Hanna Cooper.- Mu...rilo - gaguejo o nome dele de forma patética, ele está segundo meu braço e me olha furioso.– O que pensa que está fazendo aqui? - esbraveja.Pisco algumas vezes, tentando me recuperar do choque. Não estava preparada para vê-lo. Todo meu corpo parece sentir a sua presença. Meu coração está acelerado e minhas mãos começam a suar.- Eu te fiz uma pergunta, ursinha - diz furioso.Recupero-me do choque e balanço o braço, me livrando das mãos dele.- Eu estou em uma festa - falo irônica.- Isso aqui não é festa para você.- Ah por que? - pergunto cruzando os braços.- É uma boate de sexo, no andar de cima acontece todo tipo de coisa, tem até orgia - fala ofendido pela minha presença nesse lugar.Escondo a minha surpresa, eu não sabia que era uma boate de sexo, minha irmã escondeu essa informação. Ante que eu posso responder alguma coisa Gabriela aparece do meu lado.- Está tudo bem? - pergunta olhando para Murilo.- Está sim - respondo - Murilo já está de saída.– Eu
Hanna Cooper.Murilo sorri, fecha a porta e me puxa pela cintura, colando seu corpo ao meu.- Isso era tudo que eu queria ouvir, moranguinha - diz enquanto tira meu vestido me deixando só com um sutiã sem alças, bege, sem graça e uma calcinha rosa ridiculamente grande - Ultimamente eu tenho sentido um pouco de tudo, sabia?Passo os braços ao redor do pescoço dele, inclino a cabeça e cheiro seu pescoço.- Tipo o quê? - pergunto aspirando o cheiro amadeirado de seu perfume.- Coisas que vão do desejo a mais completa insanidade - fala cheirando meu pescoço - Acho que você está me ensinando que eu posso me achar em meio ao caos - acaricia minhas costas - Eu poderia ficar trancado com você aqui e o mundo todo perderia a importância.Sorriu, totalmente maravilhada com suas palavras.- Acho que fazer o mundo perder a importância pode ser maravilhoso - falo em um estado de encantamento, sinto como se cada pedaço meu implorasse por ele.Murilo me beija, passa as mãos em minhas coxas, me puxa p
Hanna Cooper.Acordo sentindo calor, mas basta olhar para baixo para ver o motivo. Murilo está com um braço por cima da minha barriga, me prendendo contra si. Seu rosto está apoiado em meu peito e seus cabelos macios roçam em minha pele desnuda.Os lábios rosados e franzidos lhe dão um ar de menino. O abraço, afundo o rosto em seus cabelos e inalo o cheiro de seu shampoo. Ele se mexe um pouquinho, suspira e continua a dormir.Como seriam as coisas agora? Ele acordaria e eu fingiria que não tinha acontecido nada, me despedindo e indo para casa? Perguntaria como seria nossa situação? Esperava ele falar alguma coisa e concordaria, só para poder voltar para minha vida medíocre e reviver nossos momentos?Tínhamos sido sinceros um com o outro e Murilo disse que se importa comigo, mas será que isso é o suficiente para ser levado para fora deste quarto, ou é o tipo de se importar o suficiente para fazermos sexo ocasional e seguirmos com nossas vidas?Afasto o rosto dos cabelos dele e com deli
Hanna Cooper.Assim que saio do prédio dele pego um taxi e em poucos minutos estou subindo as escadas do meu prédio.Enquanto subo os degraus, não consigo parar de pensar que é a última vez que saio de perto dele desse jeito. Eu seria forte e não voltaria a dormir com Murilo. Não quero ter que me despedir dessa maneira todas as manhãs. Eu não aguento mais o peso do meu próprio coração e não seria justo me submeter a isso novamente para ser amada durante a noite e dispensada pela manhã.Não que Murilo tenha feito isso, na verdade ele tinha até insistido para saber meus motivos, mas nós sabíamos que era inútil tentar enumerá-los. Naquele elevador éramos uma bela confusão, mas aqui fora, sei que não seremos o tipo de casal que anda de mãos dadas e comem um lanche gorduroso na lanchonete da esquina. A verdade é que ele sente tesão por mim e tesão não é amor, tesão pode fazer uma pessoa ser encantadora, mas não te faz se apaixonar por ela e enfrentar todos os obstáculos. Vivemos momentos i
Hanna Cooper.Apesar de amanhecer mais frio que o dia anterior, é visível que será um dia de sol e isso me anima quando desço do taxi em frente ao hospital, depois de levantar correndo por estar atrasada e correr sem nem pentear os cabelos.Dou uma conferida em minhas roupas quando entro no elevador. Estou usando uma calça jeans azul, uma blusa branca de mangas compridas e os cabelos erguidos em um nó. Totalmente desprovida de maquiagem devido ao atraso.Saio do elevador tentando arrumar os cabelos, mas não tenho muito sucesso, então volto a ergue-los com um nó. Émile ri assim que vê minha luta om o cabelo.- Deve ter acordado atrasada né? – supõe.- Segunda não é o meu melhor dia.Ela sorri, como se entendesse perfeitamente meu caso.- Senhor Cooper está na sala do Senhor Lewis - avisa pegando um papel em frente ao seu computador - Disse para você ir lá assim que chegasse.Reviro os olhos. Minha mãe deve ter falado que eu não atendi as ligações e agora ele quer se certificar que eu e
Hanna Cooper.Não aguento chegar ao elevador, já estou chorando quando passo por Émile, que diz alguma coisa que eu não compreendo. Quando entro no elevador, eu nem consigo mais respirar de tanto que choro.É como se eu estivesse desmoronando. Até minhas pernas parecem fracas, eu mal consigo ficar de pé no elevador.Não sabia mais o que fazer, tudo está meio desfocado devido às lágrimas e ao que tinha acabado de acontecer, eu só quero me esconder em um canto qualquer e desaparecer.- Hanna! - escuto a voz urgente da minha cunhada quando o elevador se abre na garagem do hospital - O que aconteceu com você?Ele me segura meus ombros e tento secar os olhos com as costas da mão, a vejo um pouco desfocada.- E... Eu...Tento falar, mas sai apenas soluços ao invés de palavras e Angélica começa a me puxar em direção ao seu carro, me deixo ser conduzida, sem forças para nada.- Vou te levar para casa - avisa após me colocar sentada no banco do carona - Fica calma.Ela sai da garagem rapidamen
Hanna Cooper.- Tem alguém aí querendo falar com você - avisa com uma expressão estranha.- Quem? - pergunto.- Vai lá ver.Reviro os olhos e levanto da cama, seco o rosto com a manga da camisa.- Você poderia falar que eu não estava em casa - resmungo.Quando chego na sala tomo um susto assim que o vejo sentado em meu sofá.Murilo se levanta quando me vê e eu tomo outro susto. Ele está vestindo camisa cinza e calça jeans preta, mas a camisa está com marcas de sangue, que provavelmente deve ser de seu rosto já que seu lábio estava inchado e o olho direito está começando a ficar arroxeado, tem também um corte na sobrancelha esquerda.- Meu Deus! - exclamo assustada, praticamente corro até parar na frente dele - O que ele fez com você?Murilo arregala os olhos quando eu fico na ponta dos pés e seguro seu rosto entre minhas mãos, me esqueço de todas minhas mentiras, preocupada demais com seu estado para pensar no que isso deveria significar.- Nada diferente do que fiz com ele - fala afa
Vicente Cooper.Vim para o hospital tentar trabalhar e esquecer os meus problemas, mas não consigo focar em nada e pouco tempo depois resolvo ir embora.Chego na garagem, entro no carro e bato a cabeça no volante repetida vezes para ver se a enxaqueca alivia. Dou partida e caio no trânsito pesado de Salvador. Não quero ir para casa, o clima está péssimo e acho que aquele anjo dos infernos está planejando minha morte. Os únicos que sorriem ao me ver é Ágata e Arthur. Sorrio ao lembrar dos meus filhos e da sua mãe, que está furiosa. Desde que briguei com o Murilo e a minha irmã que Angel está de mal comigo, cuidou dos meus machucados devido a briga com meu amigo e exigiu uma reparação de minha parte com ele.Me sentir ofendido é claro, eles que esconderam coisas de mim, o Murilo não deveria ter dormido com a minha irmã, tínhamos um trato. Sem contar que eu sei que ele não vai levar Hanna a sério, ela é meu bem precioso, é a minha irmãzinha que chegou na minha vida com aqueles grandes ol