Ponto de Vista do HectorUm mês depois.Eu estava encarando o mesmo mapa que observei durante o último mês, esperando que algo de repente surgisse para mim, ou que, por alguma mágica, o mapa me mostrasse alguma pista.Onde ela estava...Eu já tinha procurado por todas as outras matilhas vizinhas, por todas as cidades e vilarejos humanos... Ela não podia simplesmente ter desaparecido. Alguém deveria saber onde ela estava.Eu estava dividido...Eu tinha guerreiros observando os movimentos da Matilha Deserto de Âmbar todos os dias, encarregados de garantir que a cerimônia de marcação não acontecesse. E ela ainda não tinha acontecido. Eu tinha a promessa do Alfa Damon de que nada aconteceria até que ele aprovasse.Eles não estavam em posição de arriscar uma guerra com minha matilha e com as matilhas da minha aliança.A culpa me corroía a cada dia, misturada com a preocupação constante com a segurança da Kaia.Onde ela estava...O Alfa Jude e o irmão de Ezra, o Beta Edmund, estavam me ajuda
Ponto de Vista do Than— Você que estava desenhando eles, mãe. Deve ter mandado um para ele...— Morde essa língua, garoto. Eu não vou cometer esse erro. — Ela rosnou de volta para mim.— Medea, isso é sério. Você mandou, sim ou não? — Agora era o meu pai. Ele tinha voltado a morar na casa de alfa depois de cancelar todos os planos da cerimônia de marcação.— Claro que não! — Minha mãe rebateu, como se estivesse ofendida pela pergunta.— Mas você estava desenhando, Medea...— Sim, Damon, mas eu não enviei. Eu lembrei do que o Than disse.— E o que foi que ele disse?— Que ele não estava pronto para perder o vínculo de companheirismo com a Kaia, que precisava disso para trazer ela de volta.— Valeu, mãe! — Eu sentia o Beta Zane tentando acessar a conexão mental, mas bloqueei. Isso teria que esperar. Eu tinha coisa mais urgente nas mãos.— Eu não estou mentindo pro seu pai, Than.Claro, você jamais faria isso, né...— Mas mentir para mim é tranquilo, né?— Sua mãe me pediu para intervir,
Ponto de Vista da AloraAs coisas tinham voltado a ser como antes. Eu podia ter passado quatro anos dormindo, e o Than até chegou a se casar com outra pessoa. Mas, no fundo, tudo continuava igual.Eu ainda me sentia dividida.Era como se eu nunca tivesse tomado o acônito.Eu estava furiosa com o Than por ter ordenado que um de seus homens me arrastasse para longe, enquanto eu gritava e esperneava. Eu só queria ver o Hector e conversar com ele.Já se passaram quatro anos. Por que ele não conseguia perceber aquilo... Por que ele me negou aquilo?Tinha alguma coisa errada... O Alfa Damon estava morando ali de novo. Para um alfa aposentado voltar a viver na matilha, não era um bom sinal, e nem para a reputação da matilha com as outras.Eles não estavam me contando a verdade, e eu tinha quase certeza de que aquilo não tinha nada a ver só com o convite que o Hector recebeu.Meu coração se partiu ao ver o quanto ele estava abalado. Eu achei que ele já tivesse seguido em frente, que tivesse es
Ponto de vista da Alora— Não, não, ele não me contou! — Minhas palavras ecoaram forte e firmemente dentro das paredes do escritório de Than. O que exatamente Than estava escondendo de mim?— Então você sabia onde ela estava o tempo todo? — Meus olhos estavam fixos no homem que eu amava tão profundamente, no Than.— Claro que sabia, ele até mandou guerreiros para vigiar as minhas fronteiras.A traição continuava batendo no meu peito como socos intermináveis, tirando o ar dos meus pulmões.Guerreiros nas fronteiras de Hector...Ela pegou algo, Freya me contou que Kaia tinha levado algo de Than e fugido.Será que Than estava tentando pegar de volta? Algo que ele não queria que Hector soubesse que ela possuía. Será que poderia ser a ruína daquela matilha? Aquela matilha que me acolheu e me criou... Eu não podia deixar que nada acontecesse com ela, independentemente de nosso vínculo de companheirismo.— Ela se foi?— O convite foi descuidado, de mau gosto. Foi enviado de propósito para me
Ponto de vista da AloraUm silêncio constrangedor tomou conta do carro enquanto Hector acelerava, saindo das terras da matilha, e eu precisei me segurar no banco de couro devido à sua direção rápida. Ele queria estar longe das terras da matilha antes que eu mudasse de ideia.Eu precisei fechar os olhos, não consegui olhar o rosto de Than no espelho lateral do carro depois do que eu acabei de fazer."Eu vou voltar, claro que vou, aqui é o meu lar.", pensei em mim mesma.A ligação com a matilha começou a desaparecer à medida que Hector se afastava das terras da matilha. Eu já estava quase pedindo para ele parar quando ele devia ter sentido minha inquietação e encostou o carro em um estacionamento no topo de uma colina.Eu não queria estar tão longe a ponto de não conseguir sentir mais a matilha. Não estando marcada, a matilha era minha única conexão com Than, até ele me marcar. Aí ele poderia me se comunicar com a mente, onde quer que eu estivesse.A colina era famosa, um tipo de batalha
Ponto de Vista da Alora— O que foi? — Perguntei, ao ver sua mandíbula se contrair e as mãos continuarem cerradas sobre as coxas.Ele não respondeu com palavras, apenas balançou a cabeça. Ele não mentiria para mim, mas esconder a verdade, não dava no mesmo?Estar com ele dentro do carro, com o motor desligado, estava começando a desafiar meu autocontrole. Precisei abaixar o vidro da minha janela. O cheiro dele só ficava mais forte sem o ar circulando. Eu já não sabia se podia confiar em mim mesma diante do vínculo de companheirismo... Aquele vínculo já tinha me confundido uma vez.— Você sabe para onde ela foi?— Não. E mesmo se soubesse, não contaria. — O tom dele veio com uma amargura que eu não estava acostumada a receber do Hector.— Por quê?— Eu não posso deixar que ela volte pro Than.— Eu nunca faria isso... Eu não trairia sua confiança.— Você não teria escolha... O Than tem algum tipo de poder sobre você. — Senti o gosto amargo nas palavras dele. Um sorriso frio se formou nos
Ponto de Vista do Hector— Hector... Só me leve de volta!— Alora... — Tentei implorar que ela me deixasse terminar, mas ela simplesmente se fechou para mim. Virou o corpo na direção da porta, cruzou as pernas, até as pernas dela pareciam querer ficar o mais longe possível de mim.— Se é isso que você quer... — Rosnei entre os dentes. Eu até podia contar o monstro que ele era, mas ela nunca acreditaria.Ela tinha sido manipulada por ele desde tão nova, estava tão presa ao controle dele que naquele momento eu entendia o que Kaia quis dizer, que a gente nunca teve chance de verdade.A viagem de volta para a Matilha Deserto de Âmbar foi silenciosa. Ela se recusou a trocar qualquer palavra comigo. Na cabeça dela, já era como se tivesse sido marcada por ele. Ela nunca enxergaria quem ele realmente era, só via o que queria ver, com aqueles olhos cheios de ilusão.Assim que chegamos no portão da matilha, Than já estava esperando com seus guerreiros. Fiquei me perguntando quanto tempo mais el
— Então marca ela e deixa eu e a Kaia em paz, porra....Eu nunca conseguiria rejeitar a Alora. Não era algo que eu tinha em mim. Ela teria que me rejeitar, ou ser marcada pelo Than, para que o vínculo de companheirismo entre a gente fosse quebrado. Eu era forte de muitas formas, mas não quando se tratava dela.O vínculo de companheirismo podia ser cruel. Mesmo naquele momento, ainda me dava esperança de que ela fosse me escolher. Que não deixaria ele marcar ela. Sempre lutando até o fim.Se eu tivesse saído daquele carro para encará-lo, eu teria o matado.Eu era o lobo mais forte, disso nunca houve dúvida. Afinal, eu era o primogênito.Voltando para a Matilha Fantasma das Trevas, me surpreendi ao ver o Beta Ezra e o Riley do lado de fora da casa do alfa, como se estivessem me esperando.Quando desci do carro e caminhei na direção deles, percebi que o Riley estava inquieto, se mexendo sem parar.— Alfa, me desculpa. Minha irmã nunca deveria ter...— Não, eu agradeço pelo que ela me con