Ela passou a chave do carro para o valet guardar na vaga e seguiu na direção do bar, sendo guiada por uma funcionária educada com um sorriso enorme.
Gostaria de estar assim também, mas seu sorriso seria falso naquela noite. Era só para mostrar que estava tudo bem, mas dentro dela não estava. Internamente ela tremia de ansiedade.
E lá estava ele. A esperando.
Phoebe o viu sentado em um banco alto de ferro com um pequeno encosto alcochoado. Olhava para o copo, rodando o dedo na borda, distraído das pessoas que passavam ao seu lado.
Parecia até que havia algo muito interessante no fundo daquele copo que o atraía. Parecia pensativo.
Compreendeu durante suas sessões com o terapeuta, que o álcool estava banido para sempre de sua vida, nem mesmo que fosse uma gota ou para comemorar uma vez. Seu corpo e sua mente não aceitavam e que o álcool estava ligado diretamente ao trauma de ter a vida mudada radicalmente e de todo sofrimento que passou depois.Ela teve uma curiosidade idiota, exagerou e perdeu o controle, causando um problema gigante para si, sua família e Apolo. Tudo o que veio a acontecer depois estava ligado a isso. Não poderia reclamar. Nunca mais perderia o controle por causa de álcool.— Pode me dizer logo o que deseja falar comigo? Nós não precisamos nem mesmo de um jantar. Você deve estar ocupado e eu estou cansada.<
“Amores estranhos e frágeis, prisioneiros, livres. Amores estranhos que não sabem viver, e eles se perdem dentro de nós.”— Você foi muito rápida - disse de modo crítico — Menos de dois anos após a morte de seus pais e você já saiu vendendo tudo?— Não foi bem assim... Eu era menor de idade e não entendia de negócios - verdade — Fiz o que parecia melhor na época.“E meu tio me roubou descaradamente, me usando e tirando o que era meu aos poucos”.— Uma boa desculpa, mas sem sentido.
Ele falou alto e de um modo tão seco que as cabeças se viraram. Eles estavam chamando atenção.— O acordo já estava feito. O pai dela e o irmão haviam investido fundos que eu precisava muito na época, para levantar a empresa do meu pai após sua morte - respirou fundo, acendendo as narinas — Não existia isso de amor. Eu não queria me casar, mas faria isso por obrigação à minha família. Sabe que tinha muitas pessoas ligadas à empresa que contavam comigo - novamente se inclinou para a frente e falou duro — O que você fez me colocou em uma posição difícil e delicada. Merecia uma boa surra depois do que me fez. Ela apertou os dedos com força, na palma da mão, travando os
Pare se assegurar de que estava tudo bem, o levou a um veterinário, que fez exames e lhe deu algumas injeções de reforço e passou alguns medicamentos específicos para ele. Aproveitou e comprou brinquedos, uma cama e todos os acessórios para que ficasse feliz e agora era seu bebê de quatro patas. Quando chegou ainda abalada pelo reencontro, deixou que ele dormisse em sua cama nessa noite. Ele a acalmava.Agora pela manhã ela não o encontrou no quarto ao acordar e saiu para ver se não estava fazendo nenhuma besteira, o que era comum com ele. O encontrou na sala, em cima da almofada nova, afiando as unhas com toda a calma do mundo.— Ai, Blacke
— Seu livro preferido era O Pequeno Príncipe - recordou.— Sim. E continua sendo, mas tenho outros agora - mordeu o lábio — E não gosto que mexam em meus livros - ergueu os olhos para ele — Vou comer agora, estou com fome. Se quiser falar comigo, então venha para a cozinha.Ele deu um suspiro exasperado e a seguiu até a cozinha, olhando a casa pelo caminho. Puxou uma cadeira e sentou observando-a mexer na cafeteira. Era uma sensação boa e diferente do que estava habituado, como um lar mesmo. Tantos anos longe e ele ainda sentia que ela lhe passava algo de tranquilidade.Mas não podia se deixar enganar. Isso era com certeza uma de suas pe
"Amar é reencontrar a própria alma através da alma do amado. Quando o amado vai embora, perde-se a alma”.Phoebe estava sem fôlego depois de tossir tanto.— Que loucura é essa agora? - abriu a torneira para lavar as mãos grudentas do café derramado e pegou um pano de prato para secar, respirando fundo sem entender essa novidade.— Não tem loucura nenhuma.Ele a impediu de sair do lugar, colocando um braço de cada lado de seu corpo, a deixando presa entre ele e o balcão da pia.— Você achava mesmo que eu não iria c
— Eu... Eu não bebo mais - se sentiu insultada e triste por ver que ele queria machucá-la com palavras, mas esperava por isso mesmo — Eu era só uma adolescente que confiou nas pessoas erradas e não teve malícia. Você me conhecia, Apolo. Não achou estranho que eu estivesse fora do meu comportamento habitual? Por que eu iria fazer aquelas coisas? Trair sua confiança? Não era meu normal.Apolo não se importou em vê-la abatida. Queria que ela se sentisse humilhada como ele se sentiu antes. Queria dar o troco.— E quem vai saber? Você era mimada e andava com aquela sua prima Yane que não era um exemplo de pessoa e aquela amiga dela sem noção - olhou-a com escárnio — As duas são ridículas.
Ela não gostou da ousadia dele em chegar exigindo que ela largasse o trabalho e começaram a brigar. De novo.Ele insistia que ela deveria sair do trabalho e se dedicar a ser a esposa que ele queria. Que teria muitas ocupações e não poderia ficar brincando de festinha. O que a irritou muito.Ela jamais faria isso, ainda mais sabendo que isso era parte do plano de vingança dele. Estava querendo deixá-la em uma situação delicada e não iria permitir isso.Quando o casamento acabasse ela estaria na rua, no zero e tendo que recomeçar. Uma vez só já tinha sido suficiente. Poderia até se deixar chantagear na questão do casamento por causa de sua consciência pesada, mas la