UM MÊS DEPOIS.
- Scarlet vamos -disse Sarah se jogando ao meu lado na cama- podemos sair para comer alguma coisa, hoje é sabado não temos que trabalhar amanhã.
- Sarah que parte do "eu não estou me sentindo bem" você não entendeu? -falei me cobrindo ainda mais com o lençol- que coisa, se quiser peça alguma coisa pra comermos aqui mais não vou sair.
Ela soltou um grunido e se levantou saindo do quarto deixando a porta aberta, a ouvi falar no celular provavelmente pedindo comida.
Ja fazia uma semana que eu realmente não estava me sentindo bem, uma dor de cabeça que vinha e passava, uma moleza no corpo, sono e um enjoou chato que me tirava a calma. Agora eu estava na minha cama, coberta dos pés a cabeça sentindo meu corpo mole e meu estômago doer com uma ânsia que não passava.
Meu Deus como eu odiava vomitar.
Sarah voltou para o quarto e se deitou ao meu lado com os braços cruzados fingindo estar com raiva por ser contrariada, ficamos caladas assistindo uma série na Netflix enquanto nossa comida não chegava. Eu sei que precisava comer, eu não havia colocado nada no estomago desde ontem mais o fato era que eu não sentia fome alguma.
Uns quarenta minutos depois a campanhia tocou, Sarah se levantou e foi atender. Ouvi ela falando com alguém e dois minitos depois ela voltou para o quarto segurando uma sacola cheia de comida dentro.
- O rango chegou -franzi as sobrancelhas assim que ela disse isso, meu estomago já estava se revirando de novo-
Ela se sentou na cama e assim que tirou as coisas da sacola e o cheiro de frango empanado, com pure e arroz com cenoura invadiu o quarto, meu estômago embrulhou completamente.
- Meu Deus -falei colocando a mão na boca e correndo para o banheiro-
A única coisa que deu tempo de fazer foi levantar a tampa do vaso e no segundo seguinte lá estava eu, de joelhos jogando até minha alma pra fora. Não havia praticamente nada no meu estomago, só um iorgute que havia tomado mais cedo mais mesmo assim meu corpo insistia em continuar vomitando.
Percebi Sarah atrás de mim, ela segurava meu cabelo e passava a mão nas minhas costas enquanto eu estava ali jogando tudo o que eu não tinha no estômago no vaso.
Quando finalmente aquela coisa horrosa passou me levantei com cuidado e dei a descarga, peguei minha escova de dente e escovei meus dentes, passei água no rosto e me olhei no espelho. Eu estava péssima.
Estava pálida e meus olhos com olheiras, parecia que eu não dormia a uns dois dias. Que horror, uma gripe certeira havia me pegado.
Assim que voltei para o quarto o cheiro da comida invadiu meu nariz novamente e meu estômago embrulhou, mais dessa vez eu lutei para não correr para o banheiro. Eu não tinha mais nada no estômago para tacar pra fora, se eu vomitasse mais daqui a pouco eu colocaria minhas tripas pra fora.
- Sarah por favor -falei lutando contra o enjoou com a mão na boca- tira essa comida daqui por favor, o cheiro esta muito forte e embrulha meu estômago.
Sarah me olhou fixamente por uns segundos como rosto sério e sem dizer nada, ela catou todas as comidas e saiu do quarto. Eu me sentia muito fraca então me deitei na cama e ali fiquei em posição fetal esperando que aquela ânsia diminuísse.
Cinco minutos depois ela voltou com um prato e assim que ela parou na minha frente eu percebi que era caldo de galinha, imediatamente eu fiquei feliz. Pelo menos aquilo não tinha me causado repulsa.
Me sentei na cama e comecei a comer, só assim pude perceber o quanto eu estava morrendo de fome.
Sarah não falou nada, ela ficou em silêncio ao meu lado o tempo todo me observando enquanto eu comia. Seu olhar era muito estranho, eu fiquei preocupada.
- O que foi? -perguntei enquanto levava mais uma colher de sopa até a boca- por que está me olhando assim?
- Só... coma -falou séria o que eu estranhei mais ainda, Sarah nunca esteve tão seria assim em seis anos que a conheço-
Olhei para ela e vi que não estava brincando então resolvi fazer o que ela havia mandado, quando finalmente terminei ela se levantou e pegou o prato saindo do quarto novamente e voltando logo em seguida.
Seu rosto ainda continuava sério.
- Sarah o que foi? Me diga.
- Amélia quero te perguntar uma coisa -falou seria se sentando a minha frente na cama-
- Uai, pergunte.
- Faz quanto tempo que você dormiu com aquele cara da boate? -perguntou seria-
Sua pergunta me pegou de surpresa e imadiatamente senti meu rosto arder, eu preferiria nunca mais falar daquilo. É uma loucura da minha vida que eu gostaria muito de esquecer.
Mais vendo o rosto da minha amiga sério e seu olhar indagador em cima de mim, achei melhor responder.
- Tem um pouco mais de um mês eu acho -falei com o rosto franzido não entendendo a onde ela queria chegar- por que?
- E nesse mês você já menstruo?
Sua pergunta foi como um soco na minha cara, fiquei muda. Imediatamente me lembrei que isso não havia acontecido, o que era muito estranho por que eu sempre fui muito regular.
Senti minhas mãos tremerem enquanto eu segurava o lençol com força, não. Não, não, não, não, não! Isso só pode ser um engano, não tem nada aver.
Olhei para minha amiga e percebi que ela estava esperando minha resposta.
- Não -nunca uma palavra foi tão difícil de ser dita-
Então ela virou pra frente e ficou muda, nenhuma de nós duas falava.
Eu fiquei ali estática, sem nenhum tipo de reação. Isso não podia estar acontecendo, não. Não agora, eu estava doente, só isso. Era uma gripe que logo passaria.
Com certeza era isso. Tinha que ser só isso.
- Você... quer que eu vá lá? -ela falou ainda olhando para a frente-
Eu sabia do que ela estava falando, mais não pude evitar de sentir medo. Tinha medo de confirmar.
- Isso é loucura Sarah -falei dando uma risada sem nenhum pingo de humor- eu estou doente só isso.
- Sim -falou finalmente se virando para mim e me encarando- mais e se não?
Fiquei muda novamente, se não fosse isso eu estava muito ferrada.
- Vá lá Sarah por favor.
Meu pedido saiu mais como um desespero, meu coração batia tão rápido que a qualquer momento parecia que ia sair do peito.
E no mesmo segundo ela se levantou e saiu me deixando sozinha no quarto, abracei minhas pernas junto ao corpo e fiquei parada apenas rezando para todos os Deuses existentes no mundo que aquilo não fosse real.
Um deles ia ter que me ouvir.
Cinco minutos depois ouvi a porta da frente abrir e meu coração aquela altura, ja estava quase saindo pela boca. Assim que ela entrou no quarto com uma sacolinha de farmácia eu me levantei da cama e peguei.
Não dissemos nada uma pra outra, apenas tirei a caixinha com o teste de dentro da sacola segui para o banheiro.
Dois minutos depois eu já estava com o resultado na mão, saí do banheiro e Sarah apareceu na minha frente. Mais tudo o que eu via era um borrão, meus olhos estavam tomados de lágrimas.
- E então? -perguntou e eu senti o desespero em sua voz- o que deu?
Eu não consegui responder, minha língua estava grudada no céu da boca, minhas mãos tremiam e meu coração iria falhar a qualquer momento. Dava para sentir.
Então Sarah em seu total estado de impaciência arrancou e teste da minha mão e olhou ela mesma.
Me sentei na cama e ela se virou para mim.
- Positivo -ela falou em voz alta e só então eu comecei a chorar- Scarlet você está grávida.
Meu final de semana foi um desastre só, ele ficou dividido entre chorar e vomitar. Eu ainda não acredito que estava acontecendo tudo isso comigo e pra piorar minha vida, Eric me ligava constantemente.Sarah acabou ficando o final de semana todo comigo e eu só pude agradecer a ela, se não tivesse ficado certamente seria tudo mil vezes pior.Agora eu estava me vestindo, uma semana nova se iniciava e eu precisava encara-la. Mais antes Sarah havia marcado uma consulta pra mim na ginecologista logo no primeiro horário antes do trabalho, ela me disse que o teste era noventa e nove por cento confiável, mais sempre tinha o zero vírgula um porcento de erro.Eu pessoalmente estava acreditando fielmente naquele zero vírgula um por
DOIS MESES DEPOIS.Minha vida havia mudado drasticamente em apenas três meses, agora meu tempo era divido em trabalho, vômito, sono, mais vômito, indisposição, mais vômito e dormi. Quer vida melhor que essa?Eu já estava com treze semanas de gravidez e eu estava quase indo a loucura, meus hormônios estavam me deixando doida. Ontem eu estava assistindo televisão e uma propaganda de pasta de dente apareceu e eu chorei por que o menino estava supostamente com mal alito e ninguém queria ficar perto dele. Chorei como uma criança e Sarah ficou ao meu lado me olhando sem entender nada.Eu estava enlouquecendo só pode, meus enjoous estava cada vez mais frequentes agora tudo me dava ânsia e nada parava
Cheguei em casa antes das duas da tarde, o que me deixou muito feliz. Eu poderia dormi e esquecer o que tinha acontecido.Fui para o meu quarto e tomei um banho, vesti uma blusa larga e uma calcinha, calçei minhas sandalhas e o meu celular tocou.Peguei ele dentro da minha bolsa e quando olhei no visor o nome da Sarah atendi na hora.- Oi.- Oi, o que houve? -falou preocupada- eu fui chamar você para almoçar e o Senhor Andrew disse que você não se sentiu bem e foi embora.- Eu estou bem, mais você não sabe o que aconteceu.
Bryce Jones.Um mês depois.Eu não conseguia me concentrar em nada, desde aquele incidente da Scarlet minha cabeça não parava de pensar nela e na idéia de que talvez aquele bebê fosse meu.Eu poderia perguntar para ela logo de uma vez e acabar com essa aflição, mais eu não tinha coragem e não sei explicar por que mais algo me dizia que ela não iria me dizer a verdade. Assim como eu senti que essa história de namorado também não é, ou é isso ou talvez eu já tenha enlouquecido.Mais e se aquele bebê fosse meu? O que eu faria? E se eu sou o pai, por que ela não disse para mim logo de uma vez?
Scarlet Williams.Já haviam se passado um mês desde de Eric apareceu aqui aqui em casa, eu continuava de repouso por exigência do Senhor Andrew segundo ele eu precisava me recuperar totalmente pra poder voltar ao trabalho.Eu adoro meu chefe, mais a proteção é o cuidado que ele tem comigo as vezes me desconcertava eu não sei o que é. O senhor Andrew é casado a anos, tem uma boa esposa e dois filhos, dono de uma empresa que rende muito bem, por que então se preocupar tanto com uma zé ninguém que apenas trabalha pra ele? Isso me deixava intrigada.Desde aquela noite não tive mais nenhuma notícia do Bryce, ele não tentou falar comigo de novo e sendo bem sincera aquilo era um alívio pra mim. Segundo Sarah ele é um hom
Bryce JonesAcordei ansioso e fui direto para o banheiro tomar um banho, hoje ia ser um grande dia. Scarlet iria para sua consulta com a ginecologista e pelo o que ela me disse, hoje veríamos saber o sexo do bebê.Para falar a verdade eu estava bastante animado fazia muito tempo que eu não me sentia assim, eu achei até que esses tipos de ilusões de um dia ser pai de verdade jamais se realizariam. Tanta coisa aconteceu na minha vida, coisas difíceis que me assombram até hoje e que deixarsm marcas profundas. Mais agora aqui estava eu me arrumando para descobrir o sexo do meu filho. Talvez a vida estivesse me dando mais uma oportunidade pra me curar e quem saber ser mais feliz, e com certeza essa oportunidade eu não deixaria escapar.Me vesti e sai do quarto indo até a c
Scarlet WilliamsSaí do carro com Bryce e entramos no hospital, aquele lugar eu já conhecia muito bem. Era quase como uma segunda casa já, acho que eu nunca na minha vida fui tantas vezes em um hospital como fui nesses últimos meses. Aquilo não me agradava, ainda mais pelos motivos que foram.Fui até a recepção e depois de dar o meu nome para a moça ela nos pediu para aguardar até eu ser chamada.Fomos até das cadeiras que estavam ali e nos sentamos, haviam alguns pais brincando com seus filhos numa área pequena para crianças ali perto e aquilo me fez sorrir. Me imaginei brincando com o meu filho daqui a uns anos e essa idéia me encheu de alegria.De repente ouvimos o choro de um bebê vindo de dentro
Bryce JonesAcabei passando o dia inteiro com a Scarlet na casa dela, nós dois conversamos bastante principalmente sobre coisas do bebê, começamos até a pensar sobre nomes para ele, mais no fim não decidimos nada.Estávamos na cozinha conversando enquanto ela preparava o jantar, quando de repente me lembrei daquele cara que estava aqui na frente do prédio dela quando cheguei mais cedo. Quem era ele? Por que ele insistia em perseguir a Scarlet? - Bryce está me ouvindo? -ela falou me trazendo de volta a realidade me encarando com seus grandes olhos castanhos e suas sobrancelhas erguidas-- O que?