Parte 1...Mike estava concluindo um arquivo de seu último paciente quando o irmão entrou em sua sala e fechou a porta. Puxou a cadeira em frente de sua mesa e sentou.— Precisamos conversar, irmão.Mike fechou o arquivo e deixou o notebook em suspensão para dar atenção ao irmão.— Eu gostaria de saber o que está acontecendo mesmo entre você e Camila - Derek cruzou as mãos em cima da mesa.— Não acontece nada, somos chefe e funcionária e fora daqui nos tornamos amigos.— Só isso? - Derek fez uma cara de “não acredito”.— Por enquanto sim.— Ah... E isso quer dizer o que, exatamente?— Não sei, Derek - se recostou na cadeira — O que você quer que eu diga?— A verdade seria bom.— Está me chamando de mentiroso? - fez uma cara fechada.— Não, estou te chamando de iludido.— Como é? - ele franziu a testa sem entender.Derek puxou o ar e soltou devagar.— Eu penso que você está caído por essa garota... Está a fim de ficar com ela, mas ainda não admitiu isso para si mesmo e por isso está ev
Parte 2...Mike aproveitou enquanto comiam para falar sobre Camila, a clínica e Derek. Não escondeu os fatos e pediu que os pais lhe dessem sua opinião. Contou sobre Camila ter assumido o que achou ter sido um erro dela, mas que se defendeu também e até se aborreceu por ter sido acusada de algo que não fez.Seu pai ficou meio a meio, queria mais detalhes sobre o que havia acontecido e ficou preocupado que houvesse uma pessoa agindo de má fé trabalhando entre eles.Realmente ele tinha razão ao dizer que uma pessoa que fazia algo tão ruim de propósito, seria capaz de qualquer coisa, até mesmo prejudicar a clínica se achasse que deveria. Não era possível saber o que se passa na cabeça de uma pessoa que tem maldade no coração.A mãe dele se preocupou com Camila. Ficou triste em saber que ela estava tendo problemas e ainda mais criados por outra pessoa. Disse que apesar de sua doença, ela acreditava que Camila não tinha feito nada de errado e que apenas havia assumido para evitar criar uma
Parte 1...Antes de dormir Mike teve muito tempo para pensar sobre a clínica e Camila. As palavras dela lhe grudaram na mente e ele teve que admitir que ela estava certa quando dizia que não era a responsável pelo que havia acontecido e que apenas aceitou a culpa para evitar maiores problemas, ainda que claramente tenha ficado magoada.Ele já tinha parado para observar Camila quando ela não estava atenta a ele. Tinha percebido que ela mantinha uma rotina, fazendo sempre o mesmo na ordem que achava melhor, para assim não cometer erros.Quando chegava e quando ia embora, sempre ela mantinha um ritual. Ele já estava ciente disso e ela precisava ser assim por causa de seu problema ou se atrapalhava toda. Mantinha arquivos gravados, por ela e por Rosaly, além de seu bloquinho que sempre estava no bolso de seu avental.Se por um minuto ele duvidou dela foi um erro de sua parte. Camila era muito capaz sim. De várias coisas. Incluindo de ganhar um lugar em seu coração.Havia alguém que estav
Parte 2...E ele de novo se sentiu encantado por sua figura frágil, porém muito forte no fundo e incompreendida por muitos.O perfil dela era lindo e suave. Camila tinha uma beleza diferente, quase que uma dama das épocas antigas, com sua delicadeza em evidência, o que fazia seu lado protetor se sobressair.Adorava o modo dela sorrir e balançar a cabeça quando seu pai fazia algum comentário sobre sua jogada. Ela jogava a cabeça para trás e apertava os olhos, com sua gargalhada animada. Como uma música para seus ouvidos.Sua pele brilhava com os raios do sol e atraía seu olhar para o braço com sardas, o pulso fino e delicado e dedos compridos bonitos. Seu nariz arrebitado tinha pequenas sardas também, apenas algumas, dando um toque quase que de uma pintura apenas para realçar seus olhos.A boca bonita era um convite de tão tentadora.Ele puxou o ar fundo, ao perceber que estava divagando sobre ela como se houvesse entre eles um relacionamento mais sério, amoroso. E pensou porque não po
Parte 3...Bem, ele sabia que Derek já tinha comentado que estava interessado nela. E realmente ele ainda tentou esconder esse interesse dele mesmo, jogando para outro lado, para outra ideia, mas agora já sabia que não.O melhor era ser honesto com ele mesmo e com Camila. Depois da conversa com os pais, ele ficou pensando nos argumentos que eles colocaram e acabou lhes dando razão.Ele gostava de Camila. Gostava muito. E cada minuto que passasse ao seu lado, mais a conheceria e mais saberia como agir ao lado dela para não ser mais um desinformado.Na verdade, a última coisa que ele se ligava agora nela, era sua doença e o que isso acarretava para seu futuro. Enquanto fosse presente, ele gostaria de ter a companhia dela.Camila se despediu de todos e agradeceu quando Charlotte lhe entregou uma pequena caixa com outras caixas dentro.— Tem um pouco de tudo o que eu preparei para nós - ela sorriu e lhe entregou a caixa — Diga a minha amiga Henrieta que precisamos fazer outra viagem, só n
Parte 4...Sem pensar uma segunda vez, Camila o abraçou e encostou o rosto em seu peito, apertando sua cintura com os braços. Claro que ele se surpreendeu de início, mas foi algo que Mike gostou muito.Sorrindo ele a abraçou de volta e encostou o queixo em sua cabeça, alisando devagar suas costas. Era muito bom ficar assim com ela e fazia tempo que ele não tinha essa sensação gostosa de calma ao estar ao lado de alguém. Camila tinha esse dom de fazê-lo se sentir como se tudo fosse sempre ficar bem. Era uma sensação morna, interna, forte.Os dois deixaram o cachorrinho bem acomodado, alimentado e também com um brinquedinho ao lado para não se sentir assustado. Logo ele iria dormir, agora que estava quentinho e de barriga cheia.Depois os dois veriam como fazer com a guarda dele, já que ambos queria cuidar do filhote. Precisavam dar um nome para ele. Mike sugeriu um, mas Camila não gostou.— E qual seria?— Que tal...Speed? - franziu o nariz.— E porque Speed?— Porque ele foi bem ligei
Parte 1...— Não sei se você vai ficar bem acomodada, mas espero que seja suficiente para o tempo que vai ficar aqui.Mike abriu a porta do quarto onde Camila iria ficar durante os dias em que ficasse hospedada na casa dele. Com a desculpa de o ajudar a cuidar do cachorrinho.E no fundo era isso, ele sabia. Apenas uma desculpa para tê-la mais tempo por perto.Camila entrou e de cara gostou do quarto. Era todo creme, em um tom que mais parecia um sorvete de baunilha. Uma cama de solteiro, um guarda-roupa grande ao lado, a janela grande com cortina de renda branca e um sofá pequeno do outro lado.— E-eu gostei muito - se virou para ele sorrindo — Parece q-que vou dormir em um sorvete de, de baunilha.Ele sorriu também, esfregando o pé no tapete de desenho moderno em verde suave. Se sentiu bem em saber que ela gostava de sua casa. Entrou e deixou a pequena mala que ela tinha trazido ao lado da cama.— Vou buscar o que você trouxe para nós guardamos na geladeira. Pode ficar à vontade aqui
Parte 2...O dia passou normal. Cada um foi fazer o que tinha e quase não se falaram mais na clínica, apenas quando passavam um pelo outro pelos corredores.Eliza foi atrás de Mike para falar com ele sobre o cachorro que havia chegado, sem saber que tinha sido ele mesmo quem o trouxera. Começou a reclamar que não havia uma ficha de internamento do animal, sem a quem pertencia. Antes que ela continuasse querendo achar um culpado, ele logo revelou que tinha resgatado o animal.— Você? - ficou surpresa.— Sim, eu. Porque não? - ele fez uma cara crítica — Sendo um veterinário, seria de se esperar que eu gostasse de salvar animais.— Sim, eu sei disso... Mas é que você nunca fez isso antes.— Esta foi minha primeira vez - ele deu de ombros — E gostei tanto de fazer esse ato de generosidade, que talvez até acabe criando um local só para animais resgatados.Ele nem tinha pensado nisso realmente, só queria que ela parasse de se admirar com algo tão simples, como fazer uma bondade.— Ah, é mes