Alora Entre Freya me evitando e Medea ocupando a maior parte do meu tempo, eu não tive a chance de insistir por mais informações. Mas hoje ela me daria mais respostas. Freya deveria voltar, pois Medea tinha que sair com Than para algum lugar. Ela não ia poder mais se esconder de mim.— Freya acabou de fazer uma conexão mental. Ela está com uma virose. — Than disse na mesa do café da manhã.Inacreditável!— Ah, querido, não queremos isso na casa, especialmente com Alora ainda se recuperando.— Estou bem. — Eu disse, desesperada por respostas. Freya poderia me passar todos os vírus possíveis, eu não iria esperar mais nenhum dia.— Não seja boba, querida. Than, vou ficar aqui de olho em Alora enquanto você continua com nossos planos sozinho.— Tem certeza, mãe? Você não se importa?— Claro que não.Com a mãe de Than lá, eu comecei a me sentir mais como uma prisioneira do que alguém em recuperação. Eu não podia ir a lugar nenhum. Suas ordens para eu não me esforçar muito eram para o meu p
Alora Freya tentou desistir algumas vezes, mas todas as vezes foi imobilizada pelo meu olhar determinado. Agora, não era hora de hesitar.Ela me levou pela matilha, tomando muito cuidado para não sermos vistas.Seguimos pelas trilhas lamacentas laterais, saindo do caminho principal e cortando jardins, nos escondendo atrás de árvores quando os membros da matilha passavam.Meu estômago doía ao tentar acompanhar, ela era rápida. Percebi que tinha um longo caminho a percorrer antes de poder defender esta matilha como a Luna.Freya teve que me ajudar a pular uma cerca do jardim, me empurrando para cima de onde a antiga eu teria pulado sem nenhum esforço.Antes que eu percebesse, estava entrando em uma casa construída como qualquer outra casa de um membro da matilha. Genérica… uma casa comum, construída rapidamente para acomodar uma matilha em crescimento.O que era para acompanhar os anos de alta taxa de natalidade e baixas mortes.Ao caminhar pelo corredor, percebi imediatamente que a cas
Than — Você tem homens suficientes em patrulha?— Sim, mãe, eu sei como comandar uma matilha.— Você sabe mesmo, Than, porque tive que deixar seu pai por sua cauda. Dois anos, por dois anos, você a controlou. Então, no momento em que realmente precisa dela, ela escapa. — Minha mãe fechou com força um livro de contabilidade que eu ainda estava usando, assim como o computador, se certificando de que tudo estivesse documentado duas vezes.Exatamente como ela gostava.— Kaia sabe? — Ela finalmente olhou para mim, tirando seu foco do livro.— Não, claro que não.— E a matilha?— E a matilha? — Eu resmunguei.— Você os colocou sob o comando alfa para não mencionar sua esposa para sua companheira?Eu não precisava usar o comando alfa na minha matilha, eu mantive Kaia isolada e minha matilha sabia que não devia mencionar Kaia para Alora.Meus pais foram os que deixaram claro o que era esperado da matilha antes de eu voltar da faculdade com Kaia, enquanto Alora estava em coma.— Está tudo sob
Ponto de Vista da KaiaAs coisas estavam... Boas.Eu passava parte dos meus dias no escritório do Hector, conferindo meus e-mails e depois ajudando com a administração da matilha.Ele estava começando a me confiar informações da matilha...Bom, não eram informações ultra-secretas, só documentos sobre nascimentos e mortes recentes, mas ainda assim... Ele estava confiando em mim, e aquilo me deixava incrivelmente feliz.Gostava de pensar que estávamos nos tornando amigos.Ele me convidou para participar do treino matinal. Eu aceitei, escondendo a animação, mas me arrependi assim que uma batida na minha porta me acordou às 5h da manhã. E ainda mais quando o ar gelado da manhã me congelou até os ossos.— Com que frequência eles treinam? — Perguntei, sem tirar os olhos dos homens e mulheres à minha frente.A Matilha Deserto de Âmbar também tinha guerreiras, mas, em comparação, o número era bem menor que o da Matilha Fantasma das Trevas.E, para ser sincera, eu estava começando a gostar aind
Ponto de Vista do Hector— Foi o meu companheiro... — Rosa soluçou, a respiração ficando descompassada de novo. Ela precisava de um pouco de ar para se acalmar.— Ela precisa de um médico! — Kaia exigiu, e eu virei a cabeça na direção dela num estalo.Comecei a fazer o contato mental com o Médico-Chefe, ordenando que viesse imediatamente até minha casa. Mas, de repente, Kaia segurou meu braço, e eu podia jurar que... não, deve ter sido coisa da minha cabeça.— Uma médica! — Ela completou.O médico respondeu rapidamente à minha ordem e prometeu vir até a casa do alfa com uma colega.Assim que chegaram e viram Rosa, mudaram completamente a abordagem.Kaia estava certa. Rosa reagiu muito melhor sendo atendida por uma médica mulher.Cheguei até a sugerir que Kaia a acompanhasse até o andar de cima.Ficamos todos observando enquanto Kaia ajudava Rosa a subir. Todos nós homens ficamos em silêncio, esperando a porta do quarto se fechar. A cabeça de Rosa repousava no ombro de Kaia, e embora ai
Ponto de vista do HectorO papel de um alfa é proteger os membros da sua matilha, até mesmo às vezes de si mesmos. Mas eu não consegui proteger a Rosa... E como temíamos.O médico confirmou que ela havia tomado a pílula anticoncepcional que evitaria uma gravidez, especialmente por tê-la tomado logo após o incidente.Coitada da garota.Ela já estava em casa, com o pai a carregando nos braços enquanto ela continuava a chorar, mesmo enquanto dormia.A vida dela mudou.Eu sabia o que precisava fazer, mas estava esperando Kaia terminar o seu dia.Eu não queria que ela ficasse sozinha naquele momento, algo estava errado. Ela não tocou na comida, e sei que não era só eu que percebi, Aubrey também comentou ter ouvido ela vomitando no banheiro.Ela finalmente foi dormir à meia-noite, lutando para manter os olhos abertos enquanto assistia a algum programa de TV de baixo nível, eu nem sabia direito o que era.Eu estava a observar ela.Eu não iria deixar o Riley se envolver. Ele iria saber da notí
Ponto de vista da KaiaEu estava tendo dificuldade para dormir, minha mente estava completamente focada no que tinha acontecido com a Rosa e eu estava tendo dificuldade para escapar das memórias dos seus gritos atormentados enquanto o médico a examinava.Ela estava coberta de hematomas, quem quer que fosse, ele não tinha sido nada gentil. Não era aquilo o que um companheiro deveria ser.Aquela pobre garota iria ser uma sombra de si mesma por um bom tempo.Eu a segurei durante todo o processo, eu tinha acabado de conhecer aquela garota, mas algo me tocou profundamente no que ela havia passado.Durante o resto daquele dia, eu não parava de ouvir o som do choro dela, como ecos que se repetiam nos meus ouvidos. A náusea me dominava várias vezes.Às vezes, os companheiros podem ser cruéis.Eu não disse a ela para que servia a pílula, só disse para ela tomá-la.Será que fiz algo errado?Será que abusei da confiança dela em mim?Ela era muito jovem para lidar com aquilo, ela tinha toda uma vi
Ponto de Vista da KaiaMeu estômago estava completamente em nó.O que eu deveria fazer... Sair agora, mas estava no meio da noite? Nem sabia onde o Pai estava, eu estava esperando pela confirmação da nova localização.O pânico continuava a me envolver, e a falta de sono estava fazendo coisas com a minha mentalidade, que normalmente era calma sob pressão.A casa estava completamente silenciosa, tanto que eu consegui ouvir o momento exato em que Hector entrou e apertou o dispenser de gelo na geladeira.Eu não ia esperar para ele me entregar ao Than para descobrir, preferia que ele me dissesse na cara e me desse tempo suficiente para me preparar. Que me desse o respeito de ao menos olhar nos meus olhos quando me contar.Desci as escadas, onde o som do relógio de pêndulo no pé da escada confirmou que eram 2h30 da manhã.A visão solene do notório alfa da Matilha Fantasma das Trevas não era de forma alguma o que eu esperava. Com um copo de uísque na mão, ele estava meio curvado sobre a banca