Caos absoluto

Ben chegou à sua mansão, depois de um dia cheio de inconveniências e problemas. Primeiro, o choque com aquela garota na lanchonete, depois o inconveniente com Davis e, em terceiro lugar, as ligações de sua ex, às quais ele não se dignou a atender.

Ele foi para o quarto, tirou a jaqueta e a deixou sobre a cama, ainda sentia o cheiro de café em suas roupas, por mais que tentasse tirar o cheiro com gel e perfume, não conseguia se livrar dele e também não conseguia tirar o culpado desse cheiro de sua mente.

Ele sorri com satisfação ao se lembrar do corpo trêmulo e dos lábios molhados da nova estagiária quando ele a pegou pelos dois braços. Embora estivesse com raiva dela, ele não podia negar que gostava da ideia de sentir controle sobre ela.

Ben sempre foi um homem obcecado por controlar tudo ao seu redor, mas a vida o fez perceber que isso era impossível. Seu casamento perfeito desmoronou quando ele descobriu que sua esposa o havia traído com seu próprio motorista. Enquanto ele estava ocupado trabalhando dia e noite para proporcionar a ela uma vida cheia de luxos com os quais sua esposa estava acostumada, a bela mulher estava transando com Emir, o motorista que ele contratou para ela. Seus filhos levavam um estilo de vida tão antagônico ao seu que, às vezes, ele pensava que era uma conspiração do universo para derrubá-lo.

Ainda assim, Ben Collins era indestrutível, ou assim ele queria parecer.

Ele terminou de se despir e foi para o chuveiro, pois precisava relaxar um pouco, e o fez momentaneamente. Minutos depois, saiu do banheiro envolto em seu roupão branco, sentou-se na cama e se acomodou para descansar um pouco antes de descer para o jantar.

Uma batida na porta o tirou de seu estado de expectativa.

- Sr. Collins, por favor, você está aí?- perguntou a funcionária de confiança de Ben. Ele se levantou e abriu a porta, um tanto irritado com a interrupção de seu descanso.

- O que foi, Maria?

- Senhor, a Sra. Erika precisa falar com você! – Ele lhe entrega o telefone sem fio.

- Você pode ir, Maria.- Ben fecha a porta e atende a chamada.- O que você quer, Erika? Por que está me ligando?

- É sobre a Jaspe, ela sofreu um acidente de carro e está muito mal, Ben.

O homem fica sem graça com a notícia.

-O que você está dizendo? Onde ela está? – ele pregunta angustiado.

A mulher lhe indica a direção da clínica. Ben j**a o telefone na cama, começa a se vestir às pressas, pega as chaves do carro e desce as escadas. Ele sai da mansão e entra em seu carro. Durante o trajeto, ele só pensa em sua filha.

-Deus! Não deixe que nada aconteça com minha filha.- Ele b**e no volante várias vezes, com frustração, impotência e culpa.

Ele recebeu as ligações de Erika a tarde toda, mas seu orgulho o impediu de atender a ex. Se ele tivesse deixado o ego de lado, teria atendido, só espera que não seja tarde demais. Lágrimas escorregam pelo seu rosto e ele as enxuga com o antebraço.

Minutos depois, ele estaciona o carro e sai dele. Ele caminha até a entrada da clínica. Ele caminha pelo longo corredor sem parar, chega à recepção e pregunta por sua filha:

- Senhorita Jaspe Collins, onde ela está?

- Você é parente?- pregunta a mulher.

- Ela é minha filha, pelo amor de Deus- ela empunha as mãos.

- Desculpe-me, mas é a política da empresa. A Srta. Coliins está na sala de recuperação da UTI. Além disso, é uma área restrita… - Antes que a recepcionista possa completar a frase, Ben a deixa com a palabra na boca e se dirige à sala.

Quando chega à sala de espera, ele encontra Erika, que, ao vê-lo, se j**a em seus braços e se refugia em seu peito.

- Ben, nossa filha está muito mal.- Ela chora inconsolavelmente, enquanto se refugia em seu peito, enquanto o homem a abraça, a pesar de sua frieza, ele ainda sente algo dentro dele por sua Erika.

- Não se preocupe, Jaspe vai ficar bem, faremos o que for preciso para que ela fique bem.

- Não me deixe sozinha agora- ela levanta o rosto e o olha nos olhos.

- Eu nunca deixei você sozinha- ele responde com certa hostilidade. Para Ben, ouvir essa frase foi reviver o momento do passado em que sua esposa justificou a traição com esse argumento.

Ben a leva até a cadeira, Erika se senta e olha para ele com angústia no rosto.

- Eu já volto, vou falar com o médico.-Ela acena com a cabeça.

Ben caminha pelo corredor em direção ao consultório do médico. Ele b**e na porta algumas vezes, esperando a aprovação para entrar.

- Pode entrar!- Ben abre a porta, entra e se aproxima da mesa do médico:- Por favor, sente-se! Diz ele, termina de dar instruções à enfermeira de plantão e, depois que ela sai, ele pregunta: - Em que posso ajudar você?

- Eu me chamo Ben Collins e sou o pai de Jaspe Collins. Quero saber como está minha filha.

- A paciente sofreu um acidente grave, é realmente um milagre que ela esteja viva- Ben leva as mãos ao rosto- Ela teve uma concussão muito grave, então tivemos que fazer uma cirurgia imediatamente. Ela está em recuperação, as próximas 48 horas serão cruciais.

- Posso ver minha filha?- A voz de Ben está carregada de tristeza e pesar.

- Não, sinto muito. O paciente não pode receber visitas, então é melhor você e sua esposa irem para casa e voltarem amanhã. Não há motivo para estarem aquí.

- Doutor, ela vai ficar bem?- ele pregunta, e dessa vez seu medo o faz tremer todo.

- Ela pode sobreviver, sim, mas não sei qual será a gravidade das sequelas do acidente. Temos que esperar que ela acorde, só podemos ter esperança e fé, ela é uma garota jovem e forte.

Essa resposta, feita com toques de esperança, deixou Ben com um gosto amargo e angústia na superfície, tudo naquele dia tinha sido um caos, um caos completo.

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