Alex_ É lindo, não é?_ É. _ Não sei exatamente a que se referiu, mas sei exatamente a que estou me referindo. O passeio termina minutos depois e nós seguimos para a tão sonhada pista de patinação. No Rio, costumava andar de patins de rodas nos calçadões das praias, mas aqui, acredito que deve ser outra coisa. Terei que ensiná-la e aprender em simultâneo. Seguro suas mãos trêmulas nas minhas e noto seus olhos vacilarem, demostrando seu receio em pôr os pés na pista de gelo. Contudo, ela é corajosa demais para desistir. Estamos um de frente para o outro e dando passos vacilantes, lentos e receosos, entretanto posso afirmar que estamos indo bem. Aos poucos, vamos perdendo o medo e seguindo, dando boas gargalhadas e roubando beijos deliciosos. Quando nos cansamos dessa brincadeira, resolvemos ir à praça de alimentação. Os quiosques são coloridos e temáticos. Fabi opta por uma fatia generosa de torta de chocolate, um sanduíche de queijo e uma caneca de chocolate quente. É incrível como e
Alex_ Oi, garotão! _ sussurro minhas primeiras palavras para ele. Ele, é assim que o sinto. Um menino, tenho certeza disso. _ Sou o seu papai _ sibilo com voz embargada. Um nó sufoca a minha garganta no mesmo instante. _ Vou te amar tanto, tanto, tanto... que não sei se terei limites. _ Rio em meio as lágrimas. _ O papai está vivendo um momento difícil, mas prometo que resolverei tudo antes de te ter em meus braços. _ Inclino minha cabeça sobre a barriga e me deixo levar pelo choro baixo por alguns instantes. Então sinto o seu toque em meus cabelos e ergo a cabeça, encontro Fabi de braços abertos para mim. Não meço distância e logo estou entregue aos seus braços, e enquanto ela afaga os meus a cabelos, eu choro igual um menino.***_ Porque não posso ir à montanha-russa? _ resmunga irritada._ Por causa do Pedro. _ Fabi parece confusa._ De quem? _ Rolo os olhos, impaciente._ Do nosso filho, Fabi. A gravidez está no início e não quero que leve susto. _ Ela arregala os olhos em compl
AlexRio de janeiro, 6:37 da manhã.Primeiro dia.O coração bate errante cada vez que penso onde estou e o que farei. A cada batida, um suspiro de nervoso sai pela minha boca. Fabi o tempo todo segura a minha mão e mais uma vez, a vejo perdida nas maravilhas do Rio de Janeiro. Daqui do banco de trás do táxi, consigo ver parte da imagem do Cristo Redentor, coberta por uma densa névoa, por conta do frio que faz na cidade. Encaro o lugar por alguns instantes e após soltar mais um suspiro, peço ao motorista que nos leve até lá. Fabi se vira de repente e me olha maravilhada._ Vamos agora? _ pergunta praticamente saltando em meu colo e me dando beijos, que me distraem das minhas frustrações nesse instante. O carro mal estaciona e o meu coração para uma batida, quando vejo o meu alvo descer o último degrau de mãos dadas com o marido. Fabi faz menção de sair, mas a seguro imediatamente. _ Meu Deus, suas mãos estão geladas! _ comenta e me olha preocupada. Então ela segue o meu olhar e os enco
Alex_ Que tal uma água de coco? _ Minha esposa sugere e nós vamos para uma das mesas de um quiosque qualquer. Passamos o tempo que me resta, admirando as ondas agitadas do mar e conversando sobre assuntos triviais. Decido nesse meio tempo que não levarei Fabi comigo, a final, ela não tem nada a ver com isso, é um problema só meu e ainda tem o fato de estar grávida. Não sei ao certo o que pode acontecer durante essa conversa. Minutos depois, estamos atravessando a rua e voltando para o nosso carro, quando simplesmente congelo ao ouvir a voz do mauricinho bem atrás de mim._Fique aqui, amor, vou comprar algo para levar para casa. Serei rápido. _ Ele pede e se sai do carro. Olho para trás sem hesitar._ Podemos ficar na praça? _ Jasmine pede, apontando para uma praça em frente ao supermercado. Engulo em seco._ Claro, mais fresco. _ O assisto em câmera lenta abrir o porta-malas e tirar de lá um carrinho triplo. Ele o monta e em seguida ajuda a esposa tirar três bebês adormecidas do banc
Alex_ Será que... Posso te abraçá-la? _peço hesitante. Antes de me responder, ela olha o marido e para a minha surpresa, ela aceita._Claro! _ Aproximo-me meio sem jeito e a abraço acanhado._ Obrigado, Jasmine! _ sibilo baixo em meio ao abraço._ Não precisa agradecer _ diz se afastando e me lança um olhar indecifrável._ Não sei como te chamar... _ Dou de ombros._ Alex, me chame de Alex _ peço, me afastando ainda mais e me aproximo da minha esposa, para sair dali.Não sei o que pensar tudo isso. Eu realmente acreditei que seria mais difícil. Na verdade, eu pensei que não conseguiria, que não ia acontecer realmente. Puxo a respiração de modo audível e no mesmo instante sorrio, e antes de dá a partida, contemplo a pequena família de Jasmine se preparar para ir embora. Porra, estou respirando aliviado agora. Quando foi que fiz isso na vida? Apenas uma vez, uma única vez; quando resgatei Fabi das mãos dos Mackoy. Quando foi que fiz isso na vida? Apenas uma vez, uma única vez; quando r
AlexNão sei onde é que estou com a minha cabeça, quando resolvi vir para esse jantar. Já posso até ver... Olhares especulativos, furiosos e repreensíveis, me enredando o tempo todo. Cacete, eu devia voltar e deixar tudo exatamente como estar, mas seria um ato de covardia, certo? Caralho, eu enfrentei traficantes, assassinos, chefes do tráfico e agora estou arregando, por causa de uma família de bacanas, que pensam que são os donos do mundo! Puxo a respiração bem devagarinho, assim que estaciono o carro em frente ao casarão. Uma bela casa por sinal. Contemplo a exuberante fachada da casa, ladeada por muros altos e com um belo paisagismo no seu rodapé. Um pé quer pisar no acelerador e seguir em frente, mas a mão quer puxar a macha ré e correr para longe dali. Sinto o suor borbulhar na testa e a garganta ficar seca imediatamente._ Não está pensando em desistir, não é? _ A voz da minha esposa soa suave ao meu lado. Sim, estou pensando seriamente em desistir. Eu não preciso deles, certo,
Alex_ Então... _ Tento falar, mas as palavras não vêm._ Obrigado por defendê-la daquele maldito e por salvar a sua vida dela! Com certeza se Jasmine tivesse morrido naquele dia, eu teria ido com ela. E obrigado por dá o toque sobre o Mick! Ele teria morrido se não dissesse nada. _ É para respirar aliviado, porra! Solto a respiração que que estava presa, diante da tensão dentro deste cômodo pequeno._ Obrigado por me dá uma nova chance! _ falo, quase sem voz. Ele apenas assente e sai da sala. Entendo que não está sendo fácil para ele... Para ninguém aqui nessa casa, porque sei o quanto está sendo difícil para mim também._ Valeu, cara! _ Mick diz em seguida, me estendendo a mão. A seguro em um aperto firme e ele também sai. Mas, atrás de mim, está o leão de Wall Street. E algo me diz, que é pela fera do Alcântara que terei que passar. Viro-me de frente para ele e o encontro ainda sentado na mesma posição, me olhando altivo e sério. Penso no que dizer, mas eu não sei o que exatamente
AlexOlho o meu reflexo no espelho de corpo inteiro a minha frente e aguardo Fabiana sair do banheiro, enquanto ajeito meu cabelo. Não demora muito e ela sai de lá. Um dos funcionários do hotel avisa que o carro já chegou e pega as nossas malas, saindo do cômodo em seguida. Não vejo a hora de voltar para casa e esquecer de vez esse lugar. Aproximo-me da minha esposa e lhe beijo a boca levemente, logo seguro sua mão e saímos do quarto. Meu telefone toca e eu o pesco em meu bolso lateral. Anita... Ela está tão ansiosa pela nossa chegada, quanto nós estamos. Entramos no carro e ponho a ligação no viva voz._ Fala mãe _ dizemos em uníssono e ela faz silêncio por uma questão de segundos.Decidimos que, já que Danilo e Anita serão como nossos pais, então os chamaremos como tal. Anita ainda não se acostumou com isso._ Vocês me matam quando me chamam assim _ resmunga rindo e nos faz rir._ Vai se acostumando, vovó, em breve teremos crianças lhe chamado assim. _ Fabiana rebate com animação na