Anne
— Chegou a hora, querida. — Vlad diz parando o carro em frente a um prédio luxuoso, onde uma gama de fotógrafos joga uma onda de flashes sobre uma garota que não mede esforços para fazer poses e caras.
Respiro fundo, sentindo o nervosismo tomar conta de mim.
— Está pronta?
— Estou nervosa — sibilo, soltando o ar pela boca.
— Não fique. Você só precisa sorrir e tudo dará certo.
— Sorrir.
— Isso. Vamos?
— Vamos enfrentar esse esnobes de vez — resmungo me encorajando a seguir em frente.
Ao nos aproximar da escadaria, com seu mármore negro lustroso, que nos levará para as portas largas de vidro, os repórteres imediatamente deixam tudo que estão fazendo para vir ao nosso encontro. Eles caem como uma avalanche com seus flashes sobre nós e eu praticamente paraliso sem
Anne Uma música lenta começa a tocar assim que ficamos um de frente para o outro e os nossos olhos se encontram. — Estão todos nos olhando — Não seguro esse comentário. — Eles estão e acredite, a maioria deles estão morrendo de inveja. — De mim? — Vlad meneia a cabeça fazendo não. — De mim. Porque eu estou com a garota mais bonita dessa festa. — Não seguro um sorriso genuíno. — A sua tia Mey é uma pessoa maravilhosa! — Decido mudar de assunto. — Sim, ela é. Embora ela não seja a minha tia de verdade. — Ah não? Sim, estou surpresa. — Na verdade, ela estudou direito com o meu pai e eles são melhores amigos desde então. .... A Fiona sabe o que fez e por causa das suas atitudes ela sabe que nunca chegará ao nosso nível. Suas palavras vêm a minha mente. O que será que a Fiona fez de tão errado para as damas da alta sociedade a desprezarem desse jeito? Tia Mey estudou direto co
VladEstou contando os minutos para sair desse lugar. Pela primeira vez estou me sentindo sufocado no meio da minha própria família. O olhar reprovador do meu pai, as insinuações da minha mãe, as provocações da Iara e a insistência do Lucas. O que há de errado com eles? Por que não me deixam em paz?— Vladmir Mazza, meus parabéns, rapaz! — Desperto dos meus pensamentos, encontrando o olhar orgulhoso de James Richard, um dos sócios majoritários do grupo Mazza. Imediatamente me levanto para apertar a sua mão e aponto uma cadeira para ele na ampla mesa retangular, onde grandes homens de negócios estão reunidos com as suas esposas. — Olha, Vidal esse seu filho tem futuro. Quem diria que alguém tão jovem atuaria em dez casos e sairia completamente invicto de todos eles?É claro que o meu coração se aqueceu
Quase uma hora depois... O que há de errado com você, Anne? Por que todos esses desmaios? Será que você está doente? Me pergunto com a cabeça prostrada na ponta do colchão, bem do seu lado, enquanto seguro na sua mão. Um leve aperto nos meus dedos me faz erguer a cabeça para olhá-la e encontro o seu olhar perdido. — O que aconteceu? — Você desmaiou. — Respiro fundo. — E me deixou muito preocupado. — Sem falar nada, ela se senta no colchão e tenta se livrar do soro. — O que pensa que está fazendo?! — interpelo, a impedindo de fazer tal loucura. — Eu quero ir para casa, Vladmir. — Não antes de receber o resultado dos exames. — Ela bufa. — Eles não vão encontrar nada. — Como assim, eles não vão encontrar nada? — Eles não vão, Vladmir! — O que está acontecendo, Anne? — Ela puxa a respiração, parece frustrada. — Isso começou logo depois que o meu pai saiu das nossas vidas. Sempre que tinha uma
Vlad— Você está bem? — Anne pergunta baixinho quando já estou mais tranquilo e sou forçado a me afastar dela. Contudo, não me afasto muito porque eu simplesmente não consigo fazer isso. A pouca distância me faz fitar a sua boca e observo atentamente quando o ar passa por ela. Sem dizer qualquer palavra inclino a minha cabeça na sua direção e o meu coração dispara em vida quando ela fecha os olhos ansiando por um beijo meu. Impulsivo, a puxo para o meu colo e torno o nosso beijo mais envolvente, tão gostoso quanto intenso. Suas mãos correm para atrás da minha nuca e seus dedos penetram nos meus cabelos. Aperto a sua cintura e colo ainda mais o seu corpo no meu.— Ah! — Ela geme baixinho e ofegante.— Ah, Anne! — grunho, levantando-me da cadeira executiva e a faço sentar-se em cima da minha mesa. Como se estivesse seden
AnneEle dormiu e eu não consigo parar de olhá-lo. Simplesmente não consigo. Vladmir Mazza se tornou o meu mundo já tem muito tempo, embora a minha mente lute para me convencer do contrário, mas esse último evento mudou tudo. Eu estou descobrindo a sua história e ela não é nada bonita. Um pobre garotinho rico que veio ao mundo para ser usado e o pior, não é só os seus pais, são todos que estão ao seu redor. Vlad sempre esteve sozinho e sempre lutou só. Uma lágrima escorre pela lateral do meu rosto quando esse pensamento se passa pela minha cabeça.— Eu te amo! — sussurro mesmo sabendo que ele não pode me ouvir e na sequência, toco no seu rosto com as pontas dos meus dedos.Sorrio. É um sorriso tão pequeno, mas bem significativo.Agora entendo a sua raiva, toda essa revolta, essa vontade de exterminar
Vlad— Bom dia, seu Vlad! — Lana fala assim que adentra a sala de visitas. — Acordou tão cedo, deu formiga na sua cama?— Digamos que eu tenho uma série de coisas para resolver essa manhã, Lana.— Hum. E esse rolo de pau aí na sua mão?— Isso é um taco de baseball autografado por Babe Ruth em uma das viagens que o meu pai fez para os estados Unidos — explico sem tirar os meus olhos da madeira roliça.— O seu pai te deu isso? Hum, rico tem cada ideia, não é? — Ela resmunga, me fazendo sorrir.— É um presente de um valor inestimável, Lana. Eu tinha onze anos quando ele me deu e foi a primeira vez que ele me abraçou na vida — lamento esse final de frase.— E o que o Senhor pretende fazer com esse rolo de pau, Seu Vlad? — Não seguro o riso.—
VladMeia hora depois...— O Artêmis não vem? — inquiro assim que me acomodo em uma cadeira do Café que eu conheço muito bem.— Ele já está a caminho. O que você quer agora, Vladmir? Qual é a armação dessa vez? — Athos me ataca sem qualquer cerimônia.Devo dizer que mereço tal atitude, a final, eu fiz por merecer essa sua atitude.— Não tem jogada e nem armação nenhuma, Athos. Eu só quero ter uma conversa esclarecedora com vocês.— Uma conversa esclarecedora? — Ele arqueia as sobrancelhas e sei que não acredita em mim.— Que tal um café? — sugiro mantendo um tom brando na minha voz, fazendo um gesto para a garçonete se aproximar, enquanto o meu irmão me fita duramente e desconfiado. — Quero aproveitar que Artêmis a
Anne— Obrigada! — falo para o taxista após pagá-lo e saio do carro em seguida. Contudo, antes de passar pelos portões da mansão respiro fundo algumas vezes, porque não quero que a minha mãe perceba toda essa tensão ao meu redor. Outra vez os gritos animados das crianças do outro lado do jardim me animam. Confesso que é estimulante vir aqui. Esse lugar está sempre cheio de alegria e é impossível não se sentir bem sempre que venho aqui.— Bom dia, Anne! — Uma empregada diz abrindo a porta para mim.— Bom dia, e a minha mãe?— Ela está na cozinha. — Sorrio amplamente e logo os meus passos ansiosos me levam para o cômodo. No entanto, não entro. Apenas me encosto no espaldar da porta e a observo por alguns instantes. Victória Summer é mesmo uma mulher surpreendente. Confesso que às