Uma fina chuva começou a cair lá fora. Antony observava as pequenas gotas de água batendo no vidro da porta do seu quarto, sem conseguir tirar o olhar de Giovana da cabeça. Levantou-se agitado quando percebeu os pensamentos. Por vários minutos ele ficou de pé em frente à janela olhando para o tempo lá fora. Aquela deveria ser sua lua de mel e ele nem sabia por que estava dando tanta importância para aquilo.Saiu do quarto, irritado consigo mesmo. Quando percebeu, estava parado em frente à porta de Giovana. Não ousou perturbá-la. Tudo parecia silencioso ali dentro e a luz apagada indicava que ela já havia dormido.Enquanto Giovana descansava tranquilamente, ele não conseguia dormir devido às coisas que ela havia falado a ele.Desceu as escadas e foi direto para o seu escritório. Encheu um copo de uísque, sentando-se na cadeira e bebendo o líquido. Depois de alguns copos, Antony parecia calmo agora. Sentou-se na poltrona e adormeceu.Quando os primeiros raios de sol adentraram as janela
O rosto de Giovana se iluminou quando viu Ricardo entrar na mansão. Correu depressa para cumprimentá-lo. A verdade era que, Giovana sentia-se tão entediada estando naquela casa que mal esperava para ver um rosto familiar.— Que bom que está aqui – suspirou aliviada enquanto o abraçava –, achei que não o veria aqui tão cedo.— Eu achei que não precisava vê-los pelos próximos dez dias – observou o ambiente ao redor, como se procurasse por alguém –, o que aconteceu com a lua de mel?O sorriso foi desaparecendo do rosto de Giovana até não restar mais nada. Ela abaixou a cabeça e pensou no que deveria dizer a ele, quando passos apressados vieram na sua direção. Quando Giovana se virou para olhar quem era, se deparou com Antony de banho tomado e vestido como se estivesse pronto para trabalhar.— Obrigado por vir até aqui, Ricardo – a voz dele soou de longe, Antony não ousou se aproximar –, estou esperando você no meu escritório.Com um único olhar, Ricardo soube no mesmo instante que algo d
— Eu sinto muito. Eu simplesmente não consigo encontrar um ombro para me apoiar."Foi uma frase simples, mas que comoveu o coração de Antony ao ponto de todo o gelo derreter.Ela tinha o rosto afundado no peito dele, que logo ficou molhado com as lágrimas. O corpo dela tremia. A pele clara do seu rosto estava corada devido ao choro, mas isso só a fazia parecer mais sedutora e adorável.Antony acariciava os seus cabelos, ansioso por saber o que havia acontecido com ela.— O que aconteceu Giovana? — O sussurro calmo dele fez ela se afastar e perceber o que estava fazendo.Enxugou as lágrimas rapidamente. Quanta bobagem, ficar em prantos pelo sonho bobo.— Foi alguma coisa com o nosso filho?Ouvi-lo dizer aquilo fez um arrepio percorrer por todo o seu corpo. Sentindo o silêncio dela, ele a olhou fixamente se perguntando se Giovana estava com medo dele.— Não foi nada com o bebê — ela também sussurrou, abaixando a cabeça evitando olhar nos olhos dela, — eu tive um pesadelo horrível, por i
O coração de Giovana errou uma batida ao presenciar aquela cena. Algumas horas atrás, Antony estava deitado ao seu lado agindo de modo incomum, sendo amoroso e compreensível. No segundo seguinte estava agarrado com a mulher que, provavelmente, ele ainda amava, quase nu.O rosto de Giovana se contorceu em uma careta sinistra e as veias do seu pescoço se dilataram. Como ela pôde ser tão ingênua ao ponto de acreditar que Antony mudaria algum dia? Sentia-se uma tola. Ela nunca havia visto Antony agir de uma forma tão insolente antes.Sua vontade era sair dali e voltar para o seu quarto fingindo que nada estava acontecendo, mas ela caminhou até eles e com uma voz alta disse:— O que essa mulher está fazendo aqui?Antony se virou rapidamente e olhou nos olhos dela, assustado.Mas Roberta se resumiu a responder, cheia de indiferença.— Senti saudades do Antony e resolvi vim visitá-lo.Após ouvir essas palavras, só restou a Giovana revirar os olhos e bufar para a mulher.— Veio fazer o que fa
Giovana lutou para se manter consciente. Enquanto estava meio acordada, sentiu as mãos quentes de Antony agarrá-la e levá-la para algum lugar que ela não conseguiu ver.No fim acabou desmaiando e quando acordou já estava no hospital. O cheiro de desinfetante a deixou enjoada. Imediatamente colocou a mão sobre a barriga e assim que abriu os olhos, o primeiro rosto que viu foi o de Antony.Ele estava conversando com o médico e não percebeu quando ela acordou. Logo ela não o viu mais. Quando conseguiu se erguer para se sentar sobre a cama, viu uma figura masculina correr na direção dela para ajudá-la. Era Andreas. Giovana se lembrava de te-lo visto antes de tudo acontecer, ela só não se lembrava o motivo de ter ido parar naquele hospital.Andreas segurou na mão dela antes de dizer:— Você está bem?A dor em sua cabeça era tão intensa que ela mal conseguia pensar.— O que aconteceu? — As mãos dela tremiam, — como está o meu bebê?Quando se lembrou do bebê, a dor em seu peito se intensific
Quando os seus olhos abriram, Giovana sentiu a visão ficar embaçada. Ela amassou o cobertor branco do hospital em suas mãos e mordeu o lábio inferior com tanta força e irritação que poderia machucá-los.Estava tudo escuro e silencioso. Ela não sabia por quanto tempo havia dormido. Sua cabeça já não doía tanto, mas ela precisava se levantar e ir ao banheiro imediatamente. Ergueu o corpo com dificuldade e sentiu sua coluna estalar. Quando se colocou de pé, quase caiu para trás. Sua cabeça girou e suas pernas perderam completamente as forças.Não havia ninguém ali para socorrê-la. De repente ela viu vagamente alguém do lado de fora. A sombra parecia ser de uma mulher. Seu coração se aliviou quando ela pensou poder ser a enfermeira que veio para ajudá-la, mas quando a porta do quarto se abriu, Giovana empalideceu e segurou o lençol da cama com tanta força que suas mãos ficaram sem cor, enquanto encarava a mulher a sua frente com raiva.Irma vestia uma roupa de enfermeira e tinha uma bande
Passando um longo tempo, Giovana abriu finalmente os olhos lentamente e se viu em um quarto totalmente diferente. Ela arregalou os olhos em pânico, quando se lembrou de Irma cortando os seus pulsos. Uma dor latejante tomou seus braços. Era quase insuportável. Quando levantou a cabeça para observar, percebeu que já não havia sangue. Seus braços estavam com ataduras e uma agulha intravenosa penetrava sua pele.Enquanto ela se mexia na cama, escutou uma voz abafada e quando se virou deparou-se com Matteo ao seu lado.Giovana se encolheu assustada. Quem seria o próximo a lhe fazer mal?—Não precisa ficar com medo — a voz dele era doce, como quando ela o conheceu pela primeira vez.Matteo ergueu o braço e acariciou os cabelos de Giovana com afeto.—O que você está fazendo aqui? — Dessa vez, ela se ergueu sentando-se na cama, —onde está o Antony?A pergunta dela fez o comportamento dele mudar. Matteo recolheu a mão e o seu semblante ficou sombrio de repente.—Você se lembra do que aconteceu
Vendo a expressão inquieta no rosto de Antony, Giovana só conseguiu pensar no pior. Tomada pelo medo, ela se enrolou na pequena cama e com um gesto agarrou as mãos dele.— Eu sei que ela tentou me matar, Antony – as palavras quase perdiam na sua ofegância, como se Giovana estivesse com dificuldade para respirar – não denuncie a Irma. Ela ainda não superou a morte da Gina.— E por isso quer matar a única filha que sobrou? – era claro que Antony não se conformava com aquilo – mas eu já deveria estar preparado para isso.— Do que está falando? Uma ruga se formou na testa dela.Antony pensou que talvez fosse melhor não contar toda a verdade para Giovana. Ela parecia tão cansada e fraca e certamente precisava descansar para se recuperar o mais rápido possível. As emoções daquele dia já haviam sido suficientes para ela.— Vamos conversar sobre isso depois – ele desviou o olhar para longe do dela e se afastou, quebrando qualquer contato – você precisa descansar, pelo bem do nosso filho.— Fa