Alessandro não entendeu por que seu filho tinha que chutar ele daquele jeito.Otávio esfregou as têmporas doloridas e, pedindo desculpas a Melissa, disse:— Meu pai não quis dizer isso, ele só queria lhe dar alguns tecidos.Só então Alessandro se lembrou de que Cecília já havia falecido e, percebendo que havia dito algo errado, deu um sorriso sem graça.Melissa aceitou os tecidos e sorriu levemente:— Não tem problema, obrigada, tio Alessandro.Vendo que ela realmente não se importava, Otávio disse em tom grave:— Você nos chamou aqui hoje. Posso saber qual é o assunto?Sem rodeios, Melissa foi direta:— Convidei vocês dois aqui hoje porque gostaria de discutir um negócio.Otávio encarou Melissa, seu rosto mostrando certa insatisfação:— No mês passado, o Grupo Frota anunciou que queria encerrar nossa parceria. O contrato expirou, vocês não quiseram renovar, e não temos o que fazer quanto a isso. O que mais há para discutir?Na época, o acordo com o Grupo Frota estipulava que o forneci
Otávio quase fechou os olhos, os estreitando:— Você tem certeza? Contrato assinado preto no branco.— Claro que sim. — Melissa respondeu imediatamente.O coração de Otávio estava na garganta, mas finalmente se acalmou.Melissa não mencionou, e ele também não pretendia mais vender tecidos para o Grupo Frota.Quanto à dívida de gratidão, já haviam pago faz tempo. Esses anos extras de desconto foram por causa da honestidade de seu pai.Mas o Grupo Frota, ignorando as velhas amizades, quis rescindir o contrato sem avisar com antecedência, arrastando até o último momento.Isso não era decente e deixava qualquer um irritado.Além do pai dele, que era um homem honesto, quem mais não teria um pouco de temperamento?Sem mencionar se o Grupo Frota ia querer ou não, só o fato de que o contrato especificava que eles não poderiam vender nenhum tecido para o Grupo Frota já fazia Otávio se sentir bastante satisfeito.Após discutir os pontos principais, restava apenas Luiz e Otávio cuidarem dos outro
— Mel, por que de repente você quer vender as ações do Grupo Frota?A voz profunda de Davi soou pelo telefone, carregada de descontentamento.Melissa sorriu levemente:— Estou sem dinheiro.Davi ficou em silêncio por um momento:— Se você está sem dinheiro, poderia pedir para mim. Por que vender as ações? Com o ritmo de crescimento do Grupo Frota este ano, os dividendos de vinte por cento das ações serão de milhões no próximo ano. Isso não seria suficiente para você gastar?Devido à intenção de Melissa de vender as ações, o mercado de ações não estava indo muito bem.Melissa soltou uma risada fria:— Você realmente acredita no que está dizendo?Ele nem sequer estava disposto a pagar a mensalidade da faculdade dela, e agora queria falar de dividendos?— Se tem algo a dizer, fale logo, não me atrase na venda das ações.Davi segurou sua irritação e falou com uma voz grave:— Você não pode vender suas ações.— Que piada. As ações estão nas minhas mãos, eu vendo quando quiser. — Melissa não
Vendo que ele estava ouvindo, Vanessa continuou:— Ela agora está grávida, é o momento em que mais precisa de cuidados. Se você se mostrar mais atencioso com ela, como é que ela não cederia? Se você amolecer o coração dela, nem digo que ela concordaria em te vender as ações por cem milhões, mas poderia até mesmo as doar diretamente para você.A expressão de Davi não melhorou com suas palavras.Se fosse tão simples assim, ele não precisaria ter usado Cecília para pressionar Melissa.Vendo que ele não respondeu, Vanessa ficou em silêncio por um tempo antes de sugerir:— Que tal eu falar com ela primeiro? Eu já estive grávida do Bruno, então sei como ela está se sentindo agora, e isso pode ajudar na conversa. Se eu conseguir amolecer o coração dela, ótimo. Se não, pelo menos podemos ganhar algum tempo. Nesse meio-tempo, podemos levantar o dinheiro ou pensar em outra solução, mas não deixaremos que o valor das ações da empresa seja afetado.Ao pensar em Bruno, Davi finalmente concordou:—
Joaquim mexeu os lábios, querendo recusar, mas ao encarar o olhar firme dela, não conseguiu dizer nada.Depois de um momento, ele murmurou com a voz rouca: — Está bem.Melissa sorriu de leve e, inexplicavelmente, se inclinou para beijar ele nos lábios.O beijo foi como o toque de uma libélula na água, mas fez com que Joaquim arregalasse os olhos.Ao lado, Jacarias e os outros ficaram tão surpresos que rapidamente cobriram os olhos.Eles não viram nada.Melissa pigarreou e disse: — Já que é assim, discutam como me sequestrar sem comprometer a minha segurança.Ela não queria brincar com a vida do bebê em seu ventre.Após terminar de falar, Melissa se virou e voltou para o quarto."Não... Não, foi só isso?"Todos os homens na sala se entreolharam, por fim, fixando os olhares em Joaquim, que ainda parecia atordoado, e cuidadosamente disseram:— Presidente Joaquim..."Realmente vamos deixar a Srta. Melissa correr esse risco?"Joaquim voltou à realidade bruscamente e, com frieza, disse:
Melissa foi colocada dentro de uma van, com os olhos vendados por uma faixa preta. Ela, fingindo proteger sua barriga, cooperava completamente. Os dois homens que a sequestraram não notaram nada de estranho e, ao perceberem que ela estava grávida, não amarraram suas mãos ou pés. Depois de jogarem seu celular pela janela, partiram em alta velocidade. Do lado de fora do mercado, ao ouvir pelo telefone, Jacarias disse: — Presidente Joaquim, a Srta. Melissa foi sequestrada em uma van branca. Mesmo sabendo que Jacarias estava acompanhando a situação, Joaquim ainda estava muito apreensivo, apesar de ter sido repetidamente informado de que Melissa não havia se machucado. Ele respirou fundo e sinalizou para Breno seguir o carro. Ele queria monitorar pessoalmente, garantindo que nada de errado acontecesse. ... O carro viajou por mais ou menos uma hora. Os sons de carros e pessoas do lado de fora das janelas foram gradualmente desaparecendo. Melissa não conseguia enxergar,
Melissa ficou em silêncio por um bom tempo. Quando Vasco já estava quase perdendo a paciência, ela finalmente falou:— Tá bom, eu assino. Se afaste um pouco. Essa faca me assusta.Vasco estreitou os olhos, os fixando nela. Vendo que ela estava realmente com medo, ele deu um sorriso frio, guardou a faca e recuou dois passos.Melissa baixou a cabeça, pegou uma caneta e começou a assinar o documento meticulosamente.Assim que terminou de escrever, Vasco arrancou o documento de suas mãos.Olhando para o nome "Melissa" claramente assinado no papel, ele não pôde deixar de rir alto.— Seiscentos milhões, garantidos! — Ele agarrou um dos irmãos ao seu lado, animado. — Vamos! Irmãos, para a Cidade da Elegância Portuguesa! Festa privada! Três dias e três noites! Eu pago!— Vasco, você é demais!O grupo imediatamente concordou e começou a rir junto.Melissa os observou friamente e disse com indiferença:— Posso ir embora agora?Vasco parou de rir, seus olhos se fixaram em Melissa, e o sorriso em
Um estrondo! Logo em seguida, uma sensação de tontura...Melissa ficou ligeiramente atordoada, percebendo que havia caído nos braços de alguém familiar.O aroma fresco e suave que emanava era de Joaquim.Ela abriu os olhos devagar, e o que viu foram os olhos negros de Joaquim, cheios de arrependimento.— Mel, desculpe, cheguei tarde.Melissa voltou a si lentamente, ainda tremendo de medo, incapaz de articular qualquer palavra.Ela olhou ao redor e viu que o grupo de Vasco, que a cercava, já havia sido dominado pela polícia e algemado."Como a polícia chegou aqui?"Isso explicava por que Joaquim e Zacarias demoraram a chegar.No meio do caminho, Joaquim pediu a Breno que ligasse para Sérgio.Ao invés de eles mesmos buscarem provas, era melhor chamar a polícia.Ao receber o telefonema de Joaquim, Sérgio chegou rapidamente, levando um bom número de homens.Cercar o local levou algum tempo, e eles chegaram bem na hora em que Vasco apontava a seringa para Melissa pela primeira vez.Mesmo se