Amélia AlderAcordar e sentir a sensação macia da seda em sua pele foi como estar num sonho de verão, aqueles onde a gente não quer acordar nunca e quer ficar dormindo para sempre, mas como todo sonho bom, ele acaba um dia. Felizmente (ou talvez infelizmente?), o meu sonho de verão não tinha data para acabar, o que eu definitivamente não sei se é bom ou ruim.– Eu deveria me acostumar com essa vista? – murmuro me sentando na cama e olhando pela janela de vidro a cidade a frente. A imagem é realmente bonita.Fico sentada na cama e presto atenção para ver se ouvi algum barulho, mas nada pode se ouvir, o que me faz constatar que Maximus não está aqui. Pela altura do sol, já está bem tarde.Passo a mão no lugar dele e o sinto frio, então faz muito tempo desde que ele saiu da cama. Essa foi a minha primeira noite dividindo a cama e eu não tenho absolutamente nada a declarar, a cama é tão grande que eu simplesmente esqueci que ele existia e ele também não tocou em mim a noite inteira, o que
Amélia Alder Maximus fecha a porta do closet e eu fico encarando a mesma por alguns segundos sem entender. O cara vai simplesmente se trancar no closet assim, subitamente? Ele é um pouco estranho as vezes. Ando para o banheiro o mais rápido que posso e antes de tomar banho, lavo as mãos com bastante sabonete e esfrego bem na esperança de tirar a sensação de formigamento que estou sentindo. Maximus me pegou desprevenida ao pedir para darmos as mãos e eu senti como se o meu coração fosse sair pela boca de tão nervosa que fiquei ao estar tão próxima dele. Agora, sabendo que precisamos fingir na frente dos funcionários, estarei pronta da próxima vez. Tomo um banho rápido e assim que passo no espelho do banheiro tomo um pequeno susto ao olhar meu reflexo. Agora entendo porque Maximus falou sobre o sol, minhas bochechas estão muito vermelhas e o meu corpo bem bronzeado de forma que é possível ver a marca do biquíni. Passei tanto tempo na água e no sol que nem mesmo percebi que estava fica
Maximus Silver Caminho tranquilamente para fora do quarto, puxo a chave que peguei e abro a porta do meu escritório. Preso lá dentro, me permito fechar os olhos e respirar fundo por um momento. Meu corpo está reagindo a proximidade com Amélia e eu não consigo controlá-lo de forma alguma, parece que minha mente e meu corpo estão numa disputa acirrada para ver quem vai ganhar.Passo as mãos pelo cabelo e, inconscientemente, a minha mente me leva a onde eu estava minutos antes, próximo a ela e acariciando seu corpo seminu. – Como uma lingerie rosa poderia parecer algo além de virginal? – murmuro para mim mesmo e quando percebo o que digo, dou dois pequenos tapinhas no meu rosto. – Controle-se, não é hora para isso.Mexo nas gavetas e na última, encontro o contrato que foi assinado cinco anos antes, quando o pai de Amélia ainda estava vivo. Saio do quarto tão imperturbável quanto entrei e desço as escadas em direção a sala de jantar.– Não tenho visto você no Casino, está atolado em tra
Amélia Alder– Que tipo de cláusula idiota é essa? Que história é essa que devo te obedecer? – questiono lendo o contrato. Há muitas cláusulas e eu não entendo a maioria das coisas que está escrita aqui, mas essa foi meio impossível de não notar.Jantamos e agora estamos na sala, a lareira está acesa, estamos tomando vinho e discutindo o contrato.– Você pode desconsiderar essa, então – Maximus diz girando a taça de vinho calmamente e tomando um gole longo.– Está tentando ser bonzinho comigo? Se for essa a sua intenção, não vai funcionar muito.– Não estou tentando ser bonzinho, apenas estou aceitando uma derrota – arqueio a sobrancelha para ele em um questionamento mudo. – Você nunca me obedeceria.Eu nunca o obedeceria.– E você está bem com isso?– Contanto que não me traga problemas.– Eu jamais faria isso. – continuo lendo em silêncio e levanto as sobrancelhas ao encontrar algo interessante. – Eu tenho direito a sua fortuna, isso é sério?– Sim, após um ano de casamento você ter
Maximus SilverA princípio, penso que estou sonhando. Para mim essa seria a única explicação plausível para a mulher que me dirigiu um olhar mortal 24h atrás estar por cima de mim de uma forma tão confortável. Nossos narizes estão se tocando e eu me sinto tenso por baixo dela.– O que você está fazendo? – Sussurro e coloco as mãos na cintura dela a fim de tirá-la de cima de mim, mas o toque me faz perceber que é a primeira vez que estou tocando ela livremente.– Não sei – Amélia murmura próxima a minha boca, próxima demais para se arrepender. Quero impedi-la, mas ela está me olhando tão decidida de si que eu perco todas as minhas forças. É a primeira vez em muito tempo que eu vejo uma mulher me olhar com tanta intensidade.Assim que os lábios dela tocam os meus, eu sinto meu coração acelerado como se eu tivesse corrido uma maratona. Amélia me morde os lábios e eu gemo, aperto as mãos em sua cintura e a puxo para mim, de forma que nossos corpos ficam colados.Aprofundo o beijo e sinto
Amélia AlderDuas semanas se passaram desde que eu vergonhosamente subi em cima de Maximus e o beijei como uma devassa faria. Meu subconsciente tinha esperança de que fosse apenas um sonho molhado, mas no outro dia quando acordei, eu me lembrava de tudo com detalhes demais e havia as marcas na minha pele para provar que eu realmente tinha feito tudo aquilo. É claro, como toda mulher faria, eu coloquei a culpa na bebida e fingi que não me lembrava de nada que havia acontecido na noite anterior. Não tenho certeza se Maximus aceitou, mas ele também não tocou mais no assunto e ficou por isso mesmo, tirando uma marca que deixei em seu pescoço que fui obrigada a ver por quase uma semana até ela sumir por completo. Então, faz quinze dias agora que nosso contato se restringe apenas a hora do jantar e demonstrações falsas de afeto na frente dos empregados, momento em que eu tremo apenas por segurar na mão dele ou ficar próxima demais. Nós não conversamos, não perguntamos nada um ao outro e fa
Maximus SilverTrabalhei igual um condenado hoje. Na verdade, faz duas semanas que eu tenho trabalhado mais do que trabalhei nos últimos anos, acho que eu nunca segui uma carga horária tão pesada, tenho quase certeza que estou beirando as 10 horas de trabalho todos os dias. Acordo muito cedo todos os dias, observo Amélia dormir por alguns minutos e então me levanto, tomo banho, belisco alguma coisa e saio antes que ela acorde. Basicamente, estamos nos evitando mesmo morando sobre o mesmo teto, o que devo confessar, não me agrada nem um pouco. Precisamos resolver essa situação urgentemente, estou sendo obrigado a trabalhar como louco a fim de não pensar naquela noite, mas estou falhando miseravelmente. Qualquer mínimo descanso da minha mente já estou lá, de volta a minha cama, revivendo os beijos e carícias que trocamos. Eu não entendia como alguém poderia se sentir usado até a manhã seguinte ao nosso momento, onde Amélia fingiu que nada havia acontecido mesmo eu tendo ciência de que
Amélia Alder– Onde você aprendeu a fazer isso? – Maximus geme e eu dou um meio sorriso, concentrada na massagem.– Meu pai trabalhava pesado todo dia, então eu fiz um curso grátis de massoterapia numa daquelas fundações que oferecem diversos cursos gratuitos para cuidar das dores dele em casa, afinal fisioterapeutas são caros. Claro, não era nada aprofundado, apenas o básico mesmo, mas funcionava bem para o meu pai – por um tempo tive a esperança de trabalhar com isso, claro, se tornou um sonho distante quando não consegui o certificado.– Compreendo.– Como estão as suas costas?– Bem… a dor diminuiu pela metade agora.– Isso é alguma coisa, certo? Estou quase terminando.Eu sei que não estávamos nos falando a muitos dias e eu pretendia continuar ignorando a presença dele, mas não consegui ficar quieta ao ouvir ele se remexer na cama a todo instante com grunhidos e gemidos. Tenho um fraco por pessoas feridas.– Acabei – digo 15 minutos depois. – Nossa, você está praticamente besunta