Meus olhos se abriram lentamente, uma náusea repentina me fez querer sentar, mas braços me empurraram de volta para permanecer deitada. Uma dor insuportável havia tomado conta do meu abdômen.
Os dias se passaram assim: sem progresso na investigação e as minhas visitas iam embora ao anoitecer.No dia da alta quem estava comigo era Erick. Enquanto trocava de roupa, ele esperava no lado de fora do quarto.
Passamos primeiro em um mercado, o filho do dono nos passou o endereço de seu pai, que era quem cuidava do estabelecimento.O senhor nos ofereceu até mesmo um café, mas parecia um pouco nervoso com nossa presença.
Meu abdômen doía, mas Erick estava tão animado com a investigação que não poderia simplesmente abandoná-lo.—É engraçado — falou.
Abri meus olhos e diante de mim havia uma cortina que cercava toda a minha maca. Para variar estava em um hospital, pigarreei para chamar atenção, e, ao invés de uma enfermeira, foi Erick quem abriu a cortina.—Gosta de me assustar
Antes de largar o celular para me defender do primeiro golpe, ouvi a voz de Brito aos fundos:—Catarina! Faça-o admitir.
Dei o nome de Erick na recepção do hospital e a enfermeira apontou em direção a algumas macas escondidas por cortinas.Apressei meus passos até que ouvi sua voz:
Carla se posicionou em frente ao juiz e, então revelou:—Posso chamar a testemunha?
Suspirei profundamente. Queiroz sentou-se em sua cadeira. Meus olhos se focaram na luz que refletia em sua cabeça calva. Ele fitava o vazio em sua frente, seus óculos estavam repousados na gola da sua camisa. Ele foi o segundo a suspirar profundamente, estávamos exaustos de tanto pensar. Os outros rapazes permaneciam em silêncio, ninguém sabia o que fazer diante do ocorrido. Para ser mais exata, não se ouvia nada em toda a delegacia, nem mes