Jeff Se passaram alguns dias desde que tirei a mulher que eu amava da minha vida. Mesmo distante, Kathy era presença constante na minha mente o no coração. Me torturava com o pensamento de que Kathy estaria me odiando e que isso nunca mudaria. E doía pensar nisso. Doía muito.O pior de tudo foi ter que enviar aquela maldita nota a impressa dizendo que não sabia sobre Kathy ser dançarina. Odiava o fato de deixar a merda do meu nome e minha reputação ditar as regras.Era uma regra fingir ser uma pessoa perfeita, ser que aquela sociedade elitista hipócrita queria que fossemos.E ainda tinha que lidar com Bervely o tempo todo querendo bancar a amiga, fazendo de tudo para se aproximar. O que estava fazendo nascer uma raiva eminente dela, ria de mim mesmo ao pensar que tudo isso foi por ela.Não conseguia mais enxergar em Bervely a mulher por quem um dia me apaixonei.Eu estava tão ferrado emocionalmente e fisicamente, estava vivendo a base de café e whisky, mal estava comendo.Tentava me
KathyJá se passou quinze dias desde o momento em que recebi a ligação que estava mudando a minha vida. Teria o meu primeiro livro publicado, o meu sonho seria realizado.Seria uma escritora de verdade. Já assinei o contrato com editora e em algumas semanas o meu livro estaria em todas as livrarias do país. Esperava que as pessoas gostassem da minha história e assim pudesse publicar todos os livros. Meu editor não parava de elogiar a história e dizer que seria um sucesso. Queria que ele estivesse certo.Com o dinheiro dos livros, eu poderia dar uma vida confortável para Maddie e minha mãe e quem sabe fazer faculdade de literatura.Estava feliz por ter uma chance de concretizar algo que sempre havia almejado, por minha mãe estar orgulhosa de mim e agora por saber que Maddie estava prestes a ter uma vida normal sem restrições e podendo ser uma criança de verdade.Tentava organizar as minhas coisas no guarda-roupas do meu novo apartamento. O apartamento de Lissa era compacto, não sobrava
Jeff Demorei mais do que esperava durante a visita às filias. Ao menos consegui resolver todas as pendências. Talvez tivesse demorado propositadamente, pois não queria voltar para o meu apartamento e senti-lo tão vazio.A presença dela trouxe um brilho diferente para o local, uma visão de lar. Olhar para o seu lado vazio da cama era uma grande tortura, os lençóis ainda exalavam o seu cheiro doce.Queria não ser um covarde e correr até ela, dizer o quanto eu a amo e o quanto a quero na minha vida. No fundo, sabia que se fizesse isso eu destruiria meu pai e o mínimo respeito que ainda tinha por mim.Imaginei que esse sentimento por Kathy se esvairia, porém, era como se a sua distância o intensificasse.E agora de volta a Nova York, estar a caminho do meu prédio era como se meu coração quisesse sair do peito.No meu íntimo, desejava vê-la mesmo que de longe, pois não queria ver o seu olhar repleto de mágoa sobre mim.Me questionava s amei Bervely em algum momento. Por mais que tenha sof
JeffMeu pai foi entrando sem cerimônia alguma e sabia que nada de bom sairia dessa ilustre visita.— Bom dia papai, não esperava o senhor aqui... — suspirei e peguei a garrafa vazia de whisky no chão.Ele olhou para mim furioso e eu não tinha coragem de perguntar o motivo para ele estar no meu apartamento.— Como foi a viagem? — perguntei— Pelo visto acabou de acordar — ignorou a minha pergunta enquanto olhava ao redor.Meu apartamento estava um lixo e só agora tinha percebido. Até eu estava um completo lixo. Passei a mão pelo rosto sentindo a barba áspera e crescida.— Perdi o horário, meu celular não despertou e acho que acabou a bateria. Mas fique tranquilo, Rick está na empresa — busquei permanecer firme.— Não Jeff , Rick não está na empresa, Alice entrou em trabalho de parto, saberia se deixasse essa merda de telefone ligado — Me fuzilou duramente com o olhar.— Uau, nossa — disse surpreso, imaginado a raiva que Rick estava sentindo de mim, certamente ele tentou me ligar.Meu
JeffNão iria ocupar minha mente pensando na mudança repentina do meu pai. Corri para o meu quarto, coloquei meu celular para carregar e fui direto para o banheiro.Tomei um banho em menos de cinco minutos. Peguei a primeira roupa que encontrei e nem me dei o trabalho de me olhei no espelho.Liguei meu celular ainda no carregador e busquei o único número que importava: Kathy.Direto para a caixa postal, mas eu esperava por isso. Claro que ela bloquearia o meu número assim como me bloqueou no aplicativo de mensagens. E não poderia julgá-la por fazê-lo devido tudo ao que fiz.Agi como um filho da puta covarde.Vi que tinha mais de dez mensagens de Rick. Precisava estar ao lado do meu melhor amigo nesse momento tão importante, já bastava ter sido o pior dos canalhas com a mulher que eu amo, não poderia fazer o mesmo com a pessoa que sempre esteve ao meu lado e me apoiou.Passei pela portaria na esperança de que encontrasse o senhor Rodrigues e ele soubesse para onde Kathy se mudou, mas e
JeffJá estava a cinco minutos na porta do prédio para onde Kathy se mudou. Com muito custo a baixinha me passou o endereço, me fazendo jurar que não a deduraria. Ri ao me lembrar da pequena e de como ela me alegrava. Não conseguia deixar de pensar em como fui idiota ao abrir mão de tudo isso.O prédio era em um bairro bom, diferente do que ela vivia quando a conheci e isso me deixou aliviado.Maddie disse que Kathy não estava em casa e não sabia para onde ela foi. Isso chegou a me incomodar, pois as palavras de Rick ainda estavam frescas na minha mente.Não conseguia imaginá-la sendo de outra pessoa.Estava esperando que ela chegasse para tentar falar com ela na esperança de que pudéssemos nos resolver.Sacudia a perna tentando conter meu nervosismo e ansiedade.Vi quando um utilitário preto parou e Kathy desceu, ela estava mais linda do que nunca. Estava pronto para descer quando vi um homem descer do carro e caminhar até Kathy.Observei eles começarem a conversar e o desgraçado par
KathyMinha vida tinha dado um giro de 360 graus nas últimas semanas. Jamais tinha imaginado que o meu livro fosse conquistar o público como ele conquistou. Grande parte dos meus leitores eram adolescentes, mas tinha uma boa porcentagem de adultos.O primeiro pagamento que recebi pelos livros vendidos era de um valor tão alto que eu não poderia ter imaginado. Agora poderia cuidar da saúde da minha família e lhes proporcionar uma boa vida apenas fazendo o que amava: escrever.Minha mãe estava cheia de orgulho e Maddie nem se fala, ela não entendia muito bem como tudo funcionava, mas sentia que sua alegria era derivada da minha.Maddie estava cada dia melhor, era tão bom ver seu rostinho corado! Por ordens médicas ela ainda se mantinha de repouso, porém isso estava deixando-a muito irritada, pois acreditava que agora poderia fazer tudo e era uma luta para fazê-la entender que ainda não era o momento.Tinha mais de uma semana que contei a verdade para ela sobre o meu rompimento com Jeff
KathyEstava feliz por voltar para casa, estava exausta. E aparentemente não só eu, porque Maddie estava dormindo no colo da minha mãe no banco de trás do carro de Lissa. Por sorte minha amiga não tocou no assunto Jeff .Só de pensar no que aconteceu meu estômago embrulhava e uma vontade súbita de chorar me invadia.Sentia raiva por ele me afetar tanto ainda, tudo que eu queria era não sentir nada.Estava prestes a descer do carro quando Lissa segurou o meu braço e gritou para minha mãe que eu logo subiria.Já imaginava o motivo para ela me impedir.— Pode ir falando! O que aquele filho da puta engomadinho queria? — perguntou ansiosa.— Não sei.— Como não sabe? — Ela tirou o cinto e se ajeitou no banco.— Ele queria conversar, mas eu disse que não tínhamos nada para falar.Lissa deu um soco no ar e riu.— Essa é minha garota!Esperava que tivesse tomado a atitude correta.— Quem esse idiota pensa que é? Depois de tudo que aconteceu aparece querendo conversar!Descansei a cabeça no as