Narrado por Amália — Isso é importante, Amália. — Ele respondeu rapidamente, a urgência em sua voz era palpável. — Isso significa que, de algum jeito, não apenas você, mas todos no mesmo carro que você sobreviveram. Isso indicaria que George Blackwood está vivo e tomou essa decisão para proteger vocês.— Mas aonde ele está? Por que tudo isso? Por que eu era tão especial assim? — Eu bombardeava ele com perguntas, cada uma delas mais ansiosa que a anterior.— É muito cedo para essas respostas, mas eu vou encontrá-lo. Eu devo isso a ele.— Por que, Elion? Por que? — O meu choro começou a se intensificar, as emoções se acumulando como uma tempestade dentro de mim.Nesse momento, a porta se abriu, e vi Asael entrar — ou melhor, meu tio. Há pouco tempo, eu não sabia nem quem eu era, e agora descobria que tinha um possível avô e um tio, tudo ao mesmo tempo. O impacto da revelação me fazia sentir como se o chão estivesse se desfazendo sob meus pés.A voz de Asael ecoou pela sala, fazendo-me
Narrado por Amália — Por que as iniciais ainda são A.B? — perguntei, segurando o medalhão com força, como se a resposta estivesse gravada nele.Asael, que estava atrás de nós, respondeu em um tom suave, mas firme:— Porque seu nome também começa com “A”. Alora Blackwood. Esse deveria ser seu nome completo. Seus pais queriam que você levasse o sobrenome do seu pai, mas em homenagem a George, escolheram manter apenas o Blackwood. — Ele fez uma pausa, os olhos observando o medalhão em minhas mãos. — Amália, sua mãe, dizia que Alora significava “protegida por Deus”. E foi exatamente o que ela tentou fazer… proteger você, mesmo que à distância, mesmo que em segredo. Olhando para tudo que aconteceu, acho que ela estava certa. Você sobreviveu contra todas as probabilidades.As palavras de Asael ecoaram pelo quarto, cada sílaba carregada de um peso que eu mal conseguia suportar. Alora. Protegida por Deus. Esse nome, escondido de mim por toda minha vida, agora carregava um sentido que eu jama
Narrado por Elion Eu sabia que era pedir demais que ela aceitasse tudo de uma vez. Acho que ainda não era o momento para Asael contar a ela que seria minha futura esposa, mas a carta que encontramos no escritório de George… aquilo, sim, era importante. Tudo levava a crer que alguns deles poderiam estar vivos.Como Alora disse: se eles estão vivos, onde estão? Provavelmente Charlie e Olívia nem devem se lembrar de quem eram. Quando tudo aconteceu, Charlie tinha apenas cinco anos e Olívia, três. Estávamos ficando encurralados, sem nenhuma pista concreta.Será que George ainda estava vivo? E será que ele saberia o paradeiro de seus netos?Senti a mão de Asael em meu ombro. — No que está pensando, Don?— Só estou tentando encontrar alguma conexão, algum rastro que possamos seguir.Enquanto nós conversávamos, Alora vasculhava cada página dos papéis à sua frente.— Sei que isso pode não soar bem… — Ela começou. — Mas quero que providenciem uma árvore genealógica dos Blackwood, Halloway, Cr
Narrado por Alora Era demais para processar, demais para entender, mas agora que eu havia começado, não poderia mais parar. Ainda não conseguia me acostumar com o fato de eles me chamarem de Alora, como se esse nome carregasse um destino que eu nunca escolhi.Assim que Elion e Asael saíram, me permiti chorar. Tinha prometido a mim mesma que não derramaria mais lágrimas na frente deles, que eu mostraria que sou forte. Mas o peso da situação era esmagador. Como alguém poderia decidir meu futuro antes mesmo de eu nascer? Ser prometida a um homem que jamais conheci para escapar das ameaças de um velho? E, por isso, agora, eu seria a futura esposa de Elion Halloway?Queria poder me sentar frente a frente com meu avô, ouvir as explicações da boca dele, entender todos os segredos que eles guardaram por tanto tempo.Respirei fundo e liguei o computador antigo que era dele. Usei as técnicas de hacker que aprendi na escola; com o pouco que tinha, sempre busquei aprender algo que pudesse me dar
Narrado por Alora Deitei minha cabeça contra o vidro e fechei os olhos. Tudo havia sido demais para um só dia. Era como se cada verdade descoberta pesasse uma tonelada dentro de mim, e minha mente clamava por um instante de paz.Elion entrou no carro, no lado do motorista, e começou a dirigir de volta para o que agora chamavam de “casa.” Ainda era estranho pensar nessa palavra. Eu, que nunca tive nada que pudesse realmente chamar de lar, agora tinha um lugar, embora as paredes guardassem segredos tão antigos quanto dolorosos.Em alguns momentos, me pego pensando se tudo isso não passa de um sonho — confuso, caótico demais para ser real. Mas as lembranças daquele vídeo, dos sorrisos inocentes que foram apagados pelo medo e pela violência, não me deixavam escapar para essa fantasia. Era tudo real, e o peso dessas memórias insistia em me puxar para baixo.Aproximadamente trinta minutos depois, sinto o carro parar, mas meus olhos estão pesados demais para se abrir.— Alora, chegamos. — O
Narrado por Elion Segurei Alora em meus braços e a levei para o meu quarto. O caminho parecia familiar e, ao mesmo tempo, completamente novo. Nunca pensei que a teria comigo assim, tão perto. Assim que empurrei a porta, senti o ar mudar. O peso do meu passado, as promessas que fiz a mim mesmo, tudo parecia intensificar o momento. Coloquei-a gentilmente na beira da cama e a observei.Ela desviou o olhar, hesitante. Aquele traço de vulnerabilidade, mesmo que sutil, fazia algo dentro de mim pulsar. Estava claro que ela era uma mulher forte, mas ali, diante de mim, ela permitia que eu visse suas camadas, sua confusão, e talvez até um pouco de medo.— Você sabe que não precisa fazer isso, certo? — Minha voz saiu firme, mas com um tom de suavidade que raramente uso. — Não estou aqui para exigir nada de você.Ela levantou os olhos, e nos encaramos por alguns instantes. Aquela troca silenciosa de olhares parecia preencher o espaço entre nós de algo inegável.— E se eu quiser estar aqui? — El
Narrado por Alora Os beijos começaram a ficar mais intensos, e Elion descia os lábios pelo meu pescoço, provocando arrepios e me arrancando suspiros. O desejo crescia a cada toque, a cada vez que sua boca encontrava um ponto sensível em minha pele. A ideia de ser sua esposa, de compartilhar mais do que apenas palavras com ele, parecia menos assustadora agora.Ele me encarava com um olhar carregado de desejo e determinação, o tipo de olhar que deixava claro que ele não tinha pressa, que estava ali para cada detalhe, cada reação minha. Sua expressão trazia uma mistura de intensidade e prazer, algo que me fazia esquecer qualquer insegurança.Senti suas mãos me segurando com firmeza, transmitindo segurança enquanto ele explorava cada parte de mim. Seus beijos iam descendo, cada vez mais quentes e sedutores, me fazendo esquecer tudo ao meu redor. Era como se apenas nós dois existíssemos naquele instante.— Elion... — gemi seu nome quando senti seus dedos deslizando pela renda da minha cal
Narrado por Alora Eu me atrevi a passar a mão sobre a cueca dele, onde sua extensão marcava claramente. Ao meu toque, Elion arqueou ligeiramente o corpo, fechando os olhos por um instante. Quando os abriu, seu olhar era intenso e profundo, como se ele estivesse tentando enxergar além de mim, tentando decifrar cada emoção que passava pela minha mente. Ele manteve o contato visual, sem dizer nada, deixando que aquele momento falasse por si só. Suas mãos me seguravam com firmeza, mas agora havia uma suavidade em seu toque, uma mistura entre força e cuidado que me fazia sentir completamente rendida a ele.Elion tomou meus lábios em um beijo profundo, mordendo minha boca com leveza, enquanto suas mãos deslizavam para minha cintura e apertavam minha pele com uma intensidade deliciosa. Um suspiro escapou dos meus lábios, e ele sorriu ao ouvir meu pequeno gemido de prazer. A água quente caía sobre nós, aumentando a sensação de calor e deixando o clima entre nós ainda mais intenso, como se tu