Sílvia Mendes
O senhor Antonny um homem de aparência jovem na casa dos quarenta sorri com gentileza e me aponta a cadeira em frente a sua mesa. Mas antes de me sentar ele se levanta e me cumprimenta com um aperto de mãos.
–Bom dia doutora Sílvia, prazer conhecê-la...
– Bom dia doutor Antonny, o prazer é meu...
Ele prossegue.
–Bem... É o seu primeiro dia aqui, confesso que estou surpreso com seu histórico, porém minha surpresa maior foi a proposta que recebi há pouco, você ganhou uma bolsa de curso extensivo e especialização em cirurgia cardíaca neonatal… – ele faz suspense e meu coração
Escócia...No carro esporte, uma pontada de tristeza aumenta a dor em meu peito, ao lembrar da promessa que fiz a uma certa mulher, minha doce morena, assim que despertei a primeira lembrança que tive foi seu sorriso, dormi por três anos, os médicos disseram que foi um milagre, afinal eu tive um traumatismo craniano, consequentemente um edema cerebral, não me lembro do acidente, mas me lembro dos dias que antecederam, e isso tem me perturbado, pois é como se tivesse acontecido ontem e não há tanto tempo.Castelos e construções modernas, que fazem me lembrar a era vitoriana, as batalhas épicas, antigas tradições ainda são seguidas e respeitadas, como o uso do kilt como traje formal, o uso da gaita de fole, o carro para em frente a uma clínica moderna, local onde eu faço fisioterapia duas vez
Sílvia MendesDepois de se acomodar ao meu lado André me olha com uma expressão divertida.–Você achou mesmo que eu iria deixar você sair da minha vida? Eu vim pra ficar querida...Seus olhos brilham e eu me sinto igual aquelas vilãs de novela, por não retribuir tanto afeto, havíamos conversado e ele apoiou minha decisão, só não imaginei que esse seria o motivo, me senti mal de ter que avisar que não teríamos outro relacionamento que não fosse amizade.–Você sabe, não é André? Eu não posso te entregar uma coisa que já não é mais minha, e que provavelmente nunca mais vai me pertencer... Eu n&
Bônus Patrick MassarovEu errei, sim eu admito que errei, não deveria ter abandonado meu garoto, nem ter deixado minha filha nas mãos daquele homem, me apaixonei pela mulher errada, queria fugir do meu casamento de conveniência, não que minha ex esposa fosse feia, ela era bonita, mas tinha um gênio insuportável, não queria saber do casamento, nem do nosso filho, então me envolvi com a mulher do meu motorista, no começo foi desafiador, me senti empolgado pela conquista, tivemos um caso por vários anos, o marido às vezes brigava com ela por sua falta de interesse, aí veio a gravidez e eu não tinha certeza de quem era, então esperei, ajudei o casal aumentando o salário, foi uma época um tanto difícil pois a mulher passou a me procurar, e depois do nascimento vieram as suspeitas do marido, foi quando ela se afastou, eu continuava mantendo outros relacionamentos fora do casamento
Sílvia MendesEstou exausta, sinto como se um trem tivesse passado sobre mim, minhas olheiras estão indisfarçáveis, tenho estudado como louca e trabalhado como nunca e mesmo assim todo dia descubro uma coisa nova, hoje eu acompanhei uma cirurgia de um recém-nascido que nasceu com coarctação (CoAo), um defeito cardíaco congênito que atinge recém nascidos, na maioria do sexo masculino, provocando a morte por haver diagnóstico tardio. Foi preciso fazer uma angioplastia com balão na aorta estreitada, a aorta é a principal artéria do nosso corpo, a cirurgia foi tudo bem, mas o que vai realmente definir de vez seu sucesso são as próximas quarenta e oito horas, esse defeito cardíaco foi descoberto minutos após o parto e a sala cirúrgica já estava preparada para receber o bebê.Almoço no mesmo restaurante perto do hospital, mas antes que eu termine recebo uma notificação de prova prática amanhã, e que hoje não teremos aula teórica, pego minha
Sílvia MendesA escuridão no veículo não permitiu que eu enxergasse o homem e não reconheci sua voz, o inglês em um sotaque forte me dizia que ele não é desse país.– Coloque isso.Ele encontrou minhas mãos e colocou algo macio e tateando percebi que era uma máscara de dormir, eu estava um pouco temerosa mas ao perceber a falta de violência, não era um sequestro comum que os bandidos pedem dinheiro para a família, que bandido iria sequestrar em um carro de luxo?! Então me arrepiei com a imagem que se formou em minha mente, não seria uma surpresa... E antes que eu concluísse o pensamento a máscara foi arrancada de minhas mãos e ele mesmo a colocou em minha cabeça bruscamente retirando o outro lenço, mas não consegui enxergar nada, os vidros escuros do carro não permitiram.–
Sílvia MendesSua boca me devora, e eu não sei se conseguiria lembrar meu nome nesse momento, só consigo sentir, seu corpo quente colado ao meu, seus braços me envolvendo sua ereção sob a roupa tocando um pouco acima do meu umbigo, seu sabor único, é como vinho e me sinto embriagada.O prazer me consome, perco o controle e me esfrego em seu corpo buscando o atrito que me trará satisfação, suas mãos envolvem minhas nádegas, nos esfregamos querendo entrar no corpo do outro. Sua boca se desprende da minha e eu busco o ar que me foi roubado enquanto ele vai deixando um rastro de beijos por meu maxilar, pescoço então ele pára de repente, com nossas respirações ofegantes, sinto que ele vai se afastar, mas faz o contrário me roubando o ar novamente em um beijo arrebatador, me tirando o chão e esquentando meu corpo.Nossas línguas duelam enquanto eu enfio minhas mãos dentro da sua camisa buscando um contato maior,
Ele segura minha mão e me guia por um caminho que corta um imenso jardim iluminado por lanternas em pontos estratégicos, o perfume das flores me invade e me sinto em um conto de fadas, meu conto de fadas particular.–O castelo era uma herança familiar de alguém, e passou por transformações por várias gerações antes do antigo proprietário se mudar do país e o abandonar de vez, meu pai como um grande investidor em uma viagem a Edimburgo se encantou pela arquitetura, e um conhecido de um conhecido do dono do castelo fez a conexão entre os dois, e assim meu pai o adquiriu e contratou uma empresa de designers de interiores e um arquiteto que fizeram suas magias.–É lindo! – Falo encantada. Sílvia MendesAcordo com as pernas enroladas em uma cintura, uma mão possessiva sobre meu seio, não estou desperta mas também não estou dormindo, hoje é domingo, estou de folga, não que eu não trabalhe nos finais de semana, mas esse é o meu final de semana, sinto algo cutucar minha coxa quando escuto um gemido de quem acabou de acordar.Minhas necessidades fisiológicas ordenam que eu vá imediatamente para o banheiro, mas quando tento tirar minhas pernas de dentro das dele sou firmemente presa ao seu corpo.– Onde você pensa que vai...Último capítuloCapítulo 30