senta em uma poltrona, sua postura parece menos tensa e agressiva. O militar suspira e cruza suas pernas.— Você tem alguma notícia do Oliver? – Ricky quebra o silêncio.A expressão de fúria no rosto de Rose muda para uma muda para uma relaxada.— O Oliver passou por alguns exames, mas os resultados não foram nada preocupantes. – Ela olha par
Acordo sentindo minha cabeça doer. Abro os olhos, e a luz me incomoda; piscando várias vezes, me acostumo com a claridade.— Anna? – Uma voz grossa me chama. – Anna, consegue me ouvir?Abro os olhos totalmente e fico surpresa ao ver Adam. Ele está sem seu jaleco, usando roupas casuais. Analiso seu rosto por alguns segundos antes de respondê-lo.— Onde estou? – Pergunto confusa. – Minha cabeça está doendo.Solto um gemido dolorido e faço uma careta ao sentir um gosto amargo em minha boca.— Minha boca está doendo e com um gosto horrível. – Tento me sentar, mas fico tonta. – Céus, estou muito tonta. Meu rosto está doendo, parece que fui atropelada por um ônibus.Adam suspira aliviado ao me ouvir falar; sua mão toca a minha, e seus olhos brilham.— Eu fiquei tão preocupado com você. – Ele confessa.Confusa, olho ao redor e percebo que estou em um quarto hospitalar.— Seu primo, o Ross.Sua voz sai com ódio ao dizer o nome do meu primo.Olho confusa para Adam, que suspira antes de voltar a
— Eu não acredito que o Ross fez isso com você. – Sophia fala, irritada.Ela me olha com uma expressão furiosa e passa a mão no rosto.— Mas já está tudo bem agora. – Sorri, envergonhada.— Se não fosse pelo Ricky, eu não saberia disso. – Sophia fala, chateada. – Estamos em países diferentes, mas ainda continuo sendo sua irmã; eu me preocupo.Suspiro baixo. Ricky não tinha esse direito; não acho justo ele ter contado à minha irmã sobre essa situação. Agora eu estava aqui, em videochamada, ouvindo sua bronca durante meia hora.— Eu sei… só que está acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo. – Digo, chateada.— Estou feliz por vocês estarem bem. – Sophia sorri, cansada. – Dê um beijo na vovó por mim.Nós nos despedimos antes de encerrar a ligação. Fecho meu notebook e me deito na cama, sentindo minha cabeça pulsar.— M*****a concussão. – Gemi, dolorido.Escuto batidas em minha porta e, segundos depois, ela é aberta.— Peço desculpas por invadir assim seu quarto. – Ícaro sorri, envergonhad