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Vida que segue

Maria -

Eu gostei muito desse novo trabalho, além de paga super eles me deixaram muito à vontade para trabalhar, tirando o Eduardo tudo foi muito tranquilo, eu acho que ali eu vou fiar por muito tempo, é difícil encontrar uma casa que as pessoas te tratem bem.

Depois de uma viagem de uns 40 minutos em pé no ônibus, finalmente cheguei em casa e hoje minha mãe está com uma carinha bem melhor, está sentadinha vendo tv, eu fico mais tranquila quando eu a encontro assim, agora vou preparar a dieta dela, pois ela tem que comer comida fresquinha, eu faço a dieta de manhã antes de sair para o almoço e quando chego faço a da janta, tiro minha mochila e coloco no cantinho e vou no banheiro lavar minha mão, volto e dou um beijo em minha mãe que sorrir pra mim e me abençoa, vou para nossa pequena cozinha improvisada e começo a fazer a dietinha dela, faço uma sopinha de legumes com pedacinhos de frango, pois ela não pode comer nada com muita gordura e carne vermelha ou de porco nem pensar, comidinha pronta, vou ajudar minha mãe tomar banho, ela está bem debilitada, então eu peço ela que me espere para tomar banho.

A levo para o banheiro bem devagarinho, faço tudo no tempo dela, pois ela não aguenta muito tempo em pé e nem andar muito rápido, no banheiro eu coloquei uma cadeira de improviso para ela tomar banho, a sento e ajudo a tirar a roupa e ligo o chuveiro e ela entra e começa a tomar banho, eu tenho muito prazer em cuidar de minha mãe, apenas retribuo tudo que ela já fez por mim, sabe o que me dói muito é ver minha mãe assim tão debilitada, o único lugar que ela vai é para o hospital, pois não tenho condições de sair sozinha com ela, eu consegui inscrever ela no programa da prefeitura, eles vem buscar ela em casa para ir para fazer o tratamento, se não fosse isso eu não sei como eu faria, pois não teria como levar ela para fazer hemodiálise, ela duas vesses na semana, segunda e sexta.

Acabo de dar banho na minha mãe, a sequei e ajudei ela se vestir com a camisola e levei ela pra cama e fui buscar a dietinha dela, dei na boca dela, sempre que estou em casa eu gosto de mimar minha mãe, quando eu terminei fui tomar um banho e comi algo e fui me deitar, amanhã eu tenho uma faxina lá na tijuca, estou cansada e logo peguei no sono.

Acordei bem cedinho, fiz tudo rapidinho e preparei minha marmita, arrumei minha bolsa, preparei o café de minha mãe e fui me arrumar, acabei de me arrumar fui na cama dei um beijo em minha mãe e avise pra ela não esquecer de tomar os remédios que já estão arrumados na pequena mesinha do lado da cama e fui para o ponto esperar meu ônibus.

Hoje meu dia não vai ser fácil, lá nesse apartamento da Tijuca é muito trabalho, os meus patrões saem tarde de casa e eu só consigo começar o trabalho depois que eles saem, mas eles exigem que eu chegue as 8:00 da manhã, e fique lá olhando para cara deles e lavando louça toda hora, tem horas que é um saco aguentar algumas pessoas, mas eu preciso, então eu tenho que aguentar.

Eduardo -

Brincadeira isso que minha mãe fez comigo, passei no Rh e peguei meu bilhete de passagem nem sei bem como é que se usa isso e nem onde eu apresento isso para entrar no ônibus, e falando em ônibus onde será que eu pego um que me leve par casa, cara isso é muita sacanagem, de carro eu ando tudo, mas eu nunca peguei um ônibus se quer em minha vida, mas se eu vacilar a coisa pode piorar pra mim, mas acho que eles não teriam coragem de me colocar realmente para fora de casa como eles falaram, minha mãe é mais durona que meu pai, meu pai mais fala do que faz, já minha mãe ela faz e não fala, esse é o meu medo, ela é muito explosiva e meu pai acaba apoiando ela em tudo, então numa dessa pode acabar sobrando pra mim, então por enquanto vou andar na linha, quer saber vou andando pela rua a procura de um lugar para pegar um ônibus, e até agora não passou um se quer por aqui, será que tem ruas específicas para eles circulares, paro numa banca de jornal e pergunto onde é que pego um ônibus e o cara me disse que na outra rua passa um ônibus que pode me deixar próximo a minha casa.

Segui pelo caminha que ele me ensinou e tinha um negócio escrito parada de ônibus e fiquei ali esperando o ônibus com o número que ele me falou, sei lá quanto tempo fiquei ali esperando até que o maldito do ônibus apareceu, fiquei esperando-o parar, mas a desgraça passou direto, será que o motorista não me viu aqui parado, que raiva agora não sei, mas quanto tempo eu vou ter que esperar para passar o próximo, é hoje que eu chego em casa, custava minha mãe ter me dado uma carona? Acho que não né, além dela me fazer passar a tarde toda em pé fazendo milhões de coisas, agora inda me largou aqui nesse lugar horrível, esperando uma praga de ônibus que passa de hora em hora, ela só pode estar brincando com minha cara, começo a prestar atenção em outras pessoas para ver se tem que fazer alguma coisa para o ônibus parar, porque só ficar parado aqui não funciona, percebi que as pessoas levantam as mãos como se estivessem pedindo carona, e uns 40 minutos depois lá vem outro ônibus, faço igual as outras pessoas e estico o braço como se tivesse pedindo carona e num é que funciona mesmo.

entrei no ônibus e o motorista ficou esperando olhando para minha cara, o que eu tenho que fazer, lembrei do cartão que eu peguei no Rh, peguei e mostrei pra ele, que todo grosso me mandou encostar numa espécie de máquina e logo em seguida apareceu passe e eu passei na roleta, que louco que é andar nisso como balança kkkkk, parece que estou num parque de diversão, o motorista corre feito louco e cada vez vai entrando mais pessoas e um encostado no outro, só jesus na causa, isso aqui não é pra mim mesmo, o ônibus da várias voltas passa por vários bairros até que percebo que estou próximo a minha casa, assim que ele parar eu vou descer.

E assim que o ônibus parou eu desci, meu Deus eu preciso do meu carro o mais rápido possível, como as pessoas aguentam isso todos os dias, vou andando devagar, estou mesmo muito cansado, logo chego no condomínio onde eu moro assim que seu Zé me ver abre o portão pra mim que continuo em passos lentos, estou doido para tomar um banho e me jogar na cama.

Quando entro em casa meus pais estão sentados na sala com taças de vinho nas mãos e parecem estar se divertindo porque estão sorrindo, entro e dou boa noite para os dois e continuo andando, mas aquela vozinha que me atormentou por toda tarde me faz parar no meio do caminho.

- E aí meu filho como foi seu primeiro dia, gostou?

- É sério mamãe?

- Meu filho eu só quero que você entenda que tudo isso é para seu bem;

- Meu bem? Olha a hora que eu estou chegando, custava a senhora me dar uma carona;

- Custava sim, se você continuar tendo vida boa, não vai aprender nunca;

- Mãe, pelo amor de Deus libera pelo menos meu carro, eu prometo que ando na linha, só não me faça mais pegar aquele ônibus lotado;

- Faço por merecer e eu te devolvo;

- Tudo bem mamãe, você vai se surpreender, eu vou te provar isso;

- É isso que eu espero, meu querido;

Meu pai assiste tudo calado, como pode isso minha mãe o domina de uma tal forma que eu não consigo entender, duvido que eu deixe uma mulher mandar em mim, como minha mãe faz com meu pai, ele sempre diz que isso é amor, cumplicidade, pra mim isso é idiotice mesmo, resolvo encerrar o assunto e ir descansar amanhã cedo preciso ir pra faculdade, agora tenho que fingir ser um bom menino até que ela me devolva meu carro, mas antes que eu chegue na escada minha mãe me chama outra vez.

- Eduardo!

- Pois não dona Natália, em que mais posso ajudá-la?

- Pode parar com suas graças é só para avisar que o jantar já foi tirado, então se você quiser jantar vai ter que se servir, pois já dispensei Marli;

- Acabei de perder a fome, tenham uma boa noite;

Assim que me viro e sigo para escada, escuto os dois rindo, realmente eles estão se divertindo com tudo isso, se divertindo enquanto torturam o próprio filho, isso é demais até mesmo pra eles, subo as escadas correndo não quero e nem preciso ouvir mais nada vindo desses dois, chego no quarto e me jogo em minha cama, eu realmente estou muito casado, acabei dormindo de roupa e tudo.

Acordei com Marli me chamando, ela é mesmo um anjo pois se não fosse ela iria perder a hora.

- O meu filho, sua mãe me contou o que você passou ontem, e eu trouxe aqui um dinheirinho para te ajudar com o táxi;

- Não Marli, eu não posso aceitar de jeito nenhum;

- Claro que pode meu filho, eu não posso ver meu menino sofrer desse jeito e não fazer nada;

-Marli, então quando eu receber eu te devolvo;

- Pode ser meu menino, mas agora pegue, tome aqui; ela estica a mão e me dar 300 reais, como pode, Marli sempre foi uma segunda mãe pra mim e vive passando a mãe em minha cabeça.

- Meu filho, só não deixe que sua mãe saiba hein!

- Claro que não, isso aqui é um segredo só nosso, eu te amo Marlizinha;

- Eu também te amo meu meninão;

Ela saiu do quarto me deixando ali com os meus pensamentos eu preciso me organizar, não posso meter meus pés pelas mãos, vou para um banho rápido porque estou morrendo de fome, é claro que estou não comi quase nada ontem, corro para o banheiro tomo uma chuveirada rápida e me arrumo, mandei um zap para meu parceiro e ele vai passar para me buscar daqui apouco, vou para mesa rapidamente, vou aproveitar que meus pais ainda não desceram tomo um café reforçado e saio correndo para portaria, e fico lá esperando pelo meu parceiro, pelo menos por agora eu me livrei dos sermões dos meus pais pelo de manhã, porque a tarde tenho que ficar a tarde toda ouvindo ela me chamando.

Assim que meu parceiro chegou corri para entrar no carro e vazamos rapidamente, intento uma desculpa qualquer sobre meu carro e ele acredita e seguimos para faculdade, coloco uma música e aumento o volume e vamos todo caminho cantando e curtido, já pensou eu chegando de ônibus na faculdade que vergonha, eu Eduardo Lemos de ônibus, as gatas não iam gostar nem um pouco de saber que eu estou sem carro.

Chegamos na facul  e logo as marmitas aparecem e vem ao nosso encontro, é disso que elas gostam, se tem um carrinho mais ou menos elas já chegam junto, já peguei praticamente todas, é só dá um papinho e eles caem matando, e nós passamos o rodo em geral, abraço a Flavinha e vamos conversando para sala de aula, ela me lembra que hoje tem uma chopada depois da aula, que droga! Eu me esqueci dessa chopada, eu não vou poder ir, ou minha mãe me mata e eu fico mais longe de conseguir meu carro de volta, não eu não posso nem pensar nisso, não agora, nem pensar em dar esse vacilo, aviso que eu não posso ir pois tenho umas reuniões importante na parte da tarde que não posso faltar, claro me fiz de empresário importante e a bobinha caiu.

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