Ela olhou para o celular, sem perceber que o operário que media as dimensões se aproximava cada vez mais dela.Marcos, que já tinha visto tudo no local, falou com uma voz grave, — Quando vocês preveem que a obra será concluída?Mateus respondeu, — Dependendo da instalação elétrica, se for rápido, em um mês; se for devagar, é difícil dizer.Sílvia guardou o celular e levantou os olhos, — O Sr. Marcos já terminou de ver?Marcos olhou para ela de cima, com um olhar gelado.Sílvia se levantou, mas de repente sentiu uma tontura e deu um passo para trás para se estabilizar.Ela estava prestes a se afastar, quando de repente ouviu um ruído ao lado, seguido pela voz do operário que media as dimensões, — Licença!Ele, ao medir, acidentalmente tocou nas placas de gesso empilhadas ao lado.Sílvia ainda não tinha reagido quando foi puxada pelo braço para o lado, a inércia a fez bater diretamente em alguém.E as placas de gesso desorganizadas atrás dela caíram ao chão, levantando uma nuvem de poeir
Marcos se feriu no local da obra, se ele decidisse responsabilizar, o Estúdio Estrela Ardente teria que assumir.Sílvia perguntou ao médico com seriedade, — Como estão os ferimentos dele, atingiram o osso?— O osso não foi atingido, mas os cortes são bem grandes, provavelmente serão necessários cinco ou seis pontos.Sílvia comprimia os lábios, começando a pensar rapidamente em como minimizar as perdas.As mangas de Marcos estavam arregaçadas até os cotovelos, e os cortes desciam pelo seu antebraço, exibindo feridas de um vermelho sangrento impressionante.A enfermeira, cuidadosamente, tratava de suas feridas. Marcos tinha uma expressão fria, suas sobrancelhas escuras emanavam uma aura intimidadora.A enfermeira, uma estagiária, se assustou com sua atitude e, acidentalmente, pressionou o cotonete contra a ferida de Marcos.Marcos soltou um grunhido abafado, fazendo com que Sílvia interrompesse seus pensamentos para olhá-lo.Embora relutante em admitir, era um fato que Marcos havia acaba
Sílvia foi pagar e pegar os medicamentos, e então voltou para levar Marcos para tomar a vacina.Foi só então que Marcos disse friamente, — Sou alérgico à vacina antitetânica.O médico sugeriu, — Então vamos aplicar a vacina de proteína.Sílvia teve que fazer outro pagamento.Após receber a vacina, é necessário permanecer sob observação no hospital por meia hora. Sílvia, observando o braço enfaixado de Marcos, falou com uma voz suave, — Qualquer coisa que você precisar, pode me dizer. Acabei de conversar com Enrico pelo telefone, e contanto que não seja algo exagerado, faremos o possível para atendê-lo.Ela baixou sua postura.No entanto, mal havia terminado de falar, quando uma figura surgiu apressadamente ao longe no corredor, vindo diretamente em direção a eles.Juliana havia viajado durante a noite, seguindo Marcos de Cidade H para Cidade J, sentindo-se terrivelmente cansada, por isso havia pedido folga no trabalho e não foi naquele dia.Ela não estava muito preocupada, já que o tr
— Marcos... — Ela o olhou, falando baixinho, — Eu ia para a empresa de manhã, mas parece que estava com febre. Tomei um remédio e dormi até agora. Só acordei quando Ana me ligou.A expressão no rosto de Marcos permaneceu inalterada, ele assentiu com dignidade, sem dizer mais nada.Juliana, ao lado, baixou os olhos, mordendo os lábios.A impaciência na voz de Marcos, ela havia notado claramente.Especialmente, aquela frieza por causa de Sílvia, o que a fez se sentir ainda mais desconfortável.Assim que Sílvia saiu do hospital, ela encontrou Enrico chegando com Mateus.Mateus parecia abatido, provavelmente já havia sido repreendido por Enrico.Enrico viu Sílvia sair de dentro, — O que aconteceu?— Juliana veio, ela mandou eu e Marcos nos afastarmos, — disse Sílvia, sem expressão.Enrico olhou para ela, com preocupação, — Você realmente não se machucou, não quer fazer um exame?— Eu estou realmente bem, — Sílvia balançou a cabeça, depois falou com um tom grave, — Mas o Marcos está graveme
Sílvia falava palavra por palavra, a expressão de Isabelly ficava cada vez mais atordoada.No final, com a voz rouca, ela disse, — Síl, a Srta. Juliana só achava que eu não estava tendo uma vida fácil, ela sempre me dizia que entre mãe e filha não existe rancor que dure uma noite, por isso ela me aconselhou a te procurar, pensando que assim poderíamos melhorar um pouco nossa relação. Eu errei contigo, tenho pensado muito sozinha esses dias. Desta vez eu realmente refleti, antes fui eu quem errou, eu que prejudiquei você e a Bianca, eu sou a única culpada.Seu rosto marcado pela vida mostrava desespero e dor, suas mãos secas ainda algemadas.Yago tinha cometido muitos atos ilegais no passado, até alguns crimes graves, e Isabelly sabia de tudo, mas como ela escondeu esses fatos, também havia a alegação de cumplicidade.Ela queria segurar a mão de Sílvia, — Síl, agora estou arrependida, mas a Bianca é inocente, eu sou a pecadora, mereço o que vier, até ser baleada eu aceito, mas a Bianca,
Henrique não quis dizer muito, e Sílvia, conhecendo o limite, não perguntou mais.Eles foram até o hotel onde Isabelly estava hospedada, mas assim que o pessoal da recepção ouviu que eles queriam acesso às câmeras de segurança, imediatamente os despacharam, — Câmeras de segurança? Que câmeras de segurança? Nós não temos isso aqui!O tal hotel, na verdade, era mais um prédio residencial ao lado do hospital que tinha sido adaptado, e as instalações não eram das melhores.Sílvia notou que nem sequer tinham uma licença de funcionamento afixada.Henrique balançou a cabeça, — Sem chance, vamos ter que procurar em outro lugar.Sílvia concordou com um murmúrio. Embora estivesse desapontada, não deixou transparecer.Ela, contudo, não estava pronta para desistir. Isabelly tinha mencionado outros lugares.Além do mais, Isabelly ainda estava falando bem de Juliana, o que complicava as coisas.Um vislumbre de frustração passou pelo rosto de Sílvia.Henrique, percebendo seu desânimo, confortou-a co
Ela pensou um pouco e então disse, — Íris acabou de dizer que você está ocupado com outras coisas?Enrico acenou levemente com a cabeça, sentando-se em frente a Sílvia. Seus olhos, antes brilhantes, estavam agora cheios de cansaço.Sua voz estava um pouco profunda, — Se você não viesse hoje, eu teria que te procurar de qualquer forma, tenho algo para discutir contigo.Sílvia olhou para ele.— Após o Estúdio Estrela Ardente, planejamos focar nosso desenvolvimento na Cidade J, além dos contratos com o Grupo LH e o Museu Cultural Nator, recentemente também recebemos outras propostas de negócios.Enrico era muito sério quando trabalhava, seus olhos escuros fixos em Sílvia, — Por isso, precisamos de um departamento comercial dedicado para lidar com isso, você estaria interessada?— Sim, Irmã Sílvia, essa tarefa é sua. — Após Enrico falar, Yuri também se manifestou, mostrando-se preocupado, — Cada um tem sua especialidade, e eu realmente não tenho talento para isso, esses contratos são muito
Enrico, após ajudar Sílvia a vestir o casaco, recolheu as mãos, voltando à sua expressão séria habitual. Sua camisa ondulava ligeiramente com a brisa.O aroma de menta e limão do casaco de Enrico era suave e reconfortante para Sílvia.Ela pretendia devolver o casaco a Enrico, pois trouxera um blazer, mas antes que pudesse agir, um carro esportivo prateado parou ao lado deles.Logo atrás, chegou um preto Maybach.Ao ver a placa do Maybach, Sílvia hesitou.No segundo seguinte, a porta do carro esportivo se abriu, e Jorge Cardoso saiu, vestindo uma camisa estampada. Ele casualmente tirou os óculos escuros e os jogou dentro do carro antes de virar seu olhar para Sílvia e os outros.Ele assobiou, avaliando Enrico com um levantar de sobrancelhas, — Enrico?O olhar de Enrico era frio, — Jorge. — Tenho me dado bem com Tiago Santana ultimamente, ouvi bastante sobre você. Jorge falou de maneira relaxada, — Admiro sua coragem. Ele sempre falava assim, com um tom sarcástico que incomodava.— Ma