Dormi que nem percebi; estava sonhando com minha loba correndo em um campo cheio de girassóis. A cor dos matos estava viva, e isso só deixava o campo de girassóis mais bonito ainda. Vi um lindo rio com cachoeira, e minha loba estava ainda mais alegre; ela salta e corre como se não se cansasse. Quando estávamos chegando ao final do campo de girassóis, eu vi um lobo preto de olhos vermelhos me encarando. Minha loba nem pensou duas vezes antes de correr até ele. Ao nos ver correndo, ele também correu em nossa direção, e quando paramos frente a frente, um do outro, ele colocou seu focinho no da minha loba e roçou sua cabeça na dela. Rania, fazendo charme, saiu correndo na frente dele, e logo ele a seguiu. Corremos entre os girassóis e ficamos em frente ao rio. Minha loba se deitou, e ele veio e deitou na barriga dela. Rania passou a pata na cabeça dele como um gesto de carinho. Ele deitou de barriga para cima, chamando minha loba para fazer mais carinho nele. Ela levantou e esfregou a ca
Quando saí, ouvi ela trancar a porta e comecei a rir como um bobo. Ela realmente não quer dar chance para eu voltar para dentro da casa dela. Entro no carro e fico parado, olhando para a casa dela e tentando compreender tudo o que ela disse. Ainda não consigo acreditar em tudo. Sei que ela deve estar mentindo ou ocultando algo, e se ela estiver ocultando, deve ser algo que ou ela tem vergonha ou medo. Menti para ela quando disse que não estava dormindo, porque dormi sim e tive um sonho maravilhoso com nossos lobos em um campo florido, com umas flores amarelas que acredito que eram girassóis. Corremos um do lado do outro até chegar a um rio com uma cachoeira. Primeira, a loba branca de Helena, com a cor dos olhos mais lindos que já vi, parecendo duas pedras de ametista. Ela se deitou e Ryler colocou a cabeça em sua barriga e recebeu carinho da pata dela, só que isso não o deixou satisfeito e logo ele pede mais carinho. Ela levantou enquanto ele virou com a barriga para cima e ela enten
Henry fez uma ligação mental com o líder dos soldados para que ele viesse até a casa da alcateia para uma reunião. Esperamos por uns vinte minutos até ele chegar. Ele entrou no escritório e pediu para sentar. Expliquei sobre o que aconteceu e falei que queria que ele aumentasse o número de soldados, que ninguém tinha permissão de sair e nem de entrar, claro que apenas meus pais podiam entrar sem a minha permissão. Ele me comunicou que estava tudo tranquilo nas fronteiras, mas viram um lobo de pelo marrom escuro andando perto da fronteira, como se estivesse vigiando algo. Pedi para eles ficarem mais atentos, pois pode ser o mesmo lobo de alguns dias atrás. Não temos lobos com pelo dessa cor; nossos lobos são todos de pelagem marrom claro. O único com pelagem escura sou eu e meu pai, só que o meu é ainda mais escuro do que o dele e maior do que o dele. Quando minha mãe engravidou de mim, ela recebeu uma profecia sobre o meu lobo ser o mais forte de todos, só que eu teria uma Luna que l
Após a saída de Theo, eu coloco de volta a série, mas logo tenho que pausar novamente porque não consigo entender nada do que está passando. Meu pensamento está longe, minha cabeça já estava cheia, não precisava de mais nada para me deixar pior. Só que agora Theo se acha no direito de querer fazer parte da minha vida, como se eu precisasse de alguém para me proteger. Só que não preciso de ninguém, não. A única coisa que eu queria dele era distância, mas nem isso ele pode me oferecer. E pelo que estou percebendo, meu subconsciente está amando essa aproximação. Tento controlar os impulsos que estou tendo de querer ele mais perto de mim, mas parece que não vou conseguir nunca. Cada vez que ele chega perto de mim, meu corpo anseia por mais dos beijos, dos toques e até em ouvir sua voz perto de mim; minha alma anseia. Como posso ser tão fácil assim? Deveria me impor mais, tentar afastar-me dele e não deixá-lo chegar perto. Quanto mais eu me aproximo dele, mais nossa ligação vai se tornand
Estou deitada na minha cama já faz uns vinte minutos, após o jantar. Esperei uns minutos e fui me banhar. Agora estou aqui refletindo sobre tudo novamente; até as engrenagens do meu cérebro não param mais, os meus parafusos estão todos uma bagunça. Já passou pela minha cabeça que, se Theo mudou assim do nada, será que não é porque ele descobriu o meu segredo? — Rania, você está tão calada. Fala algo, por favor. Você acha que ele descobriu sobre nós? — Não acho que seja isso, não, Helena. — Ela responde e defende Theo. — E o que houve com aquele garoto, Rania? Porque juro que quero entender mais; está difícil. — Ele se arrependeu, Helena. Ele quer uma nova chance, e você está aí julgando o pobre, achando que ele quer enrolar você. Por que você não pensa no lado bom dele? Todas as pessoas têm um lado bom, então por que ele seria diferente? — Disse a defensora do Alfa. — Ah! Rania, só você mesmo para ver um lado bom nele. Talvez esse lado bom seja só do seu lobo. E quer saber? Ningué
Acordo bem cedo, organizo umas coisas para Henry resolver e deixo ele no comando da alcateia enquanto fico com a minha Ômegazinha. Saio de casa e vou rumo à casa dela. Antes de chegar lá, passo em uma padaria e compro uns lanches para nós. Talvez ela ainda esteja dormindo, então não vai precisar fazer café da manhã, pois já estarei levando. Chego à casa dela e bato na porta. Escuto uns passos bem lentos e peço para ela abrir a porta, que sou eu. Quando ela abre, vejo que acabou de acordar, pois ainda está de pijama. Eu caminho até ela e a abraço, pois estava com saudade da minha oncinha. — Espero que seja só comigo que você tenha essa mania de abrir a porta vestida assim. — Digo, olhando para ela dos pés à cabeça. Ela se afasta um pouco, olha para si e percebe como está vestida, e diz com a voz embargada: — Estou tão desligada que nem percebi que ainda estava de pijama. Desculpa, espera um pouco que irei trocar de roupa. Com uma mão, eu pego em seu ombro e, com a outra, levanto seu
Entrei em meu carro enquanto Helena ia ao carro de seu pai. Ao chegar em casa, vejo Henry me esperando. Passei o caminho até aqui imaginando o que seria que papai teria para nos falar. Será que ele já sabia que Helena é minha companheira? E se for isso, sei que vou levar a maior bronca quando ele descobrir que eu a rejeitei. — Já estava quase indo atrás de você. Seus pais chegaram e querem falar contigo. Acho que marcaram uma reunião, só não sei com quem ainda. Bem na hora em que ele cala a boca, o carro do pai de Helena chega, estacionado bem atrás do meu. — Com Helena e seus pais. Só não sei o motivo ainda, mas vamos já descobrir. Henry olha de mim para os nossos visitantes e me observa novamente, como se questionasse. Porém, só dou de ombros para ele e entro na frente, deixando-o esperando Helena e seus pais. Quando entro em casa, pergunto a Artur, que está com Valentina no sofá, onde está meu pai, e ele responde que está no escritório dele. Mas, antes de me virar, vejo meu pai
Estava em uma discussão com Theo e, do nada, o pai dele deu ordens para nós pararmos de discutir, pois ainda tínhamos muito o que conversar. Então, Theo virou o rosto para mim, como se perguntasse: "Ainda tem mais?" Dou de ombros para ele e ele bufa. Somos chamados para sentar, só que agora um do lado do outro. Theo me encara novamente e j**a a pergunta no ar. — Então, o que temos que saber além do que vocês passaram a vida toda nos escondendo um segredo tão grande assim? — Calma, filho, não podíamos contar sobre isso, porque, se essa história sair da nossa alcateia, a vida de Helena corre risco. — Como assim, pai? Como ela poderia estar em perigo? — pergunta Theo ao seu pai. Ele para um momento, pensando em algo, então me olha e pergunta. — Aquele homem na floresta, quem era ele, Helena? E não adianta me esconder mais nada. Não me faça usar o meu comando de alfa para você poder falar tudo que está escondendo. — Não precisa usar nada em mim, não. Mas essa história é mais da minha