Alora Quando minha consulta médica terminou, Beta Zane já esperava Than lá fora. Algum assunto de segurança exigia atenção imediata.O que quer que estivesse acontecendo, Than teria que me contar em breve. Eu seria empossada como Luna quando fosse o momento certo e me tornaria igualmente responsável pela segurança da matilha.Entendia que ainda estava me recuperando, mas não falava sobre sair para patrulhar a fronteira. O que quer que estivesse acontecendo, ele poderia me atualizar da segurança da casa do alfa.Por mais que tentasse, não conseguia tirar a fotografia ou a falta do vestido de noiva da minha cabeça. Algo me incomodava, minha loba ficava mais forte a cada dia e percebia algo estranho.Caminhei para casa sozinha, recebendo olhares estranhos de membros da matilha que não pareciam dispostos a retribuir meu sorriso amigável. Eles estavam com raiva de mim, com raiva pelo que fiz seu alfa passar. Teria muito trabalho para provar que poderia ser a Luna que eles mereciam.Assim q
Hector — Você está pronta?— Sim, Alfa. — Kaia estava quieta naquela manhã, perdida nos seus pensamentos. Meu lobo sempre teve simpatia por mães solteiras, e eu podia sentir ele começando a se tornar protetor com Kaia.O que ia contra meu plano a longo prazo.Ele não deveria se apegar, e eu também não.O médico-chefe da matilha já nos esperava na recepção principal quando chegamos ao hospital da matilha. Ele nos guiou pelos muitos corredores do hospital em direção à maternidade.Devo admitir que nunca estive no hospital desde que foi construído. Nunca gostei de visitar hospitais. Tenho muitas memórias ruins que ameaçavam me assombrar.O cheiro forte de desinfetante era meu principal gatilho.O hospital parecia se autogerenciar. Eu apenas olhava as finanças e os números dos pacientes todo mês, sem me envolver com as operações do dia a dia. Isso, eu deixava para Ezra e para o médico-chefe.O médico pareceu perceber a ansiedade de Kaia, assim como a minha. Ele não perdeu tempo e começou
Kaia Algo havia mudado com o Alfa Hector. Ele estava se esforçando para passar mais tempo comigo.Cada vez que eu mencionava ter meu próprio lugar, ele ignorava com um: “Vamos ver”.Ele não me queria lá com um bebê recém-nascido gritando pela casa, acordando ele à noite, não quando não era dele, mas de seu inimigo.Ele chegou ao ponto de me convidar para uma reunião de segurança da matilha. Algo que Than nunca permitiu, embora fosse sua esposa e a Luna. Ou assim eu pensava na época.A reunião foi intensa, cobrindo cada ângulo do possível ataque dos guerreiros da Matilha Deserto de Âmbar, ainda contornando as fronteiras. Não faziam nenhum movimento que pudesse ser interpretado como um ato de guerra, mas deixavam claro que ainda estavam lá, esperando, prontos.Beta Ezra liderou a maior parte da reunião, me encarando de vez em quando, enquanto mencionava o alfa e a matilha.Não sei por quê, eu não tinha lealdade à Matilha Deserto de Âmbar. Mas, sabendo que eu era casada com o Alfa, Ezra
Alora Entre Freya me evitando e Medea ocupando a maior parte do meu tempo, eu não tive a chance de insistir por mais informações. Mas hoje ela me daria mais respostas. Freya deveria voltar, pois Medea tinha que sair com Than para algum lugar. Ela não ia poder mais se esconder de mim.— Freya acabou de fazer uma conexão mental. Ela está com uma virose. — Than disse na mesa do café da manhã.Inacreditável!— Ah, querido, não queremos isso na casa, especialmente com Alora ainda se recuperando.— Estou bem. — Eu disse, desesperada por respostas. Freya poderia me passar todos os vírus possíveis, eu não iria esperar mais nenhum dia.— Não seja boba, querida. Than, vou ficar aqui de olho em Alora enquanto você continua com nossos planos sozinho.— Tem certeza, mãe? Você não se importa?— Claro que não.Com a mãe de Than lá, eu comecei a me sentir mais como uma prisioneira do que alguém em recuperação. Eu não podia ir a lugar nenhum. Suas ordens para eu não me esforçar muito eram para o meu p
Alora Freya tentou desistir algumas vezes, mas todas as vezes foi imobilizada pelo meu olhar determinado. Agora, não era hora de hesitar.Ela me levou pela matilha, tomando muito cuidado para não sermos vistas.Seguimos pelas trilhas lamacentas laterais, saindo do caminho principal e cortando jardins, nos escondendo atrás de árvores quando os membros da matilha passavam.Meu estômago doía ao tentar acompanhar, ela era rápida. Percebi que tinha um longo caminho a percorrer antes de poder defender esta matilha como a Luna.Freya teve que me ajudar a pular uma cerca do jardim, me empurrando para cima de onde a antiga eu teria pulado sem nenhum esforço.Antes que eu percebesse, estava entrando em uma casa construída como qualquer outra casa de um membro da matilha. Genérica… uma casa comum, construída rapidamente para acomodar uma matilha em crescimento.O que era para acompanhar os anos de alta taxa de natalidade e baixas mortes.Ao caminhar pelo corredor, percebi imediatamente que a cas
Than — Você tem homens suficientes em patrulha?— Sim, mãe, eu sei como comandar uma matilha.— Você sabe mesmo, Than, porque tive que deixar seu pai por sua cauda. Dois anos, por dois anos, você a controlou. Então, no momento em que realmente precisa dela, ela escapa. — Minha mãe fechou com força um livro de contabilidade que eu ainda estava usando, assim como o computador, se certificando de que tudo estivesse documentado duas vezes.Exatamente como ela gostava.— Kaia sabe? — Ela finalmente olhou para mim, tirando seu foco do livro.— Não, claro que não.— E a matilha?— E a matilha? — Eu resmunguei.— Você os colocou sob o comando alfa para não mencionar sua esposa para sua companheira?Eu não precisava usar o comando alfa na minha matilha, eu mantive Kaia isolada e minha matilha sabia que não devia mencionar Kaia para Alora.Meus pais foram os que deixaram claro o que era esperado da matilha antes de eu voltar da faculdade com Kaia, enquanto Alora estava em coma.— Está tudo sob
Ponto de Vista da KaiaAs coisas estavam... Boas.Eu passava parte dos meus dias no escritório do Hector, conferindo meus e-mails e depois ajudando com a administração da matilha.Ele estava começando a me confiar informações da matilha...Bom, não eram informações ultra-secretas, só documentos sobre nascimentos e mortes recentes, mas ainda assim... Ele estava confiando em mim, e aquilo me deixava incrivelmente feliz.Gostava de pensar que estávamos nos tornando amigos.Ele me convidou para participar do treino matinal. Eu aceitei, escondendo a animação, mas me arrependi assim que uma batida na minha porta me acordou às 5h da manhã. E ainda mais quando o ar gelado da manhã me congelou até os ossos.— Com que frequência eles treinam? — Perguntei, sem tirar os olhos dos homens e mulheres à minha frente.A Matilha Deserto de Âmbar também tinha guerreiras, mas, em comparação, o número era bem menor que o da Matilha Fantasma das Trevas.E, para ser sincera, eu estava começando a gostar aind
Ponto de Vista do Hector— Foi o meu companheiro... — Rosa soluçou, a respiração ficando descompassada de novo. Ela precisava de um pouco de ar para se acalmar.— Ela precisa de um médico! — Kaia exigiu, e eu virei a cabeça na direção dela num estalo.Comecei a fazer o contato mental com o Médico-Chefe, ordenando que viesse imediatamente até minha casa. Mas, de repente, Kaia segurou meu braço, e eu podia jurar que... não, deve ter sido coisa da minha cabeça.— Uma médica! — Ela completou.O médico respondeu rapidamente à minha ordem e prometeu vir até a casa do alfa com uma colega.Assim que chegaram e viram Rosa, mudaram completamente a abordagem.Kaia estava certa. Rosa reagiu muito melhor sendo atendida por uma médica mulher.Cheguei até a sugerir que Kaia a acompanhasse até o andar de cima.Ficamos todos observando enquanto Kaia ajudava Rosa a subir. Todos nós homens ficamos em silêncio, esperando a porta do quarto se fechar. A cabeça de Rosa repousava no ombro de Kaia, e embora ai