Antônio ficou completamente confuso com o abraço repentino dela. — Solta logo! Assim eu não consigo procurar! Mas Lorena não queria soltar ele. — Antônio, esse lugar é assustador. Eu estou com muito medo. E se... E se encontrarmos algum perigo? O que vamos fazer? A cabeça de Antônio começou a latejar com os gritos dela. Ele a empurrou contra uma árvore, firmemente, e, encarando ela com frieza, disse: — Se você quer continuar, então venha comigo. Se não quiser, fique aqui e veja se alguém aparece para te encontrar antes que você vire um cadáver. O tronco da árvore era irregular e áspero. Lorena sentiu a dor perfurar suas costas e precisou de um tempo para se recuperar antes de finalmente balbuciar: — Eu... Ela conseguiu dizer apenas uma palavra antes que Antônio cobrisse sua boca com força, impedindo ela de continuar falando. Sem tempo para entender o motivo, Lorena viu uma cabeça triangular, do tamanho de um punho, emergir lentamente ao lado dos dois. A criatura emiti
Antônio puxou Lorena e, depois de muito tempo, finalmente conseguiu pegar uma carona. No Sudeste Asiático, os dois eram estranhos no local, por isso não se atreviam a baixar a guarda enquanto tentavam conseguir transporte. Se tivessem bagagem, Antônio poderia entrar em contato com alguns amigos na região, mas nem isso tinham. Estavam completamente sem ter para onde ir. Depois de se informarem sobre onde estavam, Lorena lembrou que a família Frota tinha uma fábrica nas proximidades. Seja como fosse, pelo menos poderiam ter onde passar a noite. Os dois concordaram com a ideia e pegaram carona até a fábrica. A fábrica da família Frota era uma das maiores da região. Havia um fluxo constante de pessoas, em sua maioria mulheres que trabalhavam na confecção de roupas. Parecia haver milhares de funcionárias. Essas mulheres ganhavam menos de cinquenta reais por dia, mas trabalhavam de manhã até a noite, comendo quase todas as refeições dentro da fábrica. O local estava cheio de
As condições de hospedagem na fábrica eram bastante simples. Pedro, que inicialmente estava hospedado em um hotel, começou a achar insuportável dirigir diariamente até a fábrica. O trânsito era caótico, as ruas estavam lotadas de pessoas e barracas, e podia apenas dirigir tão lento quanto uma tartaruga. Os moradores locais, ao avistarem um carro, batiam incessantemente nas janelas tentando vender seus produtos, e alguns chegavam a empurrar mercadorias diretamente pelo vidro. Um atrás do outro, era impossível ignorar eles. Sem alternativas, Pedro decidiu levar suas coisas para a sala de descanso da fábrica. Felizmente, o escritório e a sala de descanso ficavam em um prédio separado do galpão de produção, o que já era um certo alívio. No entanto, as condições estavam longe de atender às expectativas de Daniele. Ela hesitou por um momento antes de começar a reclamar: — Pedro, eu viajei quilômetros para te encontrar, e você me coloca para morar em um lugar desses? Pedro
Esses eram problemas comuns. Além disso, eles trabalhavam com moda rápida: peças de roupa que eram usadas duas ou três vezes e depois descartadas. Quem se importava se elas eram duráveis ou não? Pedro ficou balançado com o que Bento disse. Bento então cochichou: — Na verdade, Sr. Pedro, se o senhor visitar outras fábricas, verá que todo mundo faz assim. — Sério? — Pedro perguntou, surpreso. — Não vai dar problema? — Nunca deu problema. Pode ficar totalmente tranquilo, Sr. Pedro. Bento garantiu com firmeza, e Pedro, sem argumentos contrários, acabou concordando. Logo em seguida, começaram a abrir o estoque de roupas usadas e colocaram em prática o plano previamente combinado. ... Enquanto isso, no país de origem, Melissa estava em uma fábrica de confecção de roupas. Ela, junto com Fernanda e algumas outras pessoas, assistia Murilo apresentar as roupas desenhadas para o Grande Festival Cultural. Como eram peças extremamente importantes, haviam sido confeccionadas
Os dois organizaram tudo na fábrica antes de sair do galpão. Murilo estava encostado na porta, fumando um cigarro. Ele, na verdade, era bastante viciado, mas, considerando que Melissa estava grávida, geralmente se controlava. Ao ver Melissa sair, apagou o cigarro à distância, acenou para dispersar a fumaça ao redor e se moveu para um lugar onde o vento soprava na direção contrária, esperando que ela e Fernanda se aproximassem. Ainda assim, quando Melissa chegou perto dele, não conseguiu evitar franzir o nariz. Durante toda a gravidez, seu olfato parecia mais aguçado que o de um cachorro, capaz de detectar qualquer cheiro, e a maioria deles era desagradável para ela. Murilo coçou o nariz, recuou discretamente um passo, mantendo uma distância maior de Melissa, e disse: — Tudo resolvido. Vou indo agora. Melissa ficou surpresa: — Você não disse que iria voltar para o Estúdio Encanto com a gente? Murilo arqueou uma sobrancelha: — E quem disse que você manda em mim? — D
Melissa não se preocupou muito com os assuntos relacionados às roupas de verão. Após a reunião no Estúdio Encanto, ela voltou para a antiga mansão da família Amorim. Depois de sair do estado crítico, a Sra. Helena insistiu em retornar à antiga mansão da família Amorim. — O cheiro de desinfetante no hospital me incomoda, eu não gosto. Além disso, na mansão temos tudo o que precisamos, é mais prático. Como ela estava irredutível, Joaquim tentou persuadir ela, mas não teve sucesso e só pôde concordar. Contudo, ele mandou instalar diversos equipamentos médicos na casa, transformando ela quase em um pequeno hospital. Com isso, a Sra. Helena ficou ainda mais resistente à ideia de sair da mansão e chegou a sugerir que Melissa, após dar à luz, também ficasse descansando na antiga mansão da família Amorim. — Com a sua tia Raquel e os outros por perto, não seria muito mais tranquilo para você? Quando Nina teve seu bebê, foi a tia Raquel quem cuidou dela. Mesmo Nina, que era tão
A Sra. Helena não voltou a mencionar o assunto de levar Melissa para se recuperar na velha mansão da família Amorim, e Joaquim também não tocou no tema. Depois de levar Melissa de volta ao Palácio do Sol Nascente, Joaquim dirigiu de volta à velha mansão. A Sra. Helena ainda não tinha ido dormir, pelo visto, a conversa com Melissa naquele dia havia deixado seu coração pesado. Quando viu Joaquim entrar, ela falou de forma irritada: — Por que não ficou com a Mel? O que está fazendo de volta aqui? Joaquim apertou os lábios, sem responder de imediato. Por causa das palavras de Melissa mais cedo, a Sra. Helena parecia achar Joaquim insuportável em todos os aspectos. — Fala logo! E depois desapareça! Você tem me tirado do sério todos os dias. Acho que vou acabar tendo um infarto por sua causa! As palavras foram duras, mas Joaquim apenas mostrou um sorriso resignado. — Vó... A Sra. Helena bufou antes de responder: — Fala. Joaquim pegou vários documentos e os entregou pa
Com esse cenário de fundo, Melissa já estava preparada para enfrentar muitas objeções. Afinal, várias alterações haviam sido feitas, e basicamente, com essas mudanças, quase todas as partes estavam envolvidas. Além disso, cada pessoa tinha uma interpretação diferente sobre as ilustrações. Talvez alguém pudesse sugerir ajustes nos detalhes. E, como esperado, não demorou muito para que alguém se manifestasse no grupo. [Precisamos mesmo fazer tantas alterações? Este é o fundo principal, praticamente todo o material está relacionado a ele. Com uma mudança tão grande, seria o mesmo que ter que refazer todo o material. Faltando apenas uma semana para o evento, não vai dar tempo.] [Pois é, essas mudanças são excessivas. Nossa equipe de animação também terá que fazer grandes ajustes.] Essas duas pessoas eram responsáveis pelos setores de programação e comercial. Essa alteração no design significava que eles precisariam refazer o trabalho anterior. "Quem ficaria contente com iss