Hanna Cooper.Eu sabia que não deveria ter dado o sinal verde, soube disso quando os lábios dele tocaram os meus e eu tive a certeza quando meu coração acelerou a ponto de quase sair de meu peito.Eu deveria resistir, manter o foco que não me envolver com ele novamente, para salvar a amizade dele com meu irmão. Mas uma parte de mim quer isso, quer estar aqui, nos braços dele.Passo os braços ao redor do pescoço do Murilo e entreabro os lábios, o deixando passar a ponta da língua em meu lábio inferior, para então mordicá-lo e invadir minha boca, tornando o beijo algo avassalador a ponto de arrancar meu fôlego e fazer com que eu deixe a necessidade de respirar em segundo plano. Eu preciso dele, preciso de uma maneira que não gosto de admitir, mas que ao mesmo tempo não consigo impedir de sentir.Quando eu achei que poderia me perder nos conflitos causados pelo beijo, Murilo se afasta e encosta a testa na minha. Abro os olhos lentamente, tentando normalizar minha respiração ruidosa.- Eu
Hanna Cooper.Ele me penetra com movimentos lentos, parece tudo tão certo, estou tão relaxada, em nenhum momento Murilo vai com pressa, é lento, calmo, com saudade, ele continua me beijando, cada movimento que faz leva meu desejo cada vez mais perto do ápice.Inclino a cabeça para trás, deixo escapar um gemido e agarro os ombros dele, inclino o corpo mais para frente, procurando por seus lábios, deixando nossas respirações ruidosas se misturarem aos gemidos.Quando acho que não pode ficar melhor, ele aumenta o ritmo, fazendo toda a pulsação do meu corpo se concentrar em um único ponto, meus músculos tencionam e minhas pernas tremem.Explodo em um milhão de pedaços, gemendo conforme as ondas daquilo varrem meu corpo, uma sensação única e gostosa que só ele já me proporcionou. Sinto o corpo dele ficar tenso e ele começa gemer de encontro a meu pescoço, então desaba em cima de mim, suado e com a respiração ofegante.Tudo o que resta agora é uma sensação de satisfação e dois corpos ainda
Hanna Cooper.- Estou indo - aviso. Ele me olha, parecendo assustado, e levanta.- Ursinha - ele começa a andar em minha direção - Sobre nós dois.- Sexo - o interrompo - Apenas sexo e nada mais do que isso, como da outra vez.Murilo parece assustado com minhas palavras e para na minha frente.- Eu não quero te magoar - fala coçando a nuca, parecendo nervoso.- Não está - garanto - Agora eu tenho que ir.- As coisas não tem que acabar desse jeito - fala me olhando com uma expressão estranha.- De que jeito? Não se pode acabar o que não começou. Eu vi como você ficou quando eu falei do Vicente e isso é a realidade. A realidade que não te importava antes.- Sempre me importei com o meu amigo e o que ele pensaria sobre nós dois, você não quis que eu falasse com ele - acusa.- Não vale a pena perder uma amizade de anos apenas por desejo - falo segurando a vontade de chorar - Tivemos uma ótima noite, como já tivemos várias antes dessa, foi legal, mas daí chegou o dia e acabou. Não tem mágo
Hanna Cooper.O meu maior problema é o vazio no meu peito que cresce a conforme eu tomo consciência de que o mundo é dividido em pares e o par que quero nunca será meu.Minha vida no requisito namoro é uma completa bagunça, todos os meus namorados me traíram. No intervalo dos meus namoros fiquei com alguns caras, mas era sempre dar uns amassos e mandar embora, eu era sempre a que ia embora, mas dessa vez tudo o que eu mais queria ter feito era ficar, era ver no que tudo podia dar e tentar viver aquilo que tinha ficado em minha cabeça por tanto tempo, só que eu tive que mentir e colocar a razão na frente de tudo.Uma vez eu li em um outdoor uma frase que me marcou, nele dizia que temos que conviver com nossas escolhas e eu tenho que conviver com a minha. Eu escolhi não brigar com meu irmão e tenho que conviver com isso, da mesma maneira que tenho que conviver com as lembranças do Murilo e tudo que fizemos. Eu não poderia olhar para ele e não lembrar, não porque cada vez que olhasse naq
Hanna Cooper.- Mu...rilo - gaguejo o nome dele de forma patética, ele está segundo meu braço e me olha furioso.– O que pensa que está fazendo aqui? - esbraveja.Pisco algumas vezes, tentando me recuperar do choque. Não estava preparada para vê-lo. Todo meu corpo parece sentir a sua presença. Meu coração está acelerado e minhas mãos começam a suar.- Eu te fiz uma pergunta, ursinha - diz furioso.Recupero-me do choque e balanço o braço, me livrando das mãos dele.- Eu estou em uma festa - falo irônica.- Isso aqui não é festa para você.- Ah por que? - pergunto cruzando os braços.- É uma boate de sexo, no andar de cima acontece todo tipo de coisa, tem até orgia - fala ofendido pela minha presença nesse lugar.Escondo a minha surpresa, eu não sabia que era uma boate de sexo, minha irmã escondeu essa informação. Ante que eu posso responder alguma coisa Gabriela aparece do meu lado.- Está tudo bem? - pergunta olhando para Murilo.- Está sim - respondo - Murilo já está de saída.– Eu
Hanna Cooper.Murilo sorri, fecha a porta e me puxa pela cintura, colando seu corpo ao meu.- Isso era tudo que eu queria ouvir, moranguinha - diz enquanto tira meu vestido me deixando só com um sutiã sem alças, bege, sem graça e uma calcinha rosa ridiculamente grande - Ultimamente eu tenho sentido um pouco de tudo, sabia?Passo os braços ao redor do pescoço dele, inclino a cabeça e cheiro seu pescoço.- Tipo o quê? - pergunto aspirando o cheiro amadeirado de seu perfume.- Coisas que vão do desejo a mais completa insanidade - fala cheirando meu pescoço - Acho que você está me ensinando que eu posso me achar em meio ao caos - acaricia minhas costas - Eu poderia ficar trancado com você aqui e o mundo todo perderia a importância.Sorriu, totalmente maravilhada com suas palavras.- Acho que fazer o mundo perder a importância pode ser maravilhoso - falo em um estado de encantamento, sinto como se cada pedaço meu implorasse por ele.Murilo me beija, passa as mãos em minhas coxas, me puxa p
Hanna Cooper.Acordo sentindo calor, mas basta olhar para baixo para ver o motivo. Murilo está com um braço por cima da minha barriga, me prendendo contra si. Seu rosto está apoiado em meu peito e seus cabelos macios roçam em minha pele desnuda.Os lábios rosados e franzidos lhe dão um ar de menino. O abraço, afundo o rosto em seus cabelos e inalo o cheiro de seu shampoo. Ele se mexe um pouquinho, suspira e continua a dormir.Como seriam as coisas agora? Ele acordaria e eu fingiria que não tinha acontecido nada, me despedindo e indo para casa? Perguntaria como seria nossa situação? Esperava ele falar alguma coisa e concordaria, só para poder voltar para minha vida medíocre e reviver nossos momentos?Tínhamos sido sinceros um com o outro e Murilo disse que se importa comigo, mas será que isso é o suficiente para ser levado para fora deste quarto, ou é o tipo de se importar o suficiente para fazermos sexo ocasional e seguirmos com nossas vidas?Afasto o rosto dos cabelos dele e com deli
Hanna Cooper.Assim que saio do prédio dele pego um taxi e em poucos minutos estou subindo as escadas do meu prédio.Enquanto subo os degraus, não consigo parar de pensar que é a última vez que saio de perto dele desse jeito. Eu seria forte e não voltaria a dormir com Murilo. Não quero ter que me despedir dessa maneira todas as manhãs. Eu não aguento mais o peso do meu próprio coração e não seria justo me submeter a isso novamente para ser amada durante a noite e dispensada pela manhã.Não que Murilo tenha feito isso, na verdade ele tinha até insistido para saber meus motivos, mas nós sabíamos que era inútil tentar enumerá-los. Naquele elevador éramos uma bela confusão, mas aqui fora, sei que não seremos o tipo de casal que anda de mãos dadas e comem um lanche gorduroso na lanchonete da esquina. A verdade é que ele sente tesão por mim e tesão não é amor, tesão pode fazer uma pessoa ser encantadora, mas não te faz se apaixonar por ela e enfrentar todos os obstáculos. Vivemos momentos i