- É bem ali- ela apontou para o prédio antigo com a mão.- Aqui?- perguntou ele. - Sim!- ela confirmou. Ben parou o carro, a chuva continuava a ficar cada vez mais forte, então ele a deixou sair e se cobrir com a jaqueta. - Vá, não se preocupe. Não se preocupe, eu a mandarei para a lavanderia mais tarde. - Sara saiu do carro e caminhou até a entrada do prédio, enquanto Ben olhava para sua figura esguia, suas panturrilhas e bunda firmes. Sara entrou no prédio, começou a subir as escadas e encontrou a mãe, que estava prestes a sair para a clínica. - Filha! Você está encharcada. - Oi, mamãe! Está chovendo muito.- Ela olhou para o relógio.- Não é muito cedo para você sair para o trabalho? - Sim, um pouco, mas prefiro chegar cedo e não me atrasar para o meu turno.- Você está muito bonita hoje, mamãe. - Obrigada! -Amanda sorriu, pois era a primeira vez em muito tempo que sua filha lhe fazia um elogio.- Vejo você amanhã de manhã, filha. Amanda terminou de descer as escadas. Sara não
A noite começou agitada; ao contrário dos dias anteriores, essa noite estava muito movimentada, possivelmente devido ao início do fim de semana. Os pacientes estavam chegando à clínica com ferimentos causados por acidentes, armas de fogo ou doenças virais, situações que exigiam a atenção de Amanda. Ela permaneceu ansiosa, esperando encontrar Ben. No entanto, ela mal o via de longe enquanto se dirigia à área de emergência ou entre uma corrida e outra, enquanto ia de sala em sala. Finalmente, quando teve um breve descanso, ela quis se aproximar do bilionário, foi até a sala de espera da UTI, mas ele estava acompanhado de um de seus filhos e da sua esposa. Ela se virou e foi para o banheiro, um tanto frustrada com isso. Depois disso, ela nunca mais o viu. Naquela manhã, antes de Amanda marcar o ponto, o médico ordenou que Jaspe fosse tirada da UTI e encaminhada para um quarto normal, pois ela estava reagindo e estava fora de perigo, o que era um grande avanço. Depois de bater o ponto,
Amanda chegou em casa, totalmente arrasada, foi direto para o quarto e chorou inconsolavelmente. Ela havia se iludido como uma adolescente, achava que Ben era diferente dos outros homens e que finalmente teria a chance de ter alguém ao seu lado. Certamente Amanda nunca havia sido feliz ao lado de Anthony, nunca havia conseguido esquecer aquele homem de seu passado, mas, pela primeira vez, havia reavivado nela o desejo de se sentir uma mulher e deixar de lado o papel de mãe. Mas tudo isso era uma ilusão de ótica, uma miragem, um holograma de sua triste realidade.Sara, por outro lado, ainda flutuava em uma nuvem, desejando ver seu chefe. Mas por quanto tempo ela permaneceria no topo, sem cair? No momento em que tomava o café da manhã, ela abriu suas redes. Ela não era uma fã como o resto de seus amigos, mas seu instinto era fazer isso, ela viu a notícia da recuperação da filha de seu chefe "Jaspe Collins, reagiu" "A família Collins está mais unida do que nunca" a manchete acompanhada d
Quando a semana começa, Sara sai do apartamento, desce as escadas e se encontra com Amanda, que entra no prédio com o maço de envelopes que acabou de pegar na caixa de correio; ela ainda parece estar de bom humor. - Deus cuide de você, filha. - Obrigada, mamãe. Vejo você quando eu voltar.- Ela a beija no rosto. - A partir de hoje, vou começar a cuidar de um paciente. Vou trabalhar no turno da tarde.- Sara olha para ela com espanto. - Trabalhar mais? É demais, você não acha? - Às vezes você tem que fazer alguns sacrifícios, veja todas as contas que precisam ser pagas este mês.- diz formando um leque com os envelopes. Sara se sente um pouco envergonhada com a mãe, ela gostaria de poder ajudá-la mais, mas ainda não recebeu o pagamento do primeiro mês.- Espero poder ajudar você em breve, mãe. - Não é necessário, Sara. O que você faz é para você. - Não é justo! Eu tenho que ajudar você com as despesas.- Amanda sorri, pois sabe que sua filha é uma boa menina.Sara acena com a cabeç
Sara ficou atenta o dia todo. Ela precisava entregar aquele pedaço do terno luxuoso ao seu dono; parecia ter se tornado uma espécie de lembrança entre eles. Toda vez que Sara conseguia sair do escritório, via Ben ocupado; ele mal olhava para cima para vê-la, pois também estava um pouco ansioso naquela manhã. Na hora do almoço, Sara encontrou Ann como de costume. - Finalmente você veio!- Ann exclamou. - Sim, eu estava um pouco ocupada.- Respondeu ela, sentando-se, um pouco perturbada.- Bem, vamos parar com a conversa fiada e almoçar, pois só temos meia hora para voltar ao escritório. - Sim, eu sei. Desculpe-me pelo atraso. Você deveria ter começado sem mim.- Ela disse, enquanto tirava a bandeja com seu almoço da pequena bolsa térmica. - Ei, o que há de errado com você? Eu não queria repreender você. Você sabe que eu sempre espero por você ou você por mim. Por que seria diferente dessa vez?- perguntou ela, cautelosa.- Desculpe-me, Ann, não foi isso que eu quis dizer a você. -D
Sara entrou em seu apartamento e, pela primeira vez em muito tempo, não encontrou sua mãe em casa, o que a fez se sentir um pouco estranha. Pouco a pouco, a rotina de sua vida estava sofrendo mudanças inesperadas para ela. Exausta da agitação da empresa naquela manhã, ela foi para o quarto, tirou a roupa e foi para o chuveiro, pois precisava se livrar da tensão emocional que se refletia em seus ombros e pescoço. Nada melhor do que uma ducha quente para fazer isso.Minutos depois ela saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, viu sua bolsa e lembrou-se de que a jaqueta de seu chefe ainda estava lá dentro, tirou-a e colocou-a sobre a cama, depois deitou-se, deslizou as mãos sobre ela e percebeu o aroma daquele perfume único que, como um gatilho mental, desencadeou emoções intensas na jovem. Imediatamente, a imagem do aviso de Ben e Davis veio à sua mente. Sara queria sentir as mãos do CEO em seu corpo tanto quanto naquele primeiro momento no café ou no escritório dele. Como ela poderia
Sara respirou fundo, tentando relaxar antes de abrir a porta e, quando o fez, foi recebida por Ann.- Olá- disse ela com a respiração suspensa- como vai? - Oi, eu vim ver você, pois você me disse que sua mãe começou a trabalhar mais, então decidi fazer uma visita e trouxe algumas coisas para comermos, enquanto conversamos. - OK, entre. A verdade é que, quando cheguei em casa, me senti muito sozinha. Eu estava acostumada a encontrar você aqui a essa hora.- Você quer assistir a um filme e pedir pizza?- propôs a moça com entusiasmo.- Sim, isso seria ótimo.- ela sorriu forçadamente. Sara estava evitando encontrar Ann sozinha, pois ainda se lembrava da última vez que se viram no loft onde sua amiga morava e onde algo inesperado aconteceu: sua amiga tentou beijá-la. Embora mais tarde ela tenha se desculpado dizendo que tinha sido por causa das bebidas, criou-se um pequeno abismo entre elas. -Vamos para o seu quarto- Sara hesitou por um momento, mas então se lembrou da jaqueta de Ben so
- Ann, o que aconteceu com você?- perguntou Amanda, perturbada, quando encontrou a melhor amiga de sua filha no pronto-socorro.Ao ver o rosto familiar, a garota se desmancha em lágrimas.- Senhora Amanda- ela estende os braços, e Amanda a abraça, a menina se aconchega em seu peito e chora inconsolavelmente. - Por favor, acalme-se, Ann- diz acariciando a cabeça dela- Diga-me o que aconteceu com você e por que está aqui?- Ela pergunta confusa.Mas a resposta de Ann é desnecessária, pois a interrupção dos dois policiais dentro da sala grande lhe dá uma ideia do que pode ter acontecido com a jovem.- Senhorita Campbel, você poderia reconhecer os homens que a atacaram?- A mulher loira, vestida como policial, pergunta, e ela nega entre soluços.- Não, eu não consegui vê-los. - Você pode nos deixar a sós com a jovem?- O policial pergunta a Amanda.- Sim, policial. Com a sua permissão. Volto daqui a pouco, Ann. Tente se acalmar.- A moça acena com a cabeça.Amanda sai da sala, vai até a sal