Eu não tinha engolido Miguel ter conseguido ficar com os meus netos detestáveis e isso me fez pensar em várias maneiras de tentar virar o jogo ao meu favor, porque eu não ia deixar barato todo o sufoco que ele estava me fazendo passar. Eu estava sem dinheiro, me privando de bebidas e comidas caras e queria todo o meu luxo de volta.O infeliz também conseguiu me afastar do idiota do Heitor que era o único que eu conseguia manipular e já não estava mais conseguindo e tudo que eu dizia para tentar colocar ele contra o pai já não estava mais funcionando. Do nada ele tinha voltado as boas e a amar o pai colocando ele nas alturas, como um herói!O que me deixava tranquila e me fazia não ter tanta pressa era a audiência final que ainda ia acontecer e o tempo estava ao meu favor para organizar a minha vingança final, que ia destruir todos que eram próximos a Miguel de uma forma absurda. E cada um deles ia sofrer bastante.E ainda tinha a Olíviah. O maior erro dela foi ter se metido nos meus
- Que tal, a Oly e eu e Lavínia e o papai? - Eu sorri diante da escolha do menino - ou elas duas contra eu e você, pai? E quem ganhar vai ter que fazer a vontade do outro tipo, passar a tarde com a gente jogando video game!- E se eu e a Oly ganhar... - Lavínia disse animada - Vocês vão passar a tarde no shopping com a gente!- Gostei disso! - sorri animada - Devo lembrar que eu sou ótima em agarrar pênaltis...eu tive um bom professor - Pisquei para Miguel.- É? - Ele ergueu a sobrancelha - E eu além de ser um ótimo goleiro, támbém sei bater muito bem um pênalti. E eu tenho um pedido - Franzi a testa - Caso você perca, também vai ter que jantar comigo essa noite!- Tá - sorri dando de ombros - Só resta saber se você irá ganhar né?! - Vou fazer de tudo para ter isso querida!Realmente tínhamos colocado um fim nas brigas e barracos, Miguel e eu aprendemos com a convivência a respeitar um ao outro. Vivíamos como uma família de verdade e eu finalmente me sentia feliz e completa por está
Eu te odeio! - o meu filho gritava sem parar - Quero que você morra igual à mamãe.- Filho, o que houve? - Eu queria entender o que estava acontecendo, por mais que já tivesse noção.- Você não é meu pai! - Ele dizia com os olhinhos assustados - Você era meu super-herói como nos filmes, mas heróis não usam coisas que fazem mal para a saúde. O Capitão América não gosta de drogas.Ouvir aquela frase fez a minha cabeça girar. O que eu mais temia tinha acontecido, os meus filhos descobriram o que eu fazia questão de não lembrar todos os dias da minha vida.A pior coisa era tentar esconder de mim mesmo ou fingir que tinha sido um pesadelo, dessa forma eu achava que ninguém ia descobrir, ou melhor, os meus filhos porque eu não queria magoar ou decepcioná-los, era como se eu falhasse como pai. Mas do que adiantava? Eu tinha realmente falhado.Eu fechava os olhos e tudo passava como um filme de terror em que eu mesmo era o vilão. Como pode alguém ser feliz fazendo mal a si mesmo? Naquela fase
Estava tudo tão bem...na minha mente eu já tinha a imagem de nós 4 como uma família feliz. Mas infelizmente um balde de água fria tinha sido jogado nos meus sonhos.Ouvir tudo da boca de Miguel doeu mais do que ouvir de Olga. O nosso passado tinha vindo a tona e naquele momento eu soube de coisas que mesmo de anos me magoou demais.Miguel, o meu Miguel era apenas um menino fraco que pensava que o mundo girava ao seu redor. E por pensar assim as escolhas que ele fez prejudicou uma relação que talvez fosse para ser uma das mais lindas histórias de amor.Como eu poderia viver com um homem que na primeira derrota iria se entregar ao álcool ou talvez até em algo pior? Seria uma relação nada saudável e cheia de vibrações ruins. Por mais que eu fosse forte e suportasse muita coisa, eu não ia aguentar ter Miguel daquela forma ao meu lado.Os meus olhos ardiam de tanto chorar. E pensar que enquanto eu sofria, ele também estava passando pela mesma coisa, porém não podíamos estar juntos. A pergu
Desta vez eu estava menos confiante e com um certo medo de enfrentar o juiz, até porque eu tinha certeza que Olga ia falar todos os meus podres. E por mais que o meu Advogado me desse a certeza que só ela falar não ia ser suficiente mesmo assim eu não estava confiante.E eu tinha colocado na minha cabeça que se os meus filhos decidissem viver com a avó eu não ia ser contra até porque eu não era um bom pai e já tinha dado provas suficientes disso.E talvez ela também só fosse má pessoa para mim e se de fato ela tivesse vontade de ter eles por perto? E se não fosse só por dinheiro? Mas quem eu queria enganar? Lógico que era por dinheiro. Olíviah já tinha deixado claro que após a audiência ela iria embora. Eu tinha total certeza que eu poderia mover céus e terra que ela não ia ficar comigo. Eu perdi a mulher que eu amava mais uma vez. E de vez. E também tinha deixado a oportunidade de dizer que a amava ser perdida. Mais uma vez a mulher que eu mais amei estava indo embora e pelo jeito e
Meses antes de descobrir que eu era apaixonada por Miguel eu sequer queria ouvir o nome dele, olhar nos olhos ou ficar no mesmo lugar que ele. Porém, nos dias em que eu estava sem ele após ter decidido ir embora, era como se eu tivesse deixado para trás um pedaço de mim.Eu não tinha ideia de como ia seguir sem ele ao meu lado. Eu sentia falta da voz, do cheiro e de todo o resto que formava Miguel Henrique.Eu insistia em tentar entender o porquê de ele não ter compartilhado comigo o passado sujo, eu já tinha me comprometido a ajudá-lo para ter os filhos e com toda certeza eu ajudaria ele a superar os medos e monstros do passado.Mesmo que o passado viesse nos assombrar eu iria querer ter Miguel porque ele era meu mundo, mas eu não podia fazer isso sozinha, Miguel tinha chegado a um nível em que não estava mais lutando por nada e eu queria que ele caminhasse ao meu lado, um sendo o apoio para o outro e superando toda a maldade.- É uma saudade tão grande - Sorri sem vontade enquanto R
- Não! - Eu segurava ela em meus braços - Olíviah, Meu amor! Volta por favor. Acorda!Em questão de segundos tudo aconteceu Olíviah correndo, O carro acelerando e depois ela em meus braços desacordada.Eu estava desesperado e sem saber o que fazer ali no meio da rua com o amor da minha vida desacordada nos meus braços. O que seria de mim sem a minha melhor parte? Eu não podia perder lá. Se algo de ruim acontecesse, eu iria me culpar pelo resto da minha vida.- Filho, pelo amor de Deus fica calmo. - a minha mãe disse - Eu já chamei a ambulância. Vai dar tudo certo.- Fica comigo Olíviah, amor? - Eu tentava acordar ela - Meu amor eu não posso te perder.....o que vai ser de mim sem você?Os minutos passavam e o meu coração se apertava ainda mais. Parecia uma eternidade a tal ambulância, eu queria salvar ela e dali em diante passar a fazer Olíviah feliz ao meu lado, sem mais tristezas, sem todas as coisas que atrapalhava a nós dois.Eu alisava o rosto dela ali no meu colo. Tão linda. Tão
Eu só queria compreender toda aquela confusão e falatório de médicos e enfermeiros ao meu redor. Eu não conseguia decifrar o que eles diziam e as caras de preocupação me deixavam mais tensa. Eu fazia força para falar, mas não conseguia. E sempre o meu corpo ficava cansado e eu caía no sono.A medida que fechava os olhos eu revivia tudo. O carro acelerando na minha direção, a tentativa de correr (Em vão) e Miguel tentando me acordar enquanto os meus olhos só queriam fechar.- Doutor, temos que fazer de tudo para salvar a criança - Ouvi uma enfermeira dizer - Ela é saudável, mas o impacto pode ter sido fatal...- Vamos fazer o possível e o impossível - O médico respondeu - Sou Médico da família de Miguel a anos e vou salvar o mais novo membro da família.- Olíviah, fica comigo. - Eu ouvia o médico dizer - Vamos, novamente. Criança? Membro?Eu rezava nos meus sonhos e pedia a Deus só mais uma oportunidade. Eu tinha que sair do lugar sombrio e voltar para luz, o lugar em que tudo fazia