Sara ficou atenta o dia todo. Ela precisava entregar aquele pedaço do terno luxuoso ao seu dono; parecia ter se tornado uma espécie de lembrança entre eles. Toda vez que Sara conseguia sair do escritório, via Ben ocupado; ele mal olhava para cima para vê-la, pois também estava um pouco ansioso naquela manhã. Na hora do almoço, Sara encontrou Ann como de costume. - Finalmente você veio!- Ann exclamou. - Sim, eu estava um pouco ocupada.- Respondeu ela, sentando-se, um pouco perturbada.- Bem, vamos parar com a conversa fiada e almoçar, pois só temos meia hora para voltar ao escritório. - Sim, eu sei. Desculpe-me pelo atraso. Você deveria ter começado sem mim.- Ela disse, enquanto tirava a bandeja com seu almoço da pequena bolsa térmica. - Ei, o que há de errado com você? Eu não queria repreender você. Você sabe que eu sempre espero por você ou você por mim. Por que seria diferente dessa vez?- perguntou ela, cautelosa.- Desculpe-me, Ann, não foi isso que eu quis dizer a você. -D
Sara entrou em seu apartamento e, pela primeira vez em muito tempo, não encontrou sua mãe em casa, o que a fez se sentir um pouco estranha. Pouco a pouco, a rotina de sua vida estava sofrendo mudanças inesperadas para ela. Exausta da agitação da empresa naquela manhã, ela foi para o quarto, tirou a roupa e foi para o chuveiro, pois precisava se livrar da tensão emocional que se refletia em seus ombros e pescoço. Nada melhor do que uma ducha quente para fazer isso.Minutos depois ela saiu do banheiro, enrolada em uma toalha, viu sua bolsa e lembrou-se de que a jaqueta de seu chefe ainda estava lá dentro, tirou-a e colocou-a sobre a cama, depois deitou-se, deslizou as mãos sobre ela e percebeu o aroma daquele perfume único que, como um gatilho mental, desencadeou emoções intensas na jovem. Imediatamente, a imagem do aviso de Ben e Davis veio à sua mente. Sara queria sentir as mãos do CEO em seu corpo tanto quanto naquele primeiro momento no café ou no escritório dele. Como ela poderia
Sara respirou fundo, tentando relaxar antes de abrir a porta e, quando o fez, foi recebida por Ann.- Olá- disse ela com a respiração suspensa- como vai? - Oi, eu vim ver você, pois você me disse que sua mãe começou a trabalhar mais, então decidi fazer uma visita e trouxe algumas coisas para comermos, enquanto conversamos. - OK, entre. A verdade é que, quando cheguei em casa, me senti muito sozinha. Eu estava acostumada a encontrar você aqui a essa hora.- Você quer assistir a um filme e pedir pizza?- propôs a moça com entusiasmo.- Sim, isso seria ótimo.- ela sorriu forçadamente. Sara estava evitando encontrar Ann sozinha, pois ainda se lembrava da última vez que se viram no loft onde sua amiga morava e onde algo inesperado aconteceu: sua amiga tentou beijá-la. Embora mais tarde ela tenha se desculpado dizendo que tinha sido por causa das bebidas, criou-se um pequeno abismo entre elas. -Vamos para o seu quarto- Sara hesitou por um momento, mas então se lembrou da jaqueta de Ben so
- Ann, o que aconteceu com você?- perguntou Amanda, perturbada, quando encontrou a melhor amiga de sua filha no pronto-socorro.Ao ver o rosto familiar, a garota se desmancha em lágrimas.- Senhora Amanda- ela estende os braços, e Amanda a abraça, a menina se aconchega em seu peito e chora inconsolavelmente. - Por favor, acalme-se, Ann- diz acariciando a cabeça dela- Diga-me o que aconteceu com você e por que está aqui?- Ela pergunta confusa.Mas a resposta de Ann é desnecessária, pois a interrupção dos dois policiais dentro da sala grande lhe dá uma ideia do que pode ter acontecido com a jovem.- Senhorita Campbel, você poderia reconhecer os homens que a atacaram?- A mulher loira, vestida como policial, pergunta, e ela nega entre soluços.- Não, eu não consegui vê-los. - Você pode nos deixar a sós com a jovem?- O policial pergunta a Amanda.- Sim, policial. Com a sua permissão. Volto daqui a pouco, Ann. Tente se acalmar.- A moça acena com a cabeça.Amanda sai da sala, vai até a sal
Durante o intervalo para o almoço, Sara verificou o celular e ouviu atentamente as mensagens de sua mãe, uma a uma, sem acreditar no que estava ouvindo. Sua amiga Ann havia sido atacada por homens a poucos metros de sua casa. Ela começou a ligar para Amanda, que tinha acabado de acordar e estava no chuveiro.Quando a mãe não atendeu, Sara deixou o almoço de lado e foi contar ao chefe o que havia acontecido. Ele não estava no escritório. A jovem começa a se desesperar com a situação, ela precisa saber sobre sua amiga e se acalmar, pois se sente responsável pelo que aconteceu com ela. O remorso se instalou tão rapidamente que era inevitável sentir-se culpada, culpada por não ter ido atrás dela, culpada por não tê-la impedido, culpada por tê-la rejeitado. Sara aguarda ansiosamente o retorno de Ben. Finalmente, ela ouve passos se aproximando e seu coração dispara. O CEO olha de lado para o escritório e Sara espera alguns segundos para atravessar a porta interna que os separa. Mas antes
A situação com Ann permite que Sara continue a substituí-la durante esses dias. Eliza está ocupada trabalhando com Davis, como fazia normalmente antes da chegada dos novos estagiários.A proximidade entre Sara e Ben está aumentando, um toque, um olhar, uma desculpa para que um deles passe pela porta e se aproxime do outro. Ben fica agradavelmente surpreso com a eficiência e a rapidez com que Sara cumpre todas as tarefas que ele lhe pede. Sua admiração por ela cresce cada vez mais, e sua atração pela estagiária é inevitável. E quando o destino joga suas cartas, tudo acontece como num passe de mágica. Naquela manhã, Ben recebe a confirmação do jantar que havia proposto na semana anterior a investidores franceses que queriam investir em Realidade Virtual. Para isso, a presença de sua assistente era indispensável, pois como Ann não estava presente, Sara teve que substituí-la. - Senhorita Clark, acabei de receber a confirmação para o jantar de hoje, preciso que você venha comigo. - Eu?
Sara gosta da companhia de Ben, vê-lo sorrir é algo encantador para ela. Ele parecia tão diferente do homem daquele primeiro encontro, grosseiro, arrogante e prepotente, agora ela sente ternura por ele, isso e um desejo imenso de realizar aquele sonho que ela não consegue tirar da cabeça. - Isso é incrível, Sara, esses dois homens de negócios são considerados os mais difíceis de convencer e, veja só, parece que tudo aconteceu tão facilmente.- Ben comenta com entusiasmo, seu tom de voz é alegre e cheio de emoção. Ela sorri de volta.- Sara…- ele diz, e é inevitável que a garota de olhos verdes e cabelos escuros não se anime ao ouvir seu nome na boca de seu chefe. Ela não é mais a Senhorita Clark para ele. Será que ela ousaria ultrapassar esse limite? Ela olha para os lábios molhados dele, toda vez que a bebida os umedece, Sara quer sentir essa umidade nos seus, na sua pele, no seu sexo. Ben observa como ela foge de seu olhar e aquele brilho especial em seus olhos é um sinal para que
Ben dirige até um hotel de prestígio, pede a suíte elegante e sobe as escadas acompanhado de Sara, cujo coração não consegue parar de bater quando se vê ao lado desse homem atraente, elegante e sedutoramente tentador. O homem ruivo abre a porta, faz uma reverência e ela entra, ele a segue com os olhos, observando a estreiteza de sua cintura, a redondeza de suas nádegas e suas costas delicadas, pontilhadas com alguns pontos que parecem estrategicamente colocados nas costas de Sara.Ela fica maravilhada com o lugar, seus olhos percorrem o local sem piscar, cada detalhe do cômodo mais impressionante que o anterior. - Nossa, esse lugar é incrível.- Ele sorri ao vê-la tão maravilhada com tudo. Ela caminha até a varanda, cuja vista é perfeita para admirar as ruas solitárias e noturnas de Londres. Ben chegou por trás dela, passou um dos braços em volta de sua cintura estreita e encostou os lábios em seus ombros nus, enquanto cheirava o perfume de sua pele macia e delicada, e Sara estremec