Amélia Alder– Que tipo de cláusula idiota é essa? Que história é essa que devo te obedecer? – questiono lendo o contrato. Há muitas cláusulas e eu não entendo a maioria das coisas que está escrita aqui, mas essa foi meio impossível de não notar.Jantamos e agora estamos na sala, a lareira está acesa, estamos tomando vinho e discutindo o contrato.– Você pode desconsiderar essa, então – Maximus diz girando a taça de vinho calmamente e tomando um gole longo.– Está tentando ser bonzinho comigo? Se for essa a sua intenção, não vai funcionar muito.– Não estou tentando ser bonzinho, apenas estou aceitando uma derrota – arqueio a sobrancelha para ele em um questionamento mudo. – Você nunca me obedeceria.Eu nunca o obedeceria.– E você está bem com isso?– Contanto que não me traga problemas.– Eu jamais faria isso. – continuo lendo em silêncio e levanto as sobrancelhas ao encontrar algo interessante. – Eu tenho direito a sua fortuna, isso é sério?– Sim, após um ano de casamento você ter
Maximus SilverA princípio, penso que estou sonhando. Para mim essa seria a única explicação plausível para a mulher que me dirigiu um olhar mortal 24h atrás estar por cima de mim de uma forma tão confortável. Nossos narizes estão se tocando e eu me sinto tenso por baixo dela.– O que você está fazendo? – Sussurro e coloco as mãos na cintura dela a fim de tirá-la de cima de mim, mas o toque me faz perceber que é a primeira vez que estou tocando ela livremente.– Não sei – Amélia murmura próxima a minha boca, próxima demais para se arrepender. Quero impedi-la, mas ela está me olhando tão decidida de si que eu perco todas as minhas forças. É a primeira vez em muito tempo que eu vejo uma mulher me olhar com tanta intensidade.Assim que os lábios dela tocam os meus, eu sinto meu coração acelerado como se eu tivesse corrido uma maratona. Amélia me morde os lábios e eu gemo, aperto as mãos em sua cintura e a puxo para mim, de forma que nossos corpos ficam colados.Aprofundo o beijo e sinto
Amélia AlderDuas semanas se passaram desde que eu vergonhosamente subi em cima de Maximus e o beijei como uma devassa faria. Meu subconsciente tinha esperança de que fosse apenas um sonho molhado, mas no outro dia quando acordei, eu me lembrava de tudo com detalhes demais e havia as marcas na minha pele para provar que eu realmente tinha feito tudo aquilo. É claro, como toda mulher faria, eu coloquei a culpa na bebida e fingi que não me lembrava de nada que havia acontecido na noite anterior. Não tenho certeza se Maximus aceitou, mas ele também não tocou mais no assunto e ficou por isso mesmo, tirando uma marca que deixei em seu pescoço que fui obrigada a ver por quase uma semana até ela sumir por completo. Então, faz quinze dias agora que nosso contato se restringe apenas a hora do jantar e demonstrações falsas de afeto na frente dos empregados, momento em que eu tremo apenas por segurar na mão dele ou ficar próxima demais. Nós não conversamos, não perguntamos nada um ao outro e fa
Maximus SilverTrabalhei igual um condenado hoje. Na verdade, faz duas semanas que eu tenho trabalhado mais do que trabalhei nos últimos anos, acho que eu nunca segui uma carga horária tão pesada, tenho quase certeza que estou beirando as 10 horas de trabalho todos os dias. Acordo muito cedo todos os dias, observo Amélia dormir por alguns minutos e então me levanto, tomo banho, belisco alguma coisa e saio antes que ela acorde. Basicamente, estamos nos evitando mesmo morando sobre o mesmo teto, o que devo confessar, não me agrada nem um pouco. Precisamos resolver essa situação urgentemente, estou sendo obrigado a trabalhar como louco a fim de não pensar naquela noite, mas estou falhando miseravelmente. Qualquer mínimo descanso da minha mente já estou lá, de volta a minha cama, revivendo os beijos e carícias que trocamos. Eu não entendia como alguém poderia se sentir usado até a manhã seguinte ao nosso momento, onde Amélia fingiu que nada havia acontecido mesmo eu tendo ciência de que
Amélia Alder– Onde você aprendeu a fazer isso? – Maximus geme e eu dou um meio sorriso, concentrada na massagem.– Meu pai trabalhava pesado todo dia, então eu fiz um curso grátis de massoterapia numa daquelas fundações que oferecem diversos cursos gratuitos para cuidar das dores dele em casa, afinal fisioterapeutas são caros. Claro, não era nada aprofundado, apenas o básico mesmo, mas funcionava bem para o meu pai – por um tempo tive a esperança de trabalhar com isso, claro, se tornou um sonho distante quando não consegui o certificado.– Compreendo.– Como estão as suas costas?– Bem… a dor diminuiu pela metade agora.– Isso é alguma coisa, certo? Estou quase terminando.Eu sei que não estávamos nos falando a muitos dias e eu pretendia continuar ignorando a presença dele, mas não consegui ficar quieta ao ouvir ele se remexer na cama a todo instante com grunhidos e gemidos. Tenho um fraco por pessoas feridas.– Acabei – digo 15 minutos depois. – Nossa, você está praticamente besunta
Amélia Alder– Vejo que está bem despreocupada agora que somos amigos, está até me abraçando.Pulo da cama ao ouvir a voz de Maximus e vou parar na outra ponta do colchão. – O que está fazendo aqui? – pergunto me cobrindo com o cobertor ao ver o homem deitado em seu lugar de costume, o rosto inchado e os cabelos bagunçados.– Eu moro aqui? – ele diz numa pergunta retórica.– Eu sei que você mora aqui, mas essa hora você normalmente já saiu para trabalhar.– Ah, isso? Eu estava saindo cedo por causa de você, já que não estávamos nos falando, era bem melhor não nos encontrarmos na hora do café da manhã. Além do mais, não vou para o Casino hoje – ele diz se sentando e alongando os braços.– Alguma ocasião especial?– Bem, ficar o dia inteiro sentado na cadeira de um escritório não é o melhor tipo de fisioterapia para as minhas costas, então vou ficar em casa hoje com você. Pensando bem, depois preciso voltar a malhar, se eu estivesse em forma não sentiria tanta dor – ele diz dando a vol
Maximus Silver– Parece que está tudo bem com você, não há nenhuma fratura e nenhuma costela quebrada, a dor vai passar com um pouco de repouso e descanso da sua parte. Vou passar alguns remédios para ajudar com a dor.– Obrigada doutor – digo aliviado. Assim que cheguei ao hospital, fui encaminhado a sala de raio-x para checar o estado dos meus ossos e estou aliviado que não preciso me preocupar com uma possível complicação no futuro.– Como vai a sua insônia? Você ainda toma os remédios? – o doutor pergunta. O Dr. O’Connor é o pai de Andrew e é meu médico particular a muitos anos, ou seja, conhece todos os meus problemas.– Insônia? Remédios? Não, não tenho precisado deles – na verdade, até esqueci que tinha insônia. Quando foi que regulei meu sono? Não me lembro.– Talvez seja por causa da sua noiva aqui. Andrew me contou sobre o seu noivado, quero desejar os parabéns e felicidades. Nada se compara ao amor na vida de um homem – ele diz com um sorriso e eu consigo ver a careta no ro
Amélia Alder– Como foi que eles descobriram tão rápido? – questiono incrédula enquanto leio a manchete sensacionalista no meu celular:“Maximus Silver foi flagrado no Shopping acompanhado de uma mulher. Seria o novo affair do empresário? Uma amiga íntima? Testemunhas afirmam que a mulher é suposta noiva. Será que o coração do solteiro mais disputado dos Casinos de Las Vegas foi finalmente fisgado?”Abaixo da manchete, há uma foto nossa de mãos dadas andando no shopping, as mãos livres atoladas de sacolas de compras de coisas que não preciso, mas Maximus insistiu em comprar para mim.– Era só questão de tempo. Eu já estava preparado – Maximus diz entrando na garagem da mansão e estacionando. Acho que aqui é o único lugar que eu nunca vim antes.– Você estava, eu não. Podia ter me contado, não acha? – retiro a trave do cinto de segurança e saio do carro logo depois dele.– Achei que você poderia ficar nervosa ao saber que poderia ser fotografada, então omiti para você não ter um ataque