Murilo me defendia como um irmão mais velho, ele é o melhor amigo que eu poderia ter...
- Para mano - Puxei ele pelo braço antes que ele de um soco na cara de Kaic - Você ja está com problemas na diretoria.
- Isso aí, faz oque a boneca ai está pedindo. - Kaic continuava provocando.
- Você se safou moleque - Murilo apontava para ele - Mas da próxima vai ser bem pior seu otário.
- Vamos para a sala de aula Murilo, não vale a pena se sujar por causa desse idiota ai. - Olhei bravo para o Kaic.
Levei Murilo para a sala de aula, nos sentamos e esperamos a professora entrar na sala a primeira aula é de Sociologia, eu até gostava...
- Mano, que raiva que eu estou daquele maluco, se eu pego ele quebro o seu nariz. - Murilo falava com raiva.
- Obrigado por me defender - Sorri - Mas você não pode se sujar aqui na escola por causa de mim.
- Você está certo mano, eu preciso de nota e quero fazer uma boa faculdade, ser um cara de respeito. - Ele sonhava...
Murilo tinha um coração bom, ele sonhava em ser alguém na vida, fazer Engenharia.
- Nós vamos conseguir mano. - Sorri para ele.
A professora entra na sala de aula, com ela entra também Larissa, seus olhos não saíam de Murilo, ela da um sorriso e uma piscada para ele...
- Você viu mano? - Ele me olha todo empolgado.
- Oque? - Finjo não ter visto aquela cena.
- A mina que quero catar, deu uma piscada para mim - Ele parecia feliz - Vou ter que pegar ela, gostosa demais.
- Ela é bonita, pena que é tão puta. - Falei...
- Não importa mano, não vou casar com ela, só vou ver se ela é boa de cama...
- Tá, agora olha ela vindo em nossa direção. - Ela vinha toda sorridente.
Era muito estranho estar sentindo aquilo, eu não queria garota nenhuma se esfregando no Murilo, que merda mano, porque isso voltou? Eu tinha colocado na porra da minha cabeça que Murilo é só meu melhor amigo, eu me odeio por sentir isso outra vez... Ela entrega um bilhete para ele, eu estava esperando ele me dizer que bilhete era aquele, não ia demorar muito porque ele gosta de se gabar das garotas que ele pega.
- Olha mano - Ele me mostra o bilhete. - Ela pediu para encontrar perto do banheiro na hora do Recreio.
- Que legal mano, agora vamos prestar atenção na aula que a professora ja está olhando de cara feia para a gente. - Eu não queria falar sobre aquilo, eu me sentia mal.
Oque eles iram fazer na hora do recreio, porque eu não estava me sentindo bem com aquilo? Eu só ficava pensando nele, olhando para ele, quase não consegui prestar atenção nas aulas. Não demora muito soa o sinal do Recreio.
- Vou lá mano, me deseje sorte! - Ele sai todo feliz.
- Boa sorte! - Falei forçado.
Eu queria Murilo o tempo todo comigo, só comigo. Fiquei na sala de aula o Recreio todo, até que m deu vontade de ir ao banheiro. Segui em direção ao mesmo e me deparo com a pior cena do meu dia, Murilo e Larrisa estavam se beijando, meu coração começou a acelerar, eu comecei a me sentir mal, que sensação estranha e horrível era essa? Eu não posso ficar na escola, eu só quero ir embora me trancar no quarto e chorar. Voltei para a sala de aula e esperei o professor de matemática chegar.
- Professor? - Falo ao ver ele entrando na sala.
- Fala Hiago? - Ele coloca o material em cima de sua mesa.
- Eu não estou me sentindo muito bem, posso ir pra casa? - Falei com muita vontade de chorar ali mesmo.
- Pode, vai na diretoria pedir para alguém ligar na sua casa e pedir para sua mãe autorizar...
- Obrigado professor - Dei um sorriso forçado.
Peguei meus cadernos e livros, coloquei dentro da mochila e fui correndo para a diretoria. Chegando lá tinha um garoto sentado na cadeira de espera.
- A diretora está ocupada? - Perguntei sem graça para ele.
- Está sim, meus pais estão ai dentro - Ele sorri para mim.
- Ah sim. - Me sento ao seu lado.
Fiquei um tempão esperando para ser atendido pela diretora o garoto não parava de olhar para mim e eu não parava de pensar na merda do beijo que eu tinha visto.
- Hiago? - Murilo aparece desesperado.
- Oque foi? - Falei olhando para ele.
- Oque aconteceu? O professor disse que você não estava se sentindo bem. - Ele me olhava preocupado.
- Só uma pequena dor de cabeça. - Sorri para ele.
- Porra mano - Ele fala isso aliviado - Que susto que você me deu, vim igual um doido ver se você está bem.
- Estou, agora volta para a sala, você não pode ficar perdendo aula. - Falei...
- Beleza, depois da aula eu vou até sua casa. - Ele dá um tapa em minhas costas.
- Beleza mano. - Sorri.
Aquele cheiro dele, oque está acontecendo com meu corpo? Minha cabeça?
- Desde quando você é apaixonado por ele? - O garoto puxa assunto.
- Oque? - Achei um absurdo aquela pergunta - Ele é só meu amigo.
- Seus olhos dizem outra coisa. - Ele sorri.
- Que absurdo mano, eu gosto de garotas. - Falei bravo para ele.
- Você está se negando a gostar dele e não tem nada demais nisso, eu sou gay também. - Ele ficava me olhando.
- Que merda, eu não sou gay. - Eu quase estava indo para cima dele.
- Calma cara, não tem nada demais em aceitar quem você realmente é...
- Vai se fuder cara!
Quando eu falo isso a porta da diretoria se abre, os pais daquele garoto saem, ele se levanta.
- Conte para ele logo, se não você só vai se machucar. - Ele segue seus pais.
Eu não sou gay, o fato de eu sentir ciúmes de Murilo era por causa da amizade, super normal isso. Conversei com a diretora, ela ligou em casa e eu fui liberado para ir embora, chegando em casa eu fiquei deitado pensando nas coisas que tinham acontecido hoje, a palavra gay não saía da minha cabeça, era tão absurdo isso que eu não parava de rir sozinho. As horas vão se passando, eu queria ficar perto de Murilo o mais rápido possível, queria sentir seu cheiro logo, ouvir sua voz. Credo eu realmente estava parecendo um gay. Peguei meu celular e mandei mensagem para ele "Vou colar ai na sua casa meu parça" a resposta não demora a chegar "Beleza mano, pode cola aqui, vou estar te esperando" Eu peguei minha bicicleta e segui em direção a casa de Murilo, chegando perto da casa dele o vejo conversando com um cara dentro de um carro preto, aquele cara parecia estar bravo com ele, quando eu me aproximo o carro sai...
- Qual é? - Falei achando estranho - Oque tá rolando?
- Não é nada Hiago! - Ele fala de cabeça baixa.
- Porra Murilo, somos amigos ou não? - Falei descendo da bicicleta.
- Somos cara, mais relaxa... - Ele sorri para mim.
- Me fala oque tá rolando Murilo, por favor? - Eu sentia que tinha algo errado.
- Entra. - Parece que ele finalmente ia me contar.
Eu o segui até o quarto, percebi que ele estava sozinho em sua casa.
- Cadê o povo? - Falei me sentando na cama.
- Saiaram. - Ele estava desanimado.
- Me conta aí. - Olhei para ele.
- É complicado Hiago. - Ele tentava evitar.
- Conta logo mano, para de enrolar. - Fiquei bravo.
- Lembra daquela época que eu estava cheio de grana? - Ele começa a contar.
- Lembro, você disse que estava trabalhando em uma lachonete a noite e que eles pagavam bem, fiquei feliz por você. - Sorri.
- Não tinha lachonete nenhuma. - Ele fica sem graça.
- Como assim mano? - Me assustei.
- Eu estava vendendo drogas Hiago porra. - Ele fica constrangido.
- Oque? - Me levantei da cama bravo.
- Calma Hiago, por isso não queria contar nada pra você.
- Tá, mais e ai? - Pergunto.
- Eu fiquei devendo para os traficantes. - Ele se aproxima de mim.
- Porra, você é idiota? Como você faz isso? - Eu não conseguia acreditar naquilo.
- Não fica bravo comigo não Hiago, você é o único que me entende. - Começa a sair lágrimas dos seus olhos.
- Eu sei mano, mas isso não se faz. - Fui até ele e o abracei.
Eu estava sentindo seu corpo, ele chorava em meu ombro.
- Porra, estamos parecendo viado - Ele me empurra e começa a rir.
- Sai fora Murilo. - Também começo a rir. - Quanto você está devendo?
- 10 pau...
- Oque? - Me assustei - 10 mil reais?
- Tenho duas semanas para entregar o dinheiro se não eles iram me matar...
O negócio era mais sério do que eu imaginava, não se deve pra traficante.
- É muito dinheiro... - Falei sem saber oque fazer.
- Eu sei, me ajuda Hiago, por favor! - Ele volta a chorar.
- Nós vamos fazer isso juntos, tentar livrar sua pele dessa, eu só não sei como. - Falei sem graça
Como iríamos arrumar 10 mil reais em duas semanas? Murilo poderia morrer, como ele consegue ser tão idiota?
Eu ficava andando pra lá e pra cá no quarto de Murilo, tentando achar uma solução para não ver ele morto, oque iríamos fazer.- Me desculpa mano por ter te colocado nessa, era por isso que eu não queria te contar. - Ele me olhava parecendo aqueles cachorros que caíram da mudança.- E você acha que sozinho irá conseguir pagar esses 10 mil? - Eu estava bravo com ele - Você praticamente é um homem morto.- Também não precisa falar assim Hiago! - Ele se entristece.- Eu vou falar como?.- Vou ir tomar um banho, esfriar minha cabeça, não quero ficar ouvindo seus serm&
Puta merda, Kaic tinha que ter visto esse beijo? E agora oque eu vou fazer...- Eu sempre desconfiei que você era um viadinho. - Ele começa a rir - A escola toda vai gostar de saber disso.- Por favor, Kaic não faça isso, não conte pra ninguém. - Eu imploro.- Me obrigue! - Ele me olhava.Oque ele poderia querer de mim?- Ele não vai contar nada Hiago, pode ficar sossegado. - Roberto toma a frente.- Como você pode garantir isso? - Falei sem entender.- Escutou Kaic? - Roberto o enfrentou - Ou você sabe oque acontece se vo
Eu voltei para casa totalmente abalado com a notícia que eu recebi sobre a gravidez de Larissa, tudo estava sendo mais complicado do que eu imaginei. Porque ele tinha que fazer isso? Engravida-la? Logo agora isso tinha que acontecer? Eu não acredito que isso está acontecendo, que merda! Entrei dentro de casa e fui direto para o banheiro tomar um banho, tirei minha roupa e deixei a água caindo na minha cabeça, eu desabo a chorar, isso tinha que acontecer comigo? Tantas garotas legais e bonitas por ai e eu tinha que gostar logo do meu melhor amigo? Eu estou ferrado, ele é hetero, isso nunca vai ser recíproco. Terminei o banho e fui para a sala assistir televisão, minha mãe se senta ao meu lado no sofá.- Você está quieto desde a hora que chegou - Ela me olha.
Que merda estava acontecendo? Kaic estava com a língua dele dentro da minha boca, era a coisa estranha que poderia ter acontecido na minha vida. Eu o empurro, olho pra ele tomalmente assustado, o cara mais homofobico da escola gosta de mim? Minha cabeça está uma confusão. Eu sai correndo daquele banheiro meio desnorteado com oque tinha acabado de acontecer, entrei na sala de aula me sentei no meu lugar, Murilo me olha estranhando.- Aconteceu alguma coisa mano? Você está pálido. - Ele me olhava preocupado.- Não, não aconteceu nada. - Eu estava muito assustado.Não consegui prestar atenção na aula, eu estava com medo, sei lá, aquilo tinha sido uma loucura.
Era tão bom sentir os lábios do Murilo, tudo que eu sempre sonhei está acontecendo, como eu queria fazer aquilo, meu maior desejo estava sendo realizado.- Você é maluco mano? - Ele me empurra - Oque deu na sua cabeça em me beijar?A reação dele foi a pior possível, ele estava muito bravo.- Des...des...- Eu gaguejava - Desculpa.- Sai da minha casa Hiago, agora! - Ele abre a porta.- Murilo, eu posso explicar. - Falei.- Eu não quero explicação. - Ele pega o pacote de dinheiro - Leva o seu dinheiro, eu dou um jeito de conseguir outro.
Era impossível acreditar que o dinheiro que eu dei pra Murilo tinha sumido, quem poderia ter roubado 10 mil reais? Ah, claro o dinheiro é considerável. Eu estava perdendo os cabelos ja de tanta preocupação, estou cansado disso, ficar me preocupando com o asno do Murilo. Alguns dias se passaram. Eu estava jogado no sofá, vocês perceberam que minha vida se resume a isso? Da escola pra casa, da casa para a escola, eu precisava criar uma rotina melhor. Estava conversando com Alan pelo Whatsapp."Hoje é sábado Hiago, vamos sair"Alan queria me levar para uma baladinha gls, esse negócio de ficar com garotos era novo para mim, não sei se estava pronto para isso."Eu não sei se eu quero isso para mi
Eu estava com muitas dores nas costas. Ao abrir os olhos, minha mãe estava chorando ao meu lado. Eu estava em um hospital? Eu não estava entendendo muita coisa.- Oque está acontecendo? - Perguntei para minha mãe.- Filho - Ela fica feliz ao me ver acordado - Você foi atropelado.- Atropelado? - Me espanto.- Sim filho.Eu tento me levantar para me sentar, mas não consigo, eu estava com muita dor.- Vai com calma garoto. - O médico entra no quarto.- Como está meu filho doutor ? - Minha mãe pergunta preocupada.
Eu não queria parecer malvado, e esse nem é meu jeito, mas eu estava cansado de ser bonzinho, todo mundo faz oque quer comigo, não vai ser mais assim daqui pra frente, ou eu não me chamo Hiago. Um pouco mais tarde, Rogério bate na porta do meu quarto, era a hora de tentar conquistar ele. Antes de abrir, coloquei meu celular para gravar vídeo, num ângulo que conseguia pegar a cama e o beijo, então, ação!- Pode entrar. - Falei da cama.Eu estava deitado, eu tinha que parecer machucado ainda.- Oi Hiago, fiquei sabendo agora do acidente. - Ele sorri.- Pode trancar a porta - Falei - E sente-se ao meu lado.- Tá