AlexanderLucas foi nos buscar no hospital. Quis que Jordan fosse para casa, mas ela se recusou. Fez questão de me acompanhar até a empresa. Chegamos e fomos direto para o subsolo, para uma das minhas salas de interrogatório. Benjamin e Jackson já nos aguardava na porta.— Como ela está? — perguntou.Passei a mão pelos cabelos. A imagem dela naquela cama me atingiu em cheio.— A cirurgia foi bem-sucedida. Ela está na UTI, se recuperando.Minha resposta foi técnica. Eu não conseguiria descrever como ela realmente estava: em uma cama, sedada, ligada a aparelhos que a ajudavam a respirar... e a viver. Tudo por culpa de um maldito que eu deveria ter matado quando tive a chance, e que agora a deixou no meio dessa bagunça.A raiva voltou. Mas não aquela momentânea, impulsiva. Era uma ira fria, controlada. Eu sabia exatamente onde o culpado estava, e o que ia fazer com ele.— Vamos entrar.Fiz sinal para Benjamin, e Jackson, mas ao ver Jordan se aproximando, a impedi.— Você fica. — Minha vo
AlexanderDeixei Schmidt no ponto que eu queria, percebi que ele era um fraco enquanto ameaçava Evelyn. Sabia que com a motivação certa, ele me daria tudo que eu queria. Respostas. E toda informação necessária para acabar de vez com a sujeira de Brandon.— Então vamos lá.Disse de forma seca, fiz sinal para Jack que se aproximou, e tirou a mordaça do desgraçado.— O que exatamente queria com Evelyn, sem enrolação.Falei em um tom seco.— A chave do cofre de Brandon.— E o que o faz pensar que está com ela?<
AlexanderTive noites ruins. Desconfortáveis. No exército, em missões, até mesmo na infância, quando fugia do meu padrasto. Mas nada, absolutamente nada... se comparava a essa noite.Não consegui ir para o meu quarto. Não era apenas pela ausência dela. Era o fato de ela estar no hospital. Baleada. E eu não ter conseguido impedir.Era o vazio dos meus braços, acostumados ao peso do seu corpo, à respiração tranquila e às mãos adormecidas sobre meu peito.Acordei no sofá. Pedi para Amélia pegar uma roupa no meu quarto, precisava de um banho, e usaria um dos quartos de hóspedes.
AlexanderRobert queria respostas. E eu as tinha. Talvez não a que ele gostaria de ouvir.— Foi um acidente. Mas quase fatal.Ele me observava atento. Avaliava cada gesto, cada palavra. Provavelmente contava até quantas vezes eu piscava.— Acidente? Onde foi que aconteceu?Respondi com a história que havia criado no caminho até o hospital. O Prefeito tinha feito sua parte e abafado a situação. Minha equipe, por sua vez, deixou a galeria impecável antes de David aparecer.— Estou com novos recrutas — comecei. — Evelyn me acompanhou porque prometi levá-la à galeria depois.Suspirei, passando a mão pelos cabelos.— Ela insistiu em entrar comigo. Um idiota, que mentiu dizendo que tinha experiência, deixou a arma cair assim que me viu. A arma caiu… e disparou.Meu tom era seco. Calculado. Não podia deixar escapar nenhuma emoção, se não, ele perceberia.— Erro de principiante. Que quase matou a Evelyn.Eu disse, com raiva forjada. Como se aquilo fosse imperdoável.Robert pareceu engolir a h
EvelynFui abordada na galeria. Alex apareceu, desarmou o homem e me afastou dele. Lembro de sentir uma fisgada, de ouvir Alex falar comigo, mas a adrenalina e o medo não me permitiram dizer nada além de:— Alex… Me desculpa.E tudo escureceu.Quando a luz voltou, eu estava em uma cama, com fios conectados por quase todo o corpo. Havia um tubo em minha boca. Senti meu coração acelerar, o medo me invadir. O que tinha acontecido? Onde eu estava? Alex… Onde estava Alex? Ele estava bem? E a Jordan?Ouvi um barulho acima da minha cabeça, um bip insistente. Tentei me mexer, mas os fios me impediam. Ouvi passos, e uma mulher se aproximou.
AlexanderQuando Evelyn acordou e veio para o quarto, tivemos o melhor momento da nossa relação. Pude sentir os sentimentos dela por mim, o desejo de estar sempre ao meu lado, e principalmente a forma carinhosa com que vem me tratando. Não que ela não fosse antes, mas agora há algo diferente. No olhar, nos toques... até nas palavras. “Amor.” É assim que me chama agora.Mas foi quando ela disse: “Sua. Eu sou sua, Alex.” Se ela não tivesse acabado de sair da UTI, eu realmente teria feito ela minha, e de todas as formas possíveis. Mas teria que esperar... até minha garota estar completamente curada.Cont
EvelynSaber que eu iria para casa teve um gosto bom. Depois do inferno que passei nas mãos daquele homem e do susto de acordar em uma cama de UTI, nada melhor do que voltar... nos braços do meu Alex. Mesmo que, como sempre, a nossa interação fosse intensa. Intensa até demais.Eu sabia que ele ainda estava chateado por eu não ter contado aos pais de Brandon sobre a gente, então preferi nem mencionar a “brilhante” ideia da Abigail, que resolveu organizar uma festa de boas-vindas. Pra ser sincera, eu não estava no clima. Mas ela insistiu... e ainda usou o nome dos Anderson. E eu acabei cedendo.Quando chegamos, a insatisfação de Alexander foi impossível de não notar. Todos perceberam. E todos comentaram. Mas eu não quis jogar mais lenha na fogueira, então... ignorei. Esse foi o meu erro. Alex saiu da sala sem dizer uma palavra, e dava pra notar o quanto aquilo estava mexendo com ele.Desde o hospital, Susan vem insistindo para que eu vá morar com eles. E Robert... bom, ele praticam
AlexanderFaz exatas três semanas que Evelyn saiu do hospital. Na primeira semana, voltamos apenas para avaliar o curativo e ver se ainda era necessário mantê-lo. A cicatrização dela estava indo bem, então foi retirado. Continuamos cuidando da região, mas sem gases ou curativos. E hoje é sua consulta de retorno, para o médico avaliar seu estado e sua recuperação.Depois da festa de boas-vindas, Evelyn decidiu ir até a casa dos Anderson contar que estávamos juntos. Claro que Robert não aceitou de imediato. Enquanto Susan nos apoiou, disse que Brandon não iria querer vê-la infeliz, e que se eu a fazia feliz, então ela também estaria. Robert pediu que Evelyn buscasse suas coisas em sua casa. Aquilo mexeu com minha garota, como se ele quisesse cortar de vez o v&iacu