Cibele Semanas se passaram e eu não tive noticias do Keller, não é possivel que ele vá me deixar sem noticias assim, é tortura demais, não depois daquela noite na cabana, eu não vou deixar para lá. Sigo minha antiga rotina, treinando recrutas e nos dias de folga, acabo voltando até a cabana abandonada onde o cheiro do Keller ainda está, fraco, mas ainda tem o cheiro dele aqui. Passo horas sozinha lá, olhando para o nada, e quando finalmente me dou por satisfeita, me levanto e faço todo o caminho de volta para casa, entro, tomo meu banho e fico olhando pela janela, na esperança de que ele apareça, parece ridiculo, mas tenho feito isso, esperado por alguém que não sei se algum dia irá voltar. Michele me convida para ser sua dama de honra em seu casamento e saimos para escolher o meu vestido para usar, faço o meu melhor para não transparecer o vazio que estou sentindo longe dele, é como se me faltasse o ar. Me arrumo para o grande dia da minha melhor e unica amiga, ela está tão feliz,
Cibele Alfa Ricardo me conta como Keller foi mantido prisioneiro e como foi feito de cobaia em experimentos malucos, que o tornaram um hibrido, mas que ele não consegue controlar esse lado dele e que é muito poderoso, ele não consegue se lembrar de nada do que faz, e foi usado por muito tempo para assassinar e matar pessoas. Ele me conta também que Keller precisou de muitos tratamentos para tentar voltar a ser uma pessoa normal como ele era antes, mas que nunca conseguiu, seu apartamento foi todo reprojetado para ele, e conforme seu humor muda, o apartamento inteligente é completamente selado o prendendo lá, até que retorne a sua forma humana. Ele me leva até o apartamento dele, ele é o unico que tem a chave, e assim que ele abre fico chocada, tem marcas de sangue e de garras por todo o lugar, os móveis estão completamente destruidos e pelo jeito faz tempo que ele não vem aqui. _Como ele poderia viver assim? Falo chocada e com lágrimas nos olhos. _Eu não sei Cibele, eu tentei ajud
Cibele Após uma semana na matilha do sul, volto para casa, sem noticias de Keller, Alfa Ricardo ficou de me avisar se soubesse de algo antes da minha partida e espero mesmo que Keller volte logo, sinto falta dele. Passo meus dias em casa e dando voltas pela cidade, vai e volta vou até a cabana, andei perguntando se alguém sabia do dono daquele lugar, mais ainda não tive respostas, pedi ao meu pai que me ajudasse, que gostei de lá, e queria a cabana para mim, como um refugio. Mas ele me vem com aquela conversa de novo de casamento. _Já disse pai, não vai rolar outro noivado arranjado, o ultimo foi um desastre, desiste disso, eu estou ótima sozinha. _Não, não está não Cibele, eu vou encontrar alguém que te respeite e seja seu par escolhido. _Pai eu não quero um marido, já chega dessa historia, você está sozinho até hoje e está muito bem. Falo tentando por fim na discussão mas, _Eu preciso saber que você terá alguém quando eu morrer Cibele, não quero que você fique no mundo sozinha
Cibele Olho para o doutor que pergunta. _Se lembra do seu ultimo ciclo? Ainda confusa respondo. _Na verdade não doutor, Falo pausando tentando processar ainda o que acabei de ouvir. _Então faremos mais exames para saber mais tudo bem? E Parabéns pelo bebê. _Obrigada, Digo sem graça ao doutor que sai me deixando com meu pai, com a maior cara de bravo. Meu pai põe a mão na cintura e me olha nervoso. _Que história é essa de gravidez Cibele? _Eu sei tanto quanto você agora, meu pai passa aos mãos pelo cabelo e diz. _Como?... Quando?... Ou melhor com quem você dormiu? Me lembro da noite com Keller na cabana e coloco a mão na boca relembrando nossa noite. _Cibele? Me responde, meu pai pergunta inquieto, respiro fundo e digo. _Com Keller, na noite em que eu fui deixada no altar, respondo com sinceridade. Meu pai surta com a minha fala. _Primeiro ele te rejeita, e agora você me diz que ele veio ao casamento que não aconteceu, e por fim, não te assumiu, e ainda te deixou para trá
Cibele Já faz alguns meses desde que soube da minha gravidez no hospital, minha barriga já está enorme. Por várias vezes tentei contatar o Keller para falar do bebê, mas é em vão, o Alfa Ricardo nunca mais teve noticias dele, desde que eu fui lá, e os espiões dele ainda procuram ele por todos os lados. Meu pai me ajuda a pintar o quarto do bebê, é um menino, e pintamos e reformamos tudo para a chegada do bebê, um berço já está bem no meio do quartinho, com uma poltrona do lado e um tapete bem fofinho que cobre quase o quarto todo, uma estante embutida na parede foi feita pelo meu pai, para colocar os brinquedos e alguns livrinhos de histórias, do outro lado um guarda roupas com todas as roupinhas do bebê já compradas. Olho tudo admirada, meu pai parece ter se acostumado com a ideia de que eu serei mãe solteira, ele passou semanas atrás do Keller, querendo a cabeça dele, mas sei que ele não tem culpa, tenho certeza que se ele soubesse do bebê estaria aqui. Agora que estou grávida, p
Cibele Os nossos três primeiros meses não foram nada fáceis, o bebê é um anjinho, mas o cansaço de estar tanto tempo acordada me doando 24h por dia ao serzinho que precisa de mim, é exaustivo, mas não mudaria nada, ele é perfeito, Meu Samuel, ele tem os olhos do pai, e isso me lembra todos os dias que o Keller está perdendo tudo isso, está perdendo nossos momentos com o filho dele, ah como eu queria que ele estivesse aqui. Abraço meu bebê enquanto ele dorme e o coloco no seu berçinho, alisando seu rostinho lindo e perfeito. 2 ANOS DEPOIS Keller Finalmente encontro uma pista sobre uma bruxa que pode me ajudar, procuro por ela em todos os cantos, até chegar numa ilha remota no meio do nada, paro o barco e analiso bem o lugar antes de descer, parece deserto e faz muito tempo que ninguém vem aqui. Amarro o barco e sigo andando pela mata até encontrar uma cabana dentro de uma árvore, bato na porta e logo ela se abre sozinha, espio por dentro e vejo uma velha de cabelos brancos com uma
Cibele Após almoçar com Samuel, tomamos sorvete caminhando pela praça até chegar no parquinho, onde me sento num banco e fico observando ele brincar com outras crianças. É incrivel como o tempo passa rápido, meu pai ficou de nos encontrar aqui para irmos todos juntos para casa, assim dá tempo dele gastar toda a sua energia antes de voltarmos. Fico admirando meu primogenito e vendo as semelhanças dele com o pai, seu cabelo liso e pele clara e seus olhos verdes vibrantes como os do pai. Assim que meu pai chega, saimos os três de mãos dadas até em casa, assim que chegamos na frente do portão sinto um cheiro, o cheiro inebriante que me consome inteira, olho em todas as direções mas não o vejo, mas não acho que seja coisa da minha cabeça. _Pai, entra com Samuel ok, eu entro já. meu pai me olha confuso mas pega nas mãos do Samuel e entra. _Vamos tomar banho rapazinho, você está igual um porquinho, meu pai fala para Samuel e os dois entram rindo. Olho de novo a minha volta mas nada, ac
Cibele _Sim, falo sorrindo _Sim, ele é seu filho. Keller abre o maior sorriso que eu já vi e me abraça me deitando de volta na manta. _Obrigado! Ele diz e eu começo a sorrir. _Eu sei que vai ser dificil mas a gente pode encontrar um jeito juntos. tá?Vejo Keller respirar fundo _Eu vou tentar de todas as maneiras possíveis e o que for preciso para ter vocês ao meu lado, eu prometo. Dou um beijo nele e digo. _Eu sei meu amor. _Eu vou ter que voltar para a matilha do sul, vou conversar com o meu irmão, ver se consigo de algum jeito o feitiço que eu preciso, sem ter que pagar por esse preço alto. _Ok, Concluo. Retomamos nosso beijo e ele me pergunta. _Como ele é? Me fala do que ele gosta. Sorrio e digo. _O nome dele é Samuel, ele tem 2 anos agora e é cheio de energia, você vai adorar conhecer ele. Keller fica surpreso com o que eu digo. _Você vai me deixar conhecer ele? _É claro que sim, Keller, ele é seu filho e ele precisa conhecer o pai. Passamos a noite juntos no nosso