Os alunos formavam filas indianas no pátio, separados de acordo com a turma parecendo uma tropa do exército. Em um palco montado, a coordenadora da escola fazia um discurso sobre o objetivo por trás do concurso de beleza. Theodore sentia-se ansioso de alguma forma olhando de relance para a fila do primeiro ano, onde podia enxergar Lilian. A garota acenava docemente de longe, aumentando o nervosismo de Theodore.
O objetivo do concurso era promover o time de vôlei durante as eliminatórias, mostrando para o público o quão divertido era estudar em Montreal. Uma propaganda gratuita basicamente. Quando Lilian havia comentado sobre um festival que sucederia o concurso, imaginava algo completamente diferente do que a festa junina aberta para o bairro.
De toda forma os objetivos foram concluídos. O primeiro ano realizou a torcida chamando atenção dos estudantes de outra classe, e quando acontecera as finais, M
As férias de inverno começaram no final de junho logo após a semana de provas finais. Se antes Theodore reclamava do cansaço por ter de ajudar o seu time a criar estratégias para as regionais, agora o cansaço triplicara. Para sair de férias mais cedo o garoto se enfornara no quarto e na biblioteca da escola para evitar ficar de recuperação.E conseguira!Seus dias de descanso só não eram recheados de preguiça e pijamas pois tinha exames pré natal para fazer. E Gabriel sempre o acompanhava, independente da hora e da data. Um companheirismo surgia ali fortalecendo a relação entre eles. É claro que como todo casal Gabriel e Theodore também brigavam, no entanto nunca ficavam guardando mágoas. Sempre se resolviam quando a raiva passasse.Mesmo que a briga fosse por um mero chocolate que Theodore quisesse comer e Gabriel o restringisse por j&aa
Gabriel era uma pessoa paciente quando o assunto era Theodore. Sempre o observando, atento em como reage com as situações para estar do seu lado e ajudá-lo.Só que isso não significava que ele também não estivesse assustado em ser pai tão jovem.Ver Theodore mal falar sobre a gestação como se a negasse deixara bem claro para Gabriel o quão incomodado ele estava. Até mesmo a relação entre eles mudara, já que o alfa estava preocupado em manter o seu ômega saudável o que parecia incomodar Theodore. Apesar do terror que era ser pai tão novo, Gabriel não retrocederia de maneira alguma.Não se deixaria abalar, pois assumiria a responsabilidade de cada ato seu.Por isso encontrara um emprego para suas férias de inverno, guardando o dinheiro para aquela vida que viria dali três meses. Mesmo que fosse
Era apenas o meu primo. O título da história que Theodore escolhera para ler na comunidade de web novela fake do Orkut tinha um enredo interessante apesar de mau escrito. E para sua surpresa, a personagem principal passava pela mesma situação que ele ao engravidar na adolescência, apesar de haver o agravante do pai da criança ser o primo dela.Histórias como aquelas geralmente não chamavam a atenção do ômega, mas por algum motivo aquela era popular entre os leitores e parecia chamá-lo para ser lida.E como precisava de alguma coisa pra afastar os pensamentos da discussão que tivera com Gabriel, a história acabara ganhando sua atenção.Para sua surpresa não havia se debulhado em lágrimas depois de ter entrado em casa. As palavras de Gabriel permaneciam intactas em sua memória, como um quebra cabeça de mil peças prestes a
— Mas que pouca vergonha é essa, Gabriel?A voz estridente do Senhor Jones assustara Theodore. Diante de seus olhos um deja vu acontecia, provando experienciar uma situação semelhante a de um ano atrás. Estava em um quarto com um alfa, o beijando e sendo pego pelos pais dele. Será que as consequências também seriam as mesmas?Tendo aquele homem encará-lo furiosamente causara náuseas no ômega, que se agarrara no braço do namorado. O que deveria fazer naquele momento? Pedir desculpas? Deixar que Gabriel resolvesse a situação? Não fazia ideia do que o Senhor Jones pensaria de si naquela primeira impressão. Seu comportamento fazia o senhor espreitar os olhos para si, não parecendo muito contente em ver seu filho aos beijos com outro rapaz.— Quem é esse moleque? — Rosnava o pai, respirando fundo aspirando aquele cheiro adocicado, fra
— Fala ae Mano! Ainda tá por aqui?— Os negócios da cooperativa já estão quase terminando, mas eu não te liguei pra isso. — Dizia Jake estando poucos metros de distância do carro, onde a porta aberta mostrava Theodore bebendo água e perdido em pensamentos. — Eu tava voltando pra casa do meu amigo e encontrei Theodore jogado na rua.— Theodore? Você fala como se fosse um cachorro de rua qualquer. Explica melhor isso aí.— Eu também não entendi, mano. Virei a esquina com o carro e ele tava jogado na rua. Ele diz que não quer ir pra casa, mas to ficando preocupado porque parece ter se machucado.—Eita caralho! Tá com ele ainda aí?— Sim, estou duas ou três quadras pra cima da casa do Theo. Pode vir aqui dar uma mão?—Es
O braço que envolvia o ombro de Theodore estava quente. O peito subia e descia em suas costas, e seus ouvidos captavam a respiração ofegante. Virando a cabeça, o ômega tinha a certeza de que Gabriel estava febril. Ainda assim, saíra de casa ao perceber um alfa tentando roubar seu ômega.Justo no instante em que deitara na cama para descansar, ouvira aquele barulho irritante de algo batendo contra sua janela. E ao ver o que raios estaria acontecendo, seus olhos captaram aquele alfa prestes a beijar Theodore. Saíra em disparada pela casa, ignorando seu pai o chamando para não se envolver. Apenas movido pela raiva da ousadia daquele Jake.Se Theodore não estivesse em seus braços, e seu corpo pesado como chumbo, Gabriel entraria na sua primeira briga ali mesmo.Seus olhos castanhos fuzilavam furiosamente Jake Mckenzie, que mantinha um sorriso prepotente na face. Mesmo que Theodore se virasse
Uma semana havia se passado desde o ocorrido. Logo as férias de inverno se encerrariam o casal precisando se preparar para os próximos três meses até a chegada do bebê.Gabriel e seu pai pararam de se falar, tendo o alfa praticamente morando com a família Moss. Apesar de toda confusão armada, a Senhora Jones conhecera Aline e ambas se mostraram avós babonas que gostam de comprar roupas de bebê. Longe do marido Miriam, a mãe de Gabriel, se soltava passando a sorrir mais. Não que não o fizesse perto do marido, mas dificilmente poderia encher Gabriel de perguntas sobre o estado de Theodore e do neto na presença do esposo.Naquele último final de semana das férias, Miriam convidara Theodore e Gabriel para um pequeno passeio. Não contara a eles para onde iriam, apenas pedira que levantassem cedo, pois, visitariam alguém.Theodore já havia ca&iacu
3 meses depoisA primavera havia retornado para aquela cidade, as tabebuias amarelas já estavam florescendo belamente naquele final de semana formando uma passarela natural para os quatro jovens sentados na cafeteria. Estavam concentrados escrevendo algo no papel, cobrindo as palavras com seus braços para que o outro não espiasse. Roubar ideias eram terminantemente proibido naquele jogo.Lilian preparava as bebidas junto de Sam atrás do balcão, balançando a cabeça somente se mantendo como uma mera espectadora daquela reunião.— Parecem que estão fazendo uma prova. — Comentara Sam em um sussurro, sem tirar os olhos daqueles quatro.— É quase isso. Ah, pega o granulado, o querubim adora.Sam arqueava a sobrancelha abrindo um sorriso brincalhão.— Como é que se diz?Corando levemente, Lilian olhava em volta antes de dar um