RebecaHoje é o dia do casamento do meu irmão mais velho, já se passaram alguns dias desde que eu cheguei, infelizmente, não consegui tirar Sebastian dos meus pensamentos e me pego pensando nele em quase todas as horas do dia, é frustrante demais e eu sempre me repreendo por isso. Confesso que foi difícil para mim deixar Milão, mas foi preciso. No avião, chorei escondido, senti como se estivesse fazendo a escolha errada, mesmo que meu coração fosse o único a gritar isso, já que meu lado racional sempre fala mais alto.Me sinto ridícula por estar apaixonada por um cara que eu só vi poucas vezes. Como eu posso cair tão rapidamente? Sim, ele tem um desempenho acima da média, na verdade, tudo nele é acima da média, no entanto, não justifica a forma como me sinto. Ele só agiu do jeito que quis e até ameaçou minha liberdade e o que eu fiz? Me apaixonei por ele.Acho que sou masoquista.Apesar de achar essa situação toda ridícula, espero que tudo volte ao normal logo, já deixei meus pais cie
SebastianOs problemas chegaram antes mesmo que eu estivesse em casa. A ligação de Ward trouxe notícias desagradáveis e eu precisei me preparar com antecedência para a nova surpresa da minha mãe, ou melhor dizendo, da minha madrasta. Minha mãe morreu no meu parto e poucos meses depois, meu pai casou novamente. Aquele velho casou sem pensar duas vezes, afinal, ele precisava de uma nova esposa e mãe para seu filho pequeno. Como herdeiro da família, eu tive que ser forte desde cedo e provar meu valor, por esse motivo, sempre fui respeitado, mas também o alvo de inveja, inclusive de Anastásia, minha madrasta, mas que eu sempre chamei de mãe. No começo, realmente pensei que ela era minha mãe, com nove anos, descobri toda a verdade e também a dura verdade de que ela nunca me viu como seu filho, embora destinas
RebecaCaminhei apreensiva de um lado para o outro, minha mãe está atualmente terminando de dispensar os convidados com minha cunhada e meu pai está trancado no escritório com Sebastian. Falando nele, não consigo acreditar que se trata de Sebastian Lucian, o homem que todos dizem ser louco e sanguinário. Como pode algo assim acontecer justamente comigo? Me envolvi com um homem extremamente perigoso, me apaixonei por ele e fugi, agora ele está trancado no escritório decidindo o destino da minha família depois de ter matado meu irmão a sangue frio. Me pergunto se era por esse motivo que Roderick sempre parecia apreensivo e desconfiado.Onde eu me meti?— Você não parece bem. Algo aconteceu? — Ben aparece.— Um desastre, uma tragédia, uma catástrofe mundial! — exclamo andando de um lado para o outro.— Minha nossa, o que pode ser tão ruim? — pergunta.Me aproximo dele e baixo a voz para o um tom murmurado.— Sebastian está aqui. — começo.Seus olhos se arregalaram um pouco.— Merda, como
RebecaSenti como se o chão tivesse sido arrancado dos meus pés e eu estivesse à deriva em um espaço vazio, sem conseguir me mover, sem conseguir determinar para que direção vou, impotente em todos os aspectos. Como se tivesse levado um soco no estômago, vi a necessidade de me sentar, caí com força no primeiro assento que encontrei e permaneci estática em silêncio, com meu interior em frangalhos, um verdadeiro caos dentro de mim. Meu pai se aproximou devagar e com cuidado, se agachou na minha frente e segurou minha mão dando um leve aperto. Levei meu olhar desfocado até seu rosto e vi que não era a única que estava naquele estado caótico. Sim, o homem na minha frente acabou de ver seu filho morto e agora precisa ver sua filha casar com o assassino ou toda a família será exterminada, não sou a única que está sofrendo aqui. Preciso tomar uma decisão logo, por mais difícil que seja, eu já sei o que vou fazer. Assim como disse ao meu pai, não importa qual seja a
SebastianDepois de uma longa e entediante conversa com Carl Miller, finalmente consegui uma forma de manter Rebeca ao meu lado. Uma aliança, é isso que é. Preparei de forma antecipada o contrato, foi um movimento arriscado, mas eu não tenho tempo para esperar outro momento, preciso fazer isso logo e agora, finalmente consegui a aceitação de seu pai, é claro, isso foi feito por meio de algumas ameaças bem sérias, mas necessárias.O primeiro passo foi dado. Não vai ser um caminho fácil de agora em diante, no entanto, estou disposto a ir em frente. Não era dessa forma que eu esperava que as coisas se desenrolarem, mas, nossos caminhos foram definidos no momento em que Rebeca fugiu de mim, mesmo sabendo quais as minhas intenções com ela. Faz um tempo que eu venho pensando em casar, esperava que pudesse fazer isso de uma forma mais suave e obter a permissão dela, sinceramente, não gosto da ideia de levá-la nessas circunstâncias, mas eu sei o que estou fazendo e quais os meus motivos para
RebecaSinto-me péssima. Realmente não vejo como poderia ficar bem em uma situação dessas. No momento em que Sebastian fechou a porta do quarto e eu fiquei finalmente só, desmoronei em cima da cama, as lágrimas que segurei com todas as minhas forças saíram com força e eu abafei meus soluços torturados no travesseiro, a última coisa que eu desejo é que Sebastian veja essa cena lamentável e pense que sou fraca, eu aguento qualquer coisa, exceto que sintam pena de mim, eu não sou esse tipo de pessoa e não quero ser.Enquanto chorava com o rosto enterrado no travesseiro, deixei todas as minhas emoções saírem com força, a morte do meu irmão, minha paixão ridícula por Sebastian, a forma como Sebastian se aproveitou da situação para me forçar a um casamento e tantas outras coisas. Sinto-me tão impotente e frustrada, só queria sair por essa porta e ir embora sem olhar para trás, mostrar para Sebastian que ele não pode me prender, que eu não pertenço a ele, embora tenha sentimentos complexos q
RebecaApertei minhas mãos em punho e tentei conter a onda de insegurança que me abateu quando o carro parou na frente de uma imponente mansão. Sinceramente, suspeitei que o lugar fosse impressionante e de fato, é. No entanto. Esse não é o motivo da minha insegurança. Não sei o que me espera fora desse carro e atrás dessas paredes, como Sebastian avisou antes, não devo confiar em ninguém e também não sei de onde podem vir os inimigos, me pergunto se vou conseguir suportar a pressão de ser ameaçada todos os dias. Só há duas formas viáveis de me manter segura nessa situação atual. A primeira é buscar ajuda de Sebastian para conseguir colocar alguém de minha inteira confiança aqui dentro, o que é quase impossível de fazer na situação atual, já que a pessoa em quem mais confio é meu melhor amigo Ben, e Sebastian parece não gostar nem um pouco dele. A segunda forma de ficar minimamente segura é agir como se eu não tivesse medo de nada nem ninguém, tenho que ser uma megera louca, alguém tão
Sebastian— O que acha de sairmos para jantar mais tarde? — pergunto.— Tudo bem, mas não tenho certeza se tenho algo apropriado. — diz apontando para a pequena mala que trouxe consigo.Rebeca parece tranquila, mas ela não me engana, eu sei que ela está tensa com tudo isso e atenta a cada pequena coisa que acontece ao seu redor, provavelmente, está com o modo sobrevivência ligado e não quer perder nenhum detalhe importante. Sua vida mudou de uma hora para outra e ela precisa se habituar a como as coisas funcionam por aqui, eu não serei o único desconhecido para ela e ela vai precisar aprender a lidar com muitas coisas, sua forma de viver parece bem diferente da minha, eu a encontrei em festas e fazendo coisas que sempre envolveram divers&