Nina ouviu isso e deu um sorriso. — Ele até que tem seus princípios. Achava que, por estar mais velho, não ficava bem correr atrás de mocinhas, então só se interessava por mulheres da sua idade. E não parecia que tivesse alguma enfermidade oculta. — Não é? — Beatriz concordou. — Um homem de qualidade como esse, quem não está de olho? Veja só, hoje, muitas das mulheres que vieram, já mais velhas, metade está aqui por causa dele. Nina também percebeu. Na festa não havia tantas garotas jovens, a maioria era da sua idade, muitas acompanhadas de uma amiga. Parecia que todas estavam ali para arranjar casamento. O sorriso de Nina foi se desfazendo aos poucos. Se não fosse para manter as aparências, ela teria realmente dado um tapa em Beatriz. Sabia que essa cunhada, que nunca fazia nada sem um interesse por trás, não seria tão boazinha a ponto de lhe enviar um convite sem motivo, claro que tinha segundas intenções, como se fosse uma cafetina! Quem ela pensava que era?
António não teve escolha, ele mesmo foi procurar Nina. Nina nem levantou a cabeça quando o viu entrar. António impediu que ela continuasse a arrumar suas coisas: — Está tarde, você nem vai conseguir voltar. Não precisa fazer isso. Nina sacudiu a mão dele para longe. — Então vou me hospedar em um hotel! Vocês me veem como o quê? Uma camponesa ignorante? Acham que eu vou me casar com quem vocês quiserem? Se não fosse por mim, que fiquei viúva mas permaneci na família Amorim por tantos anos, a família Cunha teria essa boa vida de hoje? Agora vocês ainda não estão satisfeitos, querem que eu case com um velho só para conseguir contatos no meio político. Acham mesmo que eu ainda sou aquela garota de vinte e poucos anos, sem cérebro? António ficou surpreso: — Velho? O prefeito Miguel só tem dois anos a mais que você. Como é que ele seria um velho? Nina deu uma risada fria e voltou a arrumar suas malas. António não teve outra escolha senão continuar tentando convencer ela:
António estava decidido a discutir com sua irmã os pontos cruciais da situação.— Joaquim já cresceu e agora tem o controle total do Grupo Amorim. Se você mantiver um bom relacionamento com ele, poderá viver uma vida tranquila. Mas veja só como está o relacionamento de vocês agora. Quando a sua nora tiver o filho, será que ainda haverá lugar para você na casa? Pode ser que um dia ele encontre alguém para te casar de novo, e você nem terá como se opor.Os olhos de Nina escureceram.Isso era uma possibilidade.Afinal, Joaquim já havia dito exatamente essas palavras para ela.António continuou:— Se não pode contar com Joaquim, você tem que pensar em outra saída, não é? Se você ficar com Miguel, então será a esposa do prefeito. Joaquim, a Sra. Helena, quem não te daria o devido respeito? Nesse momento, você poderia ter as famílias Garcia e Amorim nas suas mãos, e quem poderia ser maior que você?As palavras de António fizeram o coração de Nina estremecer.Fazia sentido.Se tivesse Miguel
Joaquim também ficou assustado com as lágrimas repentinas de Melissa. Enquanto tentava consoar ela, ligou para Breno, pedindo que ele chamasse um médico. "Mas o que o médico poderia fazer?" Ele apenas disse que compressas quentes e massagens poderiam aliviar a dor. Para realmente parar de doer, só depois do parto. Naquele momento, fariam uma correção dependendo da situação da recuperação pós-parto. Ao ouvir isso, Melissa ficou um pouco desanimada. Ainda faltavam três meses para o parto. "Será que terei que passar por essa dor todos os dias nesses três meses?" Foi a primeira vez que Melissa sentiu o quanto estar grávida poderia ser uma tortura. Joaquim colocou uma bolsa térmica em sua barriga e, com os lábios comprimidos, continuou a massagear ela. Ele não estava com disposição para atender a ligação de Nina. Nina, irritada, disse: — Por que fui impedida de embarcar? Foi ele quem armou isso pelas minhas costas? Breno fingiu total desconhecimento: — A senhora
Luiz, com uma rápida sacada, logo entendeu o que Bernardo estava pensando e perguntou:— Como você vai conseguir o DNA do Pedro? Agora ele faz parte do Grupo Frota, não vai ser fácil se aproximar dele.Bernardo não deu importância e, sem dizer mais nada, saiu andando.Luiz sentiu um frio na espinha e gritou atrás dele:— Ei, não vá fazer besteira! Cuidado para Melissa não ficar brava com você! — Bernardo, no entanto, nem sequer olhou para trás e desapareceu ao dobrar a esquina. — Puta que pariu!Luiz, imaginando que poderia haver um conflito entre os dois, ficou preocupado. Pegou seu casaco e estava prestes a ir atrás de Bernardo, quando foi interceptado por Murilo, que vinha caminhando em sua direção.— Por que a Melissa ficaria brava?Ao ver que era Murilo, Luiz franziu a testa com força.— Por que você se importa? Sai da minha frente!Surpreendentemente, Murilo não se irritou.Ele arqueou uma sobrancelha e, em tom provocador, respondeu:— A Melissa me convidou pessoalmente para ser
Fernanda não pôde deixar de mostrar o polegar para Melissa. — Incrível! Até conseguiu contratar uma figura daquelas. Enquanto isso, Mariana não parava de olhar para Murilo, o examinando cuidadosamente, um pouco desconfiada. Por que ela sentia que essa pessoa parecia familiar? Melissa percebeu seu olhar e perguntou: — Tia Mariana, o que foi? Mariana voltou à realidade, desviou o olhar e sorriu: — Nada. O Sr. Murilo é como uma bênção enviada na hora certa. Ao ouvir isso, Murilo inexplicavelmente se sentiu melhor e, levantando o queixo, disse: — Certo. O que vocês precisam que eu faça? O estúdio de design estava abarrotado de esboços e projetos. Essa atmosfera caótica lhe trouxe uma sensação familiar, e ele imediatamente percebeu que o Estúdio Encanto realmente estava muito ocupado. Nesse momento, sentiu um desejo crescente de ajudar Melissa. Com ele ali, certamente Melissa não precisaria mais fazer os designs para o Grande Festival Cultural. Ao saber que era
Luiz levou um susto ao ver Bernardo. Seu cabelo estava todo bagunçado e sua roupa estava bem suja. O mais chamativo era sua mão direita, coberta de sangue. Ele dependia dessa mão para trabalhar. Se estivesse machucada, sua carreira estaria completamente arruinada. Naquele momento, Luiz até esqueceu de xingar ele e ligou diretamente para o hospital. Bernardo o impediu, com a voz um pouco rouca: — Não é meu sangue. Luiz ficou surpreso e perguntou: — O que aconteceu? Bernardo apertou os lábios e disse: — É de Pedro. Leve para fazer o teste de DNA. Luiz ficou sem palavras. — Você bateu no Pedro para pegar o DNA dele? "Não tínhamos combinado que você não ia aprontar?" A expressão de Bernardo estava fria: — Ele foi insolente. Luiz ficou sem saber o que dizer. "O que Pedro tinha falado para Bernardo para ele voltar com as mãos cobertas de sangue?" Mas, pensando bem, não era tão estranho assim. Os dois nunca se deram bem. E Pedro, quando estava perto de B
O design de Melissa havia sido criado na hora. Naquela ocasião, ela ainda contou com a ajuda de Mariana e Fernanda. Quem participou do processo sabia claramente que aquele design não havia sido copiado. "Então, foi o pessoal do Grupo Frota que, de alguma forma, roubou o design de Melissa? Caso contrário, como conseguiriam fazer algo exatamente igual?" — O desenho foi registrado? — Fernanda perguntou com a voz firme. A assistente de Mariana ficou pálida e balançou a cabeça. — Enviamos sim, mas ainda não foi aprovado. As roupas do Grupo Frota já estavam prontas, o que significava que haviam agido tarde demais. Sem o registro, eles sequer teriam base para acusar o Grupo Frota de plágio. "Mas como o design de Melissa foi vazado?" Fernanda olhou para Melissa e disse: — Nesse caso, vamos cancelar essa coleção e trabalhar em outra. — Ela tentou tranquilizar Melissa. — Ainda bem que não foi produzido, o prejuízo é menor. Melissa forçou um sorriso. Aquele era seu primeir