Inicio / Romance / Meu Querido Guardião / Prólogo Clara Johnson
Meu Querido Guardião
Meu Querido Guardião
Por: Raquel Souza
Prólogo Clara Johnson

Uma garotinha ruiva estava brincando no quintal de uma casa bem simples no pequeno vilarejo de Pawnne enquanto seus pais, o carpinteiro Joseph e a artesã Francine, estavam arrumando as malas de forma apressada e as colocando no carro.

Estava escurecendo quando Francine vai até a filha dizendo em francês:

- "Clara, precisamos ir agora."

- "Para onde nós vamos mamãe?"

- "Vamos viajar, vai ser uma aventura."

Francine sorri enquanto pega sua filha de pouco mais de quatro anos no colo. Ela tenta passar tranquilidade, pois o momento é muito tenso e elas escutam barulhos vindo de dentro da casa como se estivesse acontecendo uma luta.

- "Eu preciso que você seja uma garota muito corajosa, então não chore e nem faça barulho."

Clara apenas obedece enquanto Francine a abraça apertado e caminha até o carro sem fazer barulho. Ela coloca Clara na cadeirinha no banco de trás e escuta alguns tiros vindo de dentro da casa.

- "Meu Deus!"

Francine se desespera enquanto corre para a porta do motorista e dá a partida arrancando com o carro o fazendo cantar pneu.

- "Mamãe e o papai?"

- "Não se preocupe que logo vamos nos encontrar com ele."

Francine tenta disfarçar que está chorando para passar tranquilidade para sua filha. Logo ela olha pelo retrovisor e nota dois faróis a seguindo de maneira frenética, então ela acelera e ali se dá início a uma perseguição alucinante.

- "Vai ficar tudo bem filhinha. Canta pra mamãe?"

Clara começa a cantar uma música infantil que Francine sempre cantava para ela dormir e Francine dirigia que nem uma louca enquanto tentava manter a calma, mas o carro de trás começa a se aproximar.

- Encosta sua vadia de merda!

Ela escuta o homem que estava sentado no banco do passageiro gritar com ela.

- "Deus..."

Francine suspira de forma pesada enquanto acelera o seu carro no máximo. Então ela olha para o lado e nota algo brilhante nas mãos do carona que aponta para o carro dela e logo o som de um tiro seguido do estouro do pneu dianteiro esquerdo é ouvido e Francine acaba perdendo o controle e capota seu carro várias vezes que só para depois de colidir com uma árvore que ficava no fundo de um barranco.

O carro perseguidor para próximo ao acidente e os dois homens descem dele e caminham na direção do carro acidentado tomando cuidado ao descerem o barraco.

O motorista se aproxima e verifica os sinais vitais de Francine e olha para o outro.

- Bom trabalho! Ela está morta. Agora o fogo fará o resto do trabalho.

O carro estava começando a pegar fogo na parte do motor e os homens escutam Clara chorar. O atirador ilumina com a lanterna e nota a criança que possuía alguns cortes no rosto.

- "Mamãe, acorda..."

Clara falava entre soluços e isso causou um certo remorso no atirador que não pensa duas vezes e se enfia entre as ferragens e consegue tirar a menina antes que as chamas a alcançasse.

- Vai ficar tudo bem meu anjo.

O homem tenta acalmar a menina que só chorava.

- Por que você pegou ela? Tá vendo que essa pirralha é uma testemunha...

O motorista grita com o companheiro que tenta acalmar Clara.

- Ela tem a mesma idade da minha filha! - o homem o rebate - Ela não tem culpa de nada. Vai lá e chama o resgate e faz seu papel de grande herói de Pawnne.

O homem volta para sua viatura e aciona as luzes dela para sinalizar o local.

- Aqui é o xerife West. Preciso que mande para cá uma ambulância e os bombeiros, pois acabo de presenciar um capotamento com duas vítimas, uma mulher adulta e uma criança de aproximadamente quatro anos de idade. A mulher acabou sendo a vítima fatal.

- Qual a sua localização?

- Rota 55 próximo ao lago em direção a Springfield.

- O socorro está a caminho.

- Ok.

Adam West era o xerife de Pawnne. Ele era visto como um grande herói do lugar por manter a lei e a ordem, mas ele era corrupto e executava alguns trabalhos sujos para poder manter sua reputação.

- Já chamei o resgate. - Adam se aproxima do outro homem. - Então, ela entende a nossa língua?

- Ela só fala francês. - o homem fala olhando para Clara que parecia se acalmar - Ela não entende a nossa língua.

- Sorte a dela, caso contrário iria se juntar a mãe.

Pouco tempo depois, sirenes são ouvidas longe e logo o local estava lotado de policiais e ambulância.

Adam conversa com outros policiais enquanto Clara é levada para o hospital.

No hospital, o policial que estava junto do xerife faz uma visita a ela.

- Sargento Harris, a garota está no quarto 77. - a atendente sorri.

- Obrigado. Eu a tirei do carro em chamas. Me apeguei a ela.

- Nossa! O senhor é um verdadeiro herói.

A moça o olha com admiração e isso o faz se sentir muito mal, pois foi ele quem atirou e causou o acidente.

Harris sorri meio sem graça e caminha na direção do quarto.

Chegando no quarto ele pode ver a menina sentada brincando com uma boneca de pano. Ele repara nela e nota que ela possuía os cabelos vermelhos escuro iguais os da mãe e olhos azuis claros iguais aos do pai, apesar dos machucados, ela era linda.

A garota o olha e sorri com seu lábio machucado e isso fazia a culpa pesar ainda mais sobre o ombro do homem.

- Como você está?

O homem se aproxima dela e lê a sua ficha.

- Clara Johnson...

Ele fala e ela parece entender o seu nome. Harris checa e nota que está sozinho com ela e aproveita essa oportunidade.

- Clara, me perdoa por ter atirado. Eu não sabia que você estava no carro.

A garota o olha sem entender o que ele estava falando. E ele sorri. Era melhor assim. Isso a manteria viva.

Uma enfermeira entra seguida de uma assistente social.

- O senhor é o quê dela?

A assistente pergunta estranhando a presença do homem.

- Nada, eu a salvei do carro e vim ver como ela está.

- Então o senhor é um herói.

A mulher sorri e isso o deixa desconcertado.

- Eu queria saber o que vai acontecer com ela.

Ele fala tentando tirar o foco.

- Bom... ela não possui nenhum parente neste país e o pai dela está desaparecido. Com a morte da mãe, ela será levada para um abrigo por 60 dias. Se não encontrarmos nenhum parente dela, então será levada para um orfanato.

- Orfanato... queria adotar ela. Ela seria uma ótima companhia para minha filha.

- O senhor se apegou a ela. - a assistente sorri - Se você quiser adotar ela, darei um jeito de que consiga a adoção.

- Vou conversar com minha esposa.

Harris se despede das duas mulheres e bagunça com cuidado os cabelos de Clara que olha tudo sem entender.

Ele chega em casa e encontra sua esposa sentada no sofá.

- Você chegou tarde hoje.

Ela fala indo cumprimentar seu marido.

- Tive que atender uma ocorrência. Um carro capotou com uma mulher e uma criança. A mulher morreu.

- Meu Deus. E pela sua cara isso mexeu com você.

Harris senta no sofá e olha para a esposa.

- Ciara, a garota não tem ninguém e... ela vai para um orfanato. Eu queria poder adotar ela.

- Quem é essa garota?

- Clara Johnson. A filha dos franceses.

Ciara logo fecha a cara.

- Derek, você ficou doido? Não podemos ficar com essa garota.

- E por que não?

- Você sabe muito bem que os Johnson são problema. Quer comprar briga com o xerife?

Derek a olha e vai tomar um banho para depois ir dormir.

No chuveiro ele chora baixo deixando a culpa o corroer e no final sua esposa tinha razão. O xerife não facilitaria sua vida se soubesse que a garota estaria vivendo com ele.

Sigue leyendo en Buenovela
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Escanea el código para leer en la APP