Ele se lamentava porque parece que finalmente se tocou que começar a participar da banda foi um erro.
Por conta de ter ido mal nas provas finais, precisava tirar onze em biologia, algo impossível.
Minha mãe me olhou e logo disse que segunda-feira sairia o resultado do vestibular e já que eu seria a única a ir para a faculdade no próximo ano, então ela esperava não se decepcionar, eu também esperava.
Passei boa parte da madrugada lendo o livro que comprara e a cada página lida eu escrevia uma nova página do meu livro.
Agora ele já tinha cento e noventa páginas e eu decidi manda-lo para Natália. Ela sempre foi uma boa leitora dos meus projetos de livro que, normalmente, não passavam de trinta páginas.
Não estava finalizado, mas as coisas já tinham tomado o seu rumo, para um final feliz, mas não perfeito, dentro da realidade.
Quando tinha treze anos eu gostava de livros de bruxos e vampiros, conforme amadureci percebi que essas histórias não me fizeram bem.
Cheguei a acreditar que poderia, como um milagre, acordar como vampira no dia seguinte. Agora eu estava lendo as páginas do meu velho diário.
Só queria um amor de verdade, queria me tornar vampira ou bruxa... Cansei de ser trouxa.
Como um milagre ser mordida e acordar podendo correr rápido, sendo indestrutível e podendo viver com o meu amor.
Não poderia engravidar ou sair ao Sol ou conviver com humanos, mas se estivesse tão apaixonada, isso não me faria falta, não é mesmo?
Escrevi isso há cinco anos, agora eu estava segurando o riso para não acordar ninguém.
Encerrei a noite de sábado no maior clima de nostalgia e a Renata também.
Domingo passou rapidamente e eu e o meu namorado ficamos conversando no facebook.Ele continuava preocupado sobre sexta, ficava me perguntando se me machucou muito, como explicar que eu estava bem de forma que ele entendesse?Minha mãe percebeu que tinha algo errado quando eu fiquei "resenhando" antes de sentar na cadeira para tomar o café da manhã, mas não comentou nada.Novembro estava no final e no dia seguinte eu sabia o resultado do vestibular, já tinha me decepcionado de antemão.Meu irmão expulsou os hospedeiros de casa e se retirou da banda, uma decisão correta, a primeira em semanas e descobrira que poderia prestar uma prova em janeiro que poderia lhe fazer ir para a faculdade no mesmo ano que eu.Segunda feira chegou e para a nossa surpresa a nossa avó veio nos visitar junto com o Lit
Estava na maior folia quando o Noah entrou no meu quarto.Estranhei ele vir a minha casa, ainda mais numa segunda feira de manhã, ele deveria estar na faculdade:- Passei de semestre, então estou liberado, resolvi vir te visitar!- Passei no vestibular, agora preciso me matricular!- Já sabe o que vai fazer?- DireitoTinha tomado essa decisão durante uma madrugada que não conseguia dormir, abri um documento no bloco de notas e escrevi uma lista de motivos do porque queria fazer direito e do porque queria fazer comunicação.A lista de direito ficou muito maior, dei uma pesquisada sobre o assunto para ter certeza do curso e finalmente decidi.Para a minha surpresa, Noah começou a rir feito um louco e disse que sabia desde o dia que me conheceu que eu faria direito.Não entendi a graça e preferi manter a boca dele ocupada, fui até a porta e co
Minha avó permaneceu mais quatro dias em nossa casa, sexta feira, pedimos uma pizza e ela foi embora depois de saboreá-la conosco.Meu irmão se tornara um vagabundo ao longo da semana, acampou no sofá com seu cobertor na terça-feira e não saiu mais de lá.Faltava dois dias para a chegada de dezembro e o clima natalino invadia o planeta, inclusive a minha casa.Todo ano mamãe faz questão de fazer uma árvore gigantesca, enfeitar a casa toda e tocar o seu cd de músicas natalinas diariamente.Natália estava cada vez mais apaixonada por Caleb, é o primeiro natal que eu passo namorando e concordo que o clima fica bem romântico.Falando em avanços, Noah me apresentou á família dele na quinta-feira e eu como sempre quase estraguei tudo sendo extremamente atrapalhada.Mas também como saber que a mãe dele é intolerante à lactose? Fiz pizza caseira e cookies
No dia seguinte acordei me sentindo como se uma fila de caminhões tivesse me atropelado em alta velocidade, mas não podia negar que a energia do meu quarto estava bem melhor.Eu me sentia revigorada por dentro e por mais que quisesse ficar o sábado inteiro jogada na cama tinha um compromisso assustador me esperando.Apesar de sermos só eu, a minha mãe e o meu irmão praticamente jogados aqui em casa, acredite ou não, nós temos uma grande família cheia de tios, primos e esposas de primos.Minha mãe tem uma irmã, Michele, que é uma médica bem sucedida, orgulhosa e exibida.Trabalha como micro neurologista em um dos maiores hospitais da cidade.Minha tia sempre esnobou a minha mãe porque nós somos da classe média baixa e também porque minha mãe é “apenas” uma enfermeira.Então nunca entendemos o motivo da minha mãe fazer questão de ir na super festa de família de final
Não consegui raciocinar, quando vi a ISABELA já estava jogada no chão com o nariz sangrando e o Thiago tinha corrido para a porta.Não disse nada, apenas a encarei e saí andando calmamente, quando estava quase chegando na saída eu escuto um berro da Isabele:- Você esqueceu esse notebook fabricado em 2002 em cima da mesa, você não pode me machucar e sair imune.Então, do lado da minha mãe, ela jogou o meu notebook na piscina e a dita cuja que deveria me proteger continuou falando com as priminhas.- Bom saber que não posso contar com ninguém dessa família, nem com a minha própria mãe! – gritei com todo o fôlego.Noah já estava na porta acompanhando o barraco com a janela aberta. Entrei no carro e fiquei calada o caminho todo de volta para São Paulo.Cheguei em casa tão chateada que o Noah propôs que eu fosse ficar com ele por uns dias.Obviamente a
Acordei assustada, suspirei alto e isso acordou o meu namorado que dormia numa poltrona ao meu lado.Continuei no sofá apesar da insistência dele para que eu subisse para o quarto e dormisse na cama de casal.Aceitei o cobertor de bom grado e me encolhi no sofá, ainda não tinha caído à ficha de tudo que acontecera nas últimas horas.Larguei o celular na, agora, casa da minha mãe para evitar brigas e dramas desnecessários.Passei quase quinze horas dormindo direto e quando acordei, encontrei o Noah preparando um suco de laranja na cozinha.Quando me viu já veio perguntando se eu estava bem e queria que eu me sentasse de qualquer jeito.Essa mania de achar que sempre tinha algo errado estava me irritando profundamente.Comi as torradas e tomei o suco, já eram dez e meia da manhã, então resolvi assistir um pouco de televisão.Eu
Uma semana mais tardeAcordei sete e meia da manhã, a ansiedade me dava um nó direto no estômago.Noah estava desmaiado roncando feito um urso em plena hibernação.O tempo não estava nem muito quente, nem muito frio, a temperatura perfeita para se formar, virar a página, completar mais uma etapa da dura metamorfose.Apesar das insistentes ligações da minha mãe eu não estava pronta para perdoá-la, ainda!Faltavam apenas cinco dias para o Natal e, para a minha alegria, meu namorado não curte decoração natalina.Fui até a cozinha e bebi lentamente um copo de água fresca, metade água gelada, metade água em temperatura ambiente.Desde que levantei voo para encarar o mundo sozinha tenho tentado me equilibrar em tudo.Falando em equilíbrio os pais do Noah vieram aqui essa semana e acharam uma ótima ideia nós estarmos morando j
Estava com a minha roupa de formatura na fila, atrás do auditório, aguardando o meu nome ser chamado.Então, a garota da minha frente, Alanis, deu um gritinho estridente e saiu correndo em direção ao auditório. Meu celular vibrou:Vamos nessa, amiga, pegar nosso diploma e entrar na faculdade juntas!Li a mensagem rapidamente e enfiei o celular no bolso, então ouvi o meu nome. Agora não tem mais volta, dentro de alguns instantes pegarei meu diploma e o ensino médio será apenas uma lembrança.Olhei para a plateia e, apesar da nossa briga, estavam sentados ali: Thiago, mamãe, vovó, Noah e a minha madrinha, Patrícia.Sorri para a câmera e o flash estourou me cegando por alguns segundos. Fui cambaleante para o palco e sentei na cadeira. Nunca havia conversado com Alanis, mas no calor do momento ela desabafou:- Toda a minha família está aí, até meu irmão que mora da Filadélfia. E a sua f